Por Altamiro Borges
O falido jornal Estadão, da decadente famiglia Mesquita, não nega as suas origens de classe. Fundado no final do século XIX por um grupo de 23 empresários – entre eles, alguns oligarcas do café que exploravam trabalho escravo –, o diário sempre foi um inimigo feroz das lutas sociais. Em seus editoriais, ele pregou dura repressão aos anarquistas, comunistas e todas as correntes que lideraram greves e protestos pela ampliação dos direitos dos trabalhadores. Na sua longa trajetória, ele sempre conspirou contra governos que não seguiam sua cartilha. Foi assim contra Vargas, Goulart e, mais recentemente, contra Lula e Dilma. Com o passar do tempo, porém, a visão reacionária do Estadão ficou ainda mais doentia.
Prova disto são os editoriais das últimas semanas que destilaram veneno contra os professores do Paraná e de São Paulo, contra o MTST e o MST e, nesta terça-feira (19), contra a UNE. O mais repugnante foi obrado em 1º de maio, intitulado “Lições de selvageria”. Nele, o jornalão justificou o massacre dos grevistas promovido pelo governador Beto Richa (PSDB-PR), no final de abril – que resultou em 200 feridos. “Não se pode deixar de criticar a violência desmedida da PM em alguns casos, mas também não se podia esperar outra reação da força policial destacada para fazer cumprir a lei – coisa que esse pessoal com máscaras, pedras e paus, em seus delírios, vê como expressão de um regime que pretende derrubar”.
Nos dias seguintes, o Estadão voltou a manifestar seu ódio de classe aos professores em editorais e “reporcagens”. Num deles, publicado em 15 de maio, o jornal argumentou que as greves da categoria têm “objetivos mais políticos do que salariais” e prestou o papel de advogado de defesa dos tucanos. “Atualmente, existem 29 sindicatos que representam servidores públicos estaduais ligados à educação e a maioria é controlada pelo PT e pelo PCdoB... Isso ajuda a entender por que os Estados onde os professores se encontram mais mobilizados e apresentam as reivindicações mais absurdas são os de São Paulo e do Paraná, cujos governadores pertencem ao PSDB”.
A histeria contra o MST e Stédile
Mas o sindicalismo não é o único alvo do reacionarismo doentio do panfleto da famiglia Mesquita. Nos últimos anos, o MST virou o principal saco de pancada do jornal que sempre defendeu os interesses dos latifundiários – hoje disfarçados de modernos barões do agronegócio. Num de seus incontáveis editoriais contra o movimento dos trabalhadores rurais sem-terra, obrado em março, o jornal rosnou: “Como organização ilegal que é, o MST sempre fez das ações criminosas a principal ferramenta para manifestar sua pauta de reivindicações. Mas agora, desfrutando como nunca da cumplicidade do governo petista, chega a anunciar com antecedência a agenda de invasões e bloqueios de estradas”.
Quando da homenagem a João Pedro Stédile, membro da coordenação nacional do MST que recebeu a Medalha da Inconfidência do governador Fernando Pimentel (PT-MG), em 21 de abril, o Estadão quase teve um ataque histérico. Para o jornalão, o dirigente camponês – que inclusive foi recebido recentemente pelo Papa Francisco no Vaticano – é “líder de uma organização criminosa” e “chefe de uma milícia armada”. É certo que o Estadão não foi o único meio que surtou. A revista “Veja” chegou a disparar mensagens pelo twitter contra a homenagem: “Pimentel desconstrói a obra de Aécio e condecora baderneiro do MST”.
MTST e UNE também são alvos
Mais recentemente, o combativo MTST, que revela forte capacidade de mobilização na luta por moradia, também passou a ser encarado como inimigo pelo Estadão. Quase toda a semana, o jornal publica um editorial ou artigo exigindo a imediata criminalização do movimento. “Depois de tudo que o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto vem aprontando há tanto tempo, ninguém mais pode alegar surpresa com os abusos de todo tipo a que ele se entrega e que cada vez mais têm menos a ver com o problema da moradia”, esbravejou há poucos dias. Para o jornal, o MTST goza da “complacência das autoridades”, que deveriam aplicar a lei e reprimir duramente os ocupantes de terrenos e prédios ociosos.
Por último, para confirmar o estado doentio da famiglia Mesquita, o editorial desta terça-feira (19) contra a União Nacional dos Estudantes (UNE) – uma entidade historicamente sempre odiada pelo Estadão. Para o jornal, “a organização está cada vez menos interessada nos estudantes, pois seu papel, nos últimos anos, tem sido o de servir apenas como correia de transmissão do lulopetismo. Uma entidade que nasceu para contestar o poder se tornou seu fiel vassalo, para usufruir da coisa pública como se privada fosse”. O motivo da nova histeria é a construção da sede da UNE na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro – “símbolo definitivo do patrimonialismo que tanto marca a era petista no governo”. Haja ódio aos movimentos sociais!
