quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Cadê a lista das palestras de FHC?

Por Altamiro Borges

Diante da perseguição implacável da mídia udenista e da ação arbitrária da Polícia Federal, o Instituto Lula divulgou nesta terça-feira (18) a lista das empresas que contrataram palestras do ex-presidente desde 2011. Ela inclui, por exemplo, o próprio Infoglobo, grupo pertencente à famiglia Marinho - que atualmente concentra a sua artilharia pesada contra Lula para desgastar a sua imagem e abortar a sua ventilada candidatura presidencial em 2018. Caberia perguntar aos barões da mídia: por que eles não cobram do ex-presidente FHC, sempre tão vaidoso e blindado, a apresentação da lista das empresas que financiam os seus convescotes golpistas e o seu sinistro instituto?


Na nota oficial encaminhada à mídia golpista, que possivelmente tentará abafar o esclarecimento, o Instituto Lula explica as razões da iniciativa. Vale conferir:  

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As palestras de Lula: A violação de sigilo bancário do ex-presidente foi um ato criminoso

São Paulo, 18 de agosto de 2015,

Em sinal de respeito à sociedade brasileira, que merece receber informações corretas e verdadeiras, divulgamos a relação das empresas e instituições que, desde 2011, contrataram palestras do ex-presidente Lula no Brasil e no exterior por meio da empresa LILS Palestras e Eventos Ltda.

Trata-se de uma atividade legítima, que Lula exerce legalmente desde que deixou a Presidência da República, a exemplo de outros ex-presidentes do Brasil e de outros países, e personalidades de destaque como esportistas, artistas, jornalistas, cientistas.

De 2011 até hoje, Lula fez 70 palestras contratadas por 41 empresas e instituições, sendo remunerado de acordo com sua projeção internacional e recolhendo os devidos impostos.

No mesmo período, o ex-presidente participou, gratuitamente, de mais de 200 conferências, palestras e encontros promovidos por sindicatos, movimentos sociais, partidos, governos e instituições multilaterais, no Brasil e no exterior, sempre em defesa dos interesses nacionais, da paz mundial, estimulando o combate à fome e à pobreza.

Mesmo se tratando de contratos que preservam a privacidade das partes, julgamos necessária sua divulgação neste momento, para esclarecer distorções, manipulações e prejulgamentos em torno dessa atividade e das empresas contratantes, como vem ocorrendo por meio de reportagens, artigos e até editoriais na imprensa.

As palestras de Lula foram contratadas por algumas das maiores e mais respeitadas empresas de vários setores econômicos, do Brasil e do mundo. Por exemplo: Microsoft, Itaú, Infoglobo, Santander, Ambev, Telefónica, Iberdrola e Telmex.

O ex-presidente Lula e a empresa LILS solicitaram ao Ministério da Justiça, ao Ministério da Fazenda e à Procuradoria-Geral da República que apurem, na competência de cada instituição, as responsabilidades pela violação criminosa do sigilo bancário da LILS, violação que atinge não só um ex-presidente da República mas toda a sociedade brasileira.

Dessa forma, o ex-presidente Lula e o Instituto Lula estão certos de contribuir para o esclarecimento da verdade, a defesa do estado de direito democrático e a garantia dos direitos constitucionais de todos os cidadãos brasileiros.

Lista das empresas que contrataram palestras de Lula entre 2011 e 2015:

- ABAD - Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industriais
- Associação de Bancos do México
- Abras - Associação Brasileira de Supermercados
- ALL América Latina Logística
- Ambev
- Andrade Gutierrez
- Banco Santander
- Bank of America
- BBVA Bancomer
- BTG Pactual
- Camargo Corrêa
- Centro de Estudos Estratégicos de Angola
- CFELG - Centro de Formacion y Estudios en Liderazgo y Gestion (Colômbia)
- Cumbre de Negócios (México)
- Dufry do Brasil
- Elektra
- Endesa
- Gás Natural Fenosa
- Grupo Petrópolis
- Helibrás
- Iberdrola
- IDEA (Argentina)
- INFOGLOBO
- Itaú BBA
- LG
- Lojas Americanas
- Microsoft
- Nestlé
- OAS
- GDF Suez Energy Latin America
- Odebrecht
- Pirelli
- Queiroz Galvão
- Quip
- Revista Voto
- Sinaval
- Telmex
- Telos Empreendimentos Culturais
- Terra Networks
- Tetra Pak
- UTC


