Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:
Os trabalhadores do McDonald’s em 19 cidades nos Estados Unidos foram à Justiça esta semana contra as condições de trabalho na rede de fast-food mais conhecida do mundo. Eles acusam a empresa de não equipá-los adequadamente, de não possuir kit de primeiros-socorros em suas lojas e de sugerir aos empregados que passem mostarda, manteiga, maionese ou ketchup para “curar” as queimaduras que sofrem fritando batatas em óleo borbulhante e grelhando hambúrgueres na chapa. A campanha #BurnedByFastFood está nas redes sociais desde segunda-feira para chamar a atenção para o problema.
Em um vídeo no youtube (em inglês), empregados do McDonald’s (muitos deles negros e latinos) mostram seus braços queimados por não usarem luvas ou qualquer tipo de proteção. Uma pesquisa mostrou que quatro de cada cinco trabalhadores do ramo sofreram queimaduras no passado, de segundo e terceiro graus. Os empregados do McDonald’s também reivindicam um pagamento de 15 dólares por hora e o direito a sindicalizar-se, o que não é permitido nos EUA aos trabalhadores das redes de comida rápida. Os porta-vozes da empresa disseram que vão verificar as denúncias mas acusaram os funcionários de participarem de uma ação “orquestrada” por ativistas para chamar a atenção da mídia.
As queixas trabalhistas contra o McDonald’s não são novidade. Nos EUA, eles são obrigados a trabalhar em feriados sem receber hora extra e recebem péssimos salários. No Brasil, apenas nos últimos dois anos, a rede foi alvo de quase 400 ações trabalhistas. Em 2012, o McDonald’s foi multado em 30 milhões de reais pelo Ministério Público do Trabalho por praticar jornada ilegal, que eles chamam de “jornada móvel e variável”. Apesar do acordo feito, em fevereiro deste ano representantes dos trabalhadores entraram com uma nova ação civil pública contra a rede e a Arcos Dourados, que opera os franqueados no Brasil. As queixas são de que a empresa continua a praticar a “jornada móvel”, teria fraudado holerites e submetido funcionários a atividades insalubres sem proteção, além do acúmulo de funções sem remuneração.
Há dois anos, publiquei um texto contra a rede (leia aqui) e recebi a seguinte denúncia:
“Cynara, trabalho com os exames de saúde ocupacional, admissionais, periódicos e demissionais dos funcionários do McDonald’s. Em geral eles contratam jovens, gente que terá ali seu primeiro emprego, quase como estagiários. Imagino que, com isso, além de querer passar um perfil de empresa jovem, com atendentes jovens, que servirá a jovens, também existe a malandragem de se lidar com gente que reclama menos, que se submete a condições de trabalho pouco ideais sem que se contrariem como adultos mais experimentados fariam.
É um trabalho sob pressão contínua, os clientes não podem demorar a ser atendidos. A cobrança logicamente é direcionada aos atendentes. E aí, um certo assédio moral é previsível. O trabalho é em pé o tempo inteiro, e o intervalo de descanso (5 minutos a cada 50 minutos trabalhados ) não é respeitado. Ficar 8 horas ou mais em pé continuamente não é muito saudável.
E, como lidam com frituras e chapas de cozimento, eles sofrem queimaduras nos braços frequentemente com o óleo que salta. Depois de algumas semanas de trabalho, quando os vemos nos exames periódicos, vemos como seus braços, como regra, estão cheios de marcas de queimaduras, que não são considerados como acidentes de trabalho: queimar-se ‘faz parte do trabalho’.
É muito comum ainda que eles aumentem de peso e mudem seus padrões de dieta em função da alimentação que lhes é oferecida diariamente –basicamente os lanches que servem ao público. Existe um serviço de nutricionismo que dá uma melhorada no lanche servido como refeição para os atendentes, que o torna um pouco mais saudável. Mesmo assim, são Mac’s sua alimentação básica diária. É pouco provável que um McDonald’s comido esporadicamente detone a saúde de alguém, mas diariamente, 2 a 3 vezes por dia, é bem diferente.”
Será que também aqui os funcionários são aconselhados a passar mostarda nos ferimentos? Lembre desse post da próxima vez que você for comer aquele lanche ruim do McDonald’s –que, aliás, está morrendo nos EUA diante da concorrência de outras redes que prometem comida mais saborosa e mais saudável.
