domingo, 7 de junho de 2015

Randolfe e Clécio: novas baixas no PSOL?

Por Altamiro Borges

Duas notinhas publicadas nesta quarta-feira (4) na coluna de fofocas políticas da revista “Época” confirmam que não é nada fácil a construção de partidos no Brasil – principalmente numa fase em que a mídia promove a escandalização da política e a negação das ações coletivas, numa iniciativa que abre brechas para a fascistização do Brasil. As matérias são assinadas pelo jornalista Marcelo Sperandio e apontam as dificuldades do PSOL, que tenta se apresentar à sociedade como uma sigla “pura” e avessa às disputas puramente eleitorais:

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PSOL não convida Randolfe para os fóruns nacionais há um ano

Principal político do PSOL no país, o senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, não é convidado para os fóruns nacionais do partido há um ano. Apesar do exílio forçado, Randolfe se recusa a deixar o PSOL neste ano. Os aliados do senador dizem que a melhor estratégia, para ele, é esperar a convenção do partido, em dezembro. Apostam que a ala mais radical do PSOL assumirá o comando e, em seguida, o expulsará da legenda. Por quê? Porque Randolfe retirou sua candidatura ao Planalto no ano passado.

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Prefeito de Macapá pode trocar do PSOL para o PT

O PSOL só tem dois prefeitos no Brasil: Clécio Luís, do Macapá (AP), e Gelsimar Gonzaga, de Itaocara (RJ). O partido está prestes a ficar com um só. Clécio Luís está perto de trocar o PSOL pelo PT.


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Em meados de maio, a direção nacional da legenda já havia expulsado das suas fileiras o deputado federal Cabo Daciolo, eleito no ano passado após liderar uma greve dos bombeiros no Rio de Janeiro. Com isso, a bancada do PSOL caiu de cinco para quatro parlamentares – perdendo, inclusive, algumas prerrogativas no Congresso Nacional. A difícil decisão teve 53 votos favoráveis e apenas um contra. Em outra votação, por 31 a 24, a legenda optou por não requerer o mandato do parlamentar junto à Justiça Eleitoral.

Entre outras críticas, o deputado foi acusado de contrariar o programa partidário ao propor a mudança do parágrafo primeiro da Constituição Federal, substituindo "todo poder emana do povo" por "todo o poder emana de Deus". Para o deputado Chico Alencar (RJ), líder da bancada do PSOL na Câmara Federal, a proposta era insustentável. "Colidiu com um ponto fundamental do nosso partido, que é a defesa do Estado laico. Respeitamos todas as crenças, mas o discurso fundamentalista religioso não pode ser tolerado".

Em outras ocasiões, o parlamentar – que é evangélico e militar – já havia indignado a militância da sigla. Ele se desgastou ao posar para foto com o deputado fascista Jair Bolsonaro e ao defender a libertação dos 12 policiais que participaram do assassinato do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013, na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, no Rio Janeiro.

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