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Aos que não se conformam até hoje com a vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais, o modelo adotado pelo governador tucano Beto Richa para enfrentar uma greve de professores no Paraná, na última quarta-feira, dá uma boa ideia do que poderia estar acontecendo no Brasil se Aécio Neves tivesse saído vencedor.
Os mais de 200 feridos ao final do ataque desfechado pela Polícia Militar de Richa são o retrato em estado bruto de uma forma de governar tornada padrão pelo PSDB, que já vimos também aqui em São Paulo, durante os protestos de junho de 2013, contra o aumento das passagens de ônibus.
As imagens de balas de borracha, sprays de pimenta e jatos d´água usados contra cerca de 15 mil manifestantes durante mais de duas horas, enquanto o governador permanecia em seu gabinete e alguns colaboradores comemoravam os ataques dos policiais, poderiam refrescar a memória dos que querem voltar ao tempo em que protestar contra o governo era correr risco de vida.
Até agora, os caciques tucanos e seus porta vozes acadêmicos e midiáticos, sempre tão falantes e inquisidores quando se trata de criticar o governo da presidente Dilma Rousseff, não se manifestaram para condenar a selvageria de Curitiba, que a grande imprensa chamou de confronto, mas na verdade terminou num massacre da PM contra os professores em greve. Cadê Aécio? Cadê FHC? Cadê Serra? Cadê os seus juristas de plantão? Cadê a indignação cívica?
Candidamente, no melhor estilo tucano, o governador Beto Richa alegou que a PM apenas reagiu aos ataques de black-blocs que tentavam invadir a Assembléia Legislativa. Para prender sete baderneiros - bem menos do que os 17 policiais presos por se recusarem a atacar os professores - colocaram em risco a segurança de milhares de pessoas e assim, democraticamente, conseguiram aprovar um projeto do governador que tira direitos dos trabalhadores, às vésperas deste triste 1º de Maio, o mais melancólico destes últimos anos.
Está ruim, mas poderia estar muito pior.
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