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Será que FHC, num "gesto de grandeza", também aceitaria publicar a lista das empresas que bancam as suas palestras e o seu sacrossanto instituto? Até hoje a mídia privada - nos dois sentidos da palavra - nunca cobrou esta iniciativa do ex-presidente tucano. A Polícia Federal também nunca quebrou, de forma ilegal, o sigilo bancário do grão-tucano. E não que faltem suspeitas sobre as suas palestras e o seu instituto. Tanto que em junho passado FHC fez questão de afirmar, na maior caradura, que o seu "instituto não tem relação com política e partidos". Só os ingênuos, os falsários e os "calunistas" da velha imprensa acreditaram na resposta cínica. Numa pequena nota, a Folha tucana apenas registrou:

"O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta terça (23) que os recursos recebidos por seu instituto, o iFHC, não têm 'relação com política e partidos'. Ele admitiu que a entidade pode ter recebido dinheiro de empreiteiras investigadas na Lava Jato, mas disse não ver problema nisso. Indagado sobre a diferença entre ele receber dinheiro para fazer palestras e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhar recursos destas empresas para fazer o mesmo, Fernando Henrique afirmou: 'A minha palestra eu dou e vocês assistem'". Pronto! Acabou! O assunto simplesmente sumiu da mídia tucana. Não ganhou manchetes nem comentários hidrófobos.

Para desespero da imprensa tucana, porém, não dá mais para apagar o passado nesta era da internet. Consultando a rede é possível descobrir que o iFHC sempre recebeu grana das empreiteiras e sempre em valores bem maiores. A revista Época até retirou do seu site oficial uma reportagem, de novembro de 2002, que revela as milionárias doações para o sacrossanto instituto do ex-presidente, mas ela não desapareceu do Google. Vale conferir:

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FHC passa o chapéu


Presidente reúne empresários e levanta R$ 7 milhões para ONG que bancará palestras e viagens ao exterior em sua aposentadoria

Por Gerson Camarotti



Foi uma noite de gala. Na segunda-feira, o presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu 12 dos maiores empresários do país para um jantar no Palácio da Alvorada, regado a vinho francês Château Pavie, de Saint Émilion (US$ 150 a garrafa, nos restaurantes de Brasília). Durante as quase três horas em que saborearam o cardápio preparado pela chef Roberta Sudbrack - ravióli de aspargos, seguido de foie gras, perdiz acompanhada de penne e alcachofra e rabanada de frutas vermelhas -, FHC aproveitou para passar o chapéu. Após uma rápida discussão sobre valores, os 12 comensais do presidente se comprometeram a fazer uma doação conjunta de R$ 7 milhões à ONG que Fernando Henrique Cardoso passará a presidir assim que deixar o Planalto em janeiro e levará seu nome: Instituto Fernando Henrique Cardoso (IFHC).

O dinheiro fará parte de um fundo que financiará palestras, cursos, viagens ao Exterior do futuro ex-presidente e servirá também para trazer ao Brasil convidados estrangeiros ilustres. O instituto seguirá o modelo da ONG criada pelo ex-presidente americano Bill Clinton. Os empresários foram selecionados pelo velho e leal amigo, Jovelino Mineiro, sócio dos filhos do presidente na fazenda de Buritis, em Minas Gerais, e boa parte deles termina a era FHC melhor do que começou. Entre outros, estavam lá Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), David Feffer (Suzano), Emílio Odebrecht (Odebrecht), Luiz Nascimento (Camargo Corrêa), Pedro Piva (Klabin), Lázaro Brandão e Márcio Cypriano (Bradesco), Benjamin Steinbruch (CSN), Kati de Almeida Braga (Icatu), Ricardo do Espírito Santo (grupo Espírito Santo). Em troca da doação, cada um dos convidados terá o título de co-fundador do IFHC.

Antes do jantar, as doações foram tratadas de forma tão sigilosa que vários dos empresários presentes só ficaram conhecendo todos os integrantes do seleto grupo de co-fundadores do IFHC naquela noite. Juntos, eles já haviam colaborado antes com R$ 1,2 milhão para a aquisição do imóvel onde será instalada a sede da ONG, um andar inteiro do Edifício Esplanada, no Centro de São Paulo. Com área de 1.600 metros quadrados, o local abriga há cinco décadas a sede do Automóvel Clube de São Paulo.

O jantar, iniciado às 20 horas, foi dividido em dois momentos. Um mais descontraído, em que Fernando Henrique relatou aos convidados detalhes da transição com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Na segunda parte, o assunto foi mais privado. Fernando Henrique fez questão de explicar como funcionará seu instituto. Segundo o presidente, o IFHC terá um conselho deliberativo e o fundo servirá para a administração das finanças. Além das atividades como palestras e eventos, o presidente explicou que o instituto vai abrigar todo o arquivo e a memória dos oito anos de sua passagem pela Presidência.

A iniciativa de propor a doação partiu do fazendeiro Jovelino Mineiro. Ele sugeriu a criação de um fundo de R$ 5 milhões. Só para a reforma do local, explicou Jovelino, será necessário pelo menos R$ 1,5 milhão. A concordância com o valor foi quase unânime. A exceção foi Kati de Almeida Braga, conhecida como a mais tucana dos banqueiros quando era dona do Icatu. Ela queria aumentar o valor da ajuda a FHC. Amiga do marqueiteiro Nizan Guanaes, Kati participou da coleta de fundos para a campanha da reeleição de FHC em 1998 - ela própria contribuiu com R$ 518 mil. "Esse valor é baixo. O fundo poderia ser de R$ 10 milhões", propôs Kati, para espanto de alguns dos presentes. Depois de uma discreta reação, os convidados bateram o martelo na criação de fundo de R$ 7 milhões, o que levará cada empresário a desembolsar R$ 500 mil. Para aliviar as despesas, Jovelino ainda sugeriu que cada um dos 12 presentes convidasse mais dois parceiros para a divisão dos custos, o que pode elevar para 36 empresários o número total de empreendedores no IFHC.

Diante de uma platéia tão requintada, FHC tratou de exercitar seus melhores dotes de encantador de serpentes. "O presidente estava numa noite inspirada. Extremamente sedutor", observou um dos presentes. Outro empresário percebeu a euforia com que Fernando Henrique se referia ao presidente eleito, Lula da Silva. "Só citou Serra uma única vez. Mas falou tanto em Lula que deu a impressão de que votou no petista", comentou o convidado. O presidente exagerou nos elogios a Lula da Silva. Revelou que deixaria a Granja do Torto à disposição do presidente eleito. "Ele merece", justificou. "A transição no Brasil é um exemplo para o mundo." Em seguida, contou um episódio ocorrido há quatro anos, quando recebeu Lula no Alvorada, depois de derrotá-lo na eleição de 1998. O presidente disse que na ocasião levou Lula para uma visita aos aposentos presidenciais, inclusive ao banheiro, e comentou com o petista: "Um dia você ainda vai morar aqui".

Na conversa, Fernando Henrique ainda relatou que vai tentar influir na nomeação de alguns embaixadores, em especial na do ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, para a ONU. Antes de terminar o jantar, o presidente disse que passaria três meses no Exterior e só voltaria para o Brasil em abril. Também revelou que pretende ter uma base em Paris. "Nada mal!", exclamou. Ao acabar a sobremesa, um dos convidados perguntou se ele seria candidato em 2006. FHC não respondeu. Mas deu boas risadas. Para todos os presentes, ficou a certeza de que o tucano deseja voltar a morar no Alvorada, projeto que FHC desmente em conversas mais formais.

Embora a convocação de empresários para doar dinheiro a uma ONG pessoal possa levantar dúvidas do ponto de vista ético, a iniciativa do presidente não caracteriza uma infração legal. "Fernando Henrique está tratando de seu futuro, e não de seu presente", diz o procurador da República Rodrigo Janot. "O problema seria se o presidente tivesse chamado empresários ao Palácio da Alvorada para pedir doações em troca de favores e benefícios concedidos pelo atual governo."

O IFHC não será o primeiro no país a se dedicar à memória de um ex-presidente. O senador José Sarney (PMDB-AP) criou a Fundação Memória Republicana para abrigar os arquivos dos cinco anos de seu governo. Conhecida hoje como Memorial José Sarney, a entidade está sediada no Convento das Mercês, um edifício do século XVII, em São Luís, no Maranhão. Pelo estatuto, é uma fundação cultural, sem fins lucrativos. Mas também já foi alvo de muita polêmica. Em 1992, Sarney aprovou no Congresso uma emenda ao Orçamento que destinou o equivalente a US$ 153 mil para seu memorial. Do total, o ex-presidente conseguiu liberar cerca de US$ 55 mil.

Clube dos empresários amigos

Doadores formam elite empresarial

Benjamin Steinbruch
Um dos donos da CSN

Lázaro Brandão
Homem forte do Bradesco

Emílio Odebrecht
Controlador do grupo Odebrecht

Pedro Piva
Senador e sócio do grupo Klabin

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O sacrossanto iFHC, do intocável grão-tucano, nunca foi bombardeado pela mídia venal devido a este "jantar de gala" em pleno Palácio do Planalto. Da mesma forma como o ex-presidente nunca foi alvo da fúria midiática devido à compra de votos para sua reeleição, ou pela 'privataria' das estatais ou por outros episódios sinistros. Como ironizou o Jornal do Brasil, que ultimamente tem adotado uma linha editorial menos alinhada à oposição demotucana, as doações feitas naquela ocasião atingiriam hoje, em valores atualizados, R$ 16,3 milhões:

"Os jornais amanheceram escandalizados com as doações da Camargo Corrêa ao Instituto Lula, mas nenhum deles lembrou que a empreiteira foi uma das principais financiadoras do Instituto FHC, ainda em seu nascedouro. A diferença é que FHC 'passou o chapéu', segundo uma reportagem da revista Época, num jantar em pleno Palácio do Alvorada, quando ainda estava no exercício do seu mandato. Seu tesoureiro informal era o amigo e empresário Jovelino Mineiro, apontado como dono da fazenda que foi de FHC e do polêmico apartamento em Paris, na Avenue Foch. O jantar de arrecadação para o instituto, pago com recursos públicos, foi retratado pela Época como uma 'noite de gala'. Com FHC, nada de escândalo, apenas uma retribuição empresarial rotineira".

Na mesma ocasião, o blogueiro Miguel do Rosário, de O Cafezinho, lembrou que o falso tucano - na verdade um corvo udenista - embolsou muita grana sem nunca ter sido incomodado pela mídia e por agentes descontrolados da PF. "FHC recebeu R$ 500 mil da Sabesp, a estatal paulista de água, a mesma que não investiu em infra-estrutura, mas tinha dinheiro para dar a um instituto tucano. Ele recebeu ainda R$ 6 milhões de recursos públicos federais, via lei Rouanet. FHC ganhou até um aeroporto particular da Camargo Correa... e também recebeu cerca de R$ 3 milhões de uma fundação norte-americana".