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O falido jornal Estadão, da decadente famiglia Mesquita, não nega as suas origens de classe. Fundado no final do século XIX por um grupo de 23 empresários – entre eles, alguns oligarcas do café que exploravam trabalho escravo –, o diário sempre foi um inimigo feroz das lutas sociais. Em seus editoriais, ele pregou dura repressão aos anarquistas, comunistas e todas as correntes que lideraram greves e protestos pela ampliação dos direitos dos trabalhadores. Na sua longa trajetória, ele sempre conspirou contra governos que não seguiam sua cartilha. Foi assim contra Vargas, Goulart e, mais recentemente, contra Lula e Dilma. Com o passar do tempo, porém, a visão reacionária do Estadão ficou ainda mais doentia.
Prova disto são os editoriais das últimas semanas que destilaram veneno contra os professores do Paraná e de São Paulo, contra o MTST e o MST e, nesta terça-feira (19), contra a UNE. O mais repugnante foi obrado em 1º de maio, intitulado “Lições de selvageria”. Nele, o jornalão justificou o massacre dos grevistas promovido pelo governador Beto Richa (PSDB-PR), no final de abril – que resultou em 200 feridos. “Não se pode deixar de criticar a violência desmedida da PM em alguns casos, mas também não se podia esperar outra reação da força policial destacada para fazer cumprir a lei – coisa que esse pessoal com máscaras, pedras e paus, em seus delírios, vê como expressão de um regime que pretende derrubar”.
Nos dias seguintes, o Estadão voltou a manifestar seu ódio de classe aos professores em editorais e “reporcagens”. Num deles, publicado em 15 de maio, o jornal argumentou que as greves da categoria têm “objetivos mais políticos do que salariais” e prestou o papel de advogado de defesa dos tucanos. “Atualmente, existem 29 sindicatos que representam servidores públicos estaduais ligados à educação e a maioria é controlada pelo PT e pelo PCdoB... Isso ajuda a entender por que os Estados onde os professores se encontram mais mobilizados e apresentam as reivindicações mais absurdas são os de São Paulo e do Paraná, cujos governadores pertencem ao PSDB”.
A histeria contra o MST e Stédile
Mas o sindicalismo não é o único alvo do reacionarismo doentio do panfleto da famiglia Mesquita. Nos últimos anos, o MST virou o principal saco de pancada do jornal que sempre defendeu os interesses dos latifundiários – hoje disfarçados de modernos barões do agronegócio. Num de seus incontáveis editoriais contra o movimento dos trabalhadores rurais sem-terra, obrado em março, o jornal rosnou: “Como organização ilegal que é, o MST sempre fez das ações criminosas a principal ferramenta para manifestar sua pauta de reivindicações. Mas agora, desfrutando como nunca da cumplicidade do governo petista, chega a anunciar com antecedência a agenda de invasões e bloqueios de estradas”.
Quando da homenagem a João Pedro Stédile, membro da coordenação nacional do MST que recebeu a Medalha da Inconfidência do governador Fernando Pimentel (PT-MG), em 21 de abril, o Estadão quase teve um ataque histérico. Para o jornalão, o dirigente camponês – que inclusive foi recebido recentemente pelo Papa Francisco no Vaticano – é “líder de uma organização criminosa” e “chefe de uma milícia armada”. É certo que o Estadão não foi o único meio que surtou. A revista “Veja” chegou a disparar mensagens pelo twitter contra a homenagem: “Pimentel desconstrói a obra de Aécio e condecora baderneiro do MST”.
MTST e UNE também são alvos
Mais recentemente, o combativo MTST, que revela forte capacidade de mobilização na luta por moradia, também passou a ser encarado como inimigo pelo Estadão. Quase toda a semana, o jornal publica um editorial ou artigo exigindo a imediata criminalização do movimento. “Depois de tudo que o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto vem aprontando há tanto tempo, ninguém mais pode alegar surpresa com os abusos de todo tipo a que ele se entrega e que cada vez mais têm menos a ver com o problema da moradia”, esbravejou há poucos dias. Para o jornal, o MTST goza da “complacência das autoridades”, que deveriam aplicar a lei e reprimir duramente os ocupantes de terrenos e prédios ociosos.
Por último, para confirmar o estado doentio da famiglia Mesquita, o editorial desta terça-feira (19) contra a União Nacional dos Estudantes (UNE) – uma entidade historicamente sempre odiada pelo Estadão. Para o jornal, “a organização está cada vez menos interessada nos estudantes, pois seu papel, nos últimos anos, tem sido o de servir apenas como correia de transmissão do lulopetismo. Uma entidade que nasceu para contestar o poder se tornou seu fiel vassalo, para usufruir da coisa pública como se privada fosse”. O motivo da nova histeria é a construção da sede da UNE na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro – “símbolo definitivo do patrimonialismo que tanto marca a era petista no governo”. Haja ódio aos movimentos sociais!
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Sem novidades. O estadão nasceu exatamente para isso. Defender a elite.
ResponderExcluirQuem lê este lixo do Estadão?
ResponderExcluirOs dias do Estadão estão contados.
Este jornalzinho não serve nem pra limpar o traseiro.
Falido, vai cair no rio Tietê!
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