Os trabalhadores do McDonald’s em 19 cidades nos Estados Unidos foram à Justiça esta semana contra as condições de trabalho na rede de fast-food mais conhecida do mundo. Eles acusam a empresa de não equipá-los adequadamente, de não possuir kit de primeiros-socorros em suas lojas e de sugerir aos empregados que passem mostarda, manteiga, maionese ou ketchup para “curar” as queimaduras que sofrem fritando batatas em óleo borbulhante e grelhando hambúrgueres na chapa. A campanha #BurnedByFastFood está nas redes sociais desde segunda-feira para chamar a atenção para o problema.
Em um vídeo no youtube (em inglês), empregados do McDonald’s (muitos deles negros e latinos) mostram seus braços queimados por não usarem luvas ou qualquer tipo de proteção. Uma pesquisa mostrou que quatro de cada cinco trabalhadores do ramo sofreram queimaduras no passado, de segundo e terceiro graus. Os empregados do McDonald’s também reivindicam um pagamento de 15 dólares por hora e o direito a sindicalizar-se, o que não é permitido nos EUA aos trabalhadores das redes de comida rápida. Os porta-vozes da empresa disseram que vão verificar as denúncias mas acusaram os funcionários de participarem de uma ação “orquestrada” por ativistas para chamar a atenção da mídia.
As queixas trabalhistas contra o McDonald’s não são novidade. Nos EUA, eles são obrigados a trabalhar em feriados sem receber hora extra e recebem péssimos salários. No Brasil, apenas nos últimos dois anos, a rede foi alvo de quase 400 ações trabalhistas. Em 2012, o McDonald’s foi multado em 30 milhões de reais pelo Ministério Público do Trabalho por praticar jornada ilegal, que eles chamam de “jornada móvel e variável”. Apesar do acordo feito, em fevereiro deste ano representantes dos trabalhadores entraram com uma nova ação civil pública contra a rede e a Arcos Dourados, que opera os franqueados no Brasil. As queixas são de que a empresa continua a praticar a “jornada móvel”, teria fraudado holerites e submetido funcionários a atividades insalubres sem proteção, além do acúmulo de funções sem remuneração.
Há dois anos, publiquei um texto contra a rede (leia aqui) e recebi a seguinte denúncia:
“Cynara, trabalho com os exames de saúde ocupacional, admissionais, periódicos e demissionais dos funcionários do McDonald’s. Em geral eles contratam jovens, gente que terá ali seu primeiro emprego, quase como estagiários. Imagino que, com isso, além de querer passar um perfil de empresa jovem, com atendentes jovens, que servirá a jovens, também existe a malandragem de se lidar com gente que reclama menos, que se submete a condições de trabalho pouco ideais sem que se contrariem como adultos mais experimentados fariam.
É um trabalho sob pressão contínua, os clientes não podem demorar a ser atendidos. A cobrança logicamente é direcionada aos atendentes. E aí, um certo assédio moral é previsível. O trabalho é em pé o tempo inteiro, e o intervalo de descanso (5 minutos a cada 50 minutos trabalhados ) não é respeitado. Ficar 8 horas ou mais em pé continuamente não é muito saudável.
E, como lidam com frituras e chapas de cozimento, eles sofrem queimaduras nos braços frequentemente com o óleo que salta. Depois de algumas semanas de trabalho, quando os vemos nos exames periódicos, vemos como seus braços, como regra, estão cheios de marcas de queimaduras, que não são considerados como acidentes de trabalho: queimar-se ‘faz parte do trabalho’.
É muito comum ainda que eles aumentem de peso e mudem seus padrões de dieta em função da alimentação que lhes é oferecida diariamente –basicamente os lanches que servem ao público. Existe um serviço de nutricionismo que dá uma melhorada no lanche servido como refeição para os atendentes, que o torna um pouco mais saudável. Mesmo assim, são Mac’s sua alimentação básica diária. É pouco provável que um McDonald’s comido esporadicamente detone a saúde de alguém, mas diariamente, 2 a 3 vezes por dia, é bem diferente.”
Será que também aqui os funcionários são aconselhados a passar mostarda nos ferimentos? Lembre desse post da próxima vez que você for comer aquele lanche ruim do McDonald’s –que, aliás, está morrendo nos EUA diante da concorrência de outras redes que prometem comida mais saborosa e mais saudável.
Um atendente deficiente, de uma loja brasileira, recebe o avental usado de um do último turno. Chamo uma testemunha, documento e faço uma denuncia ao MP pela NET. O que aconteceu? Resposta; favor denunciar em outro MP mais perto deles. Funcionarios publicos não puderam re-enviar a denúncia. Pode? Desisti do caso.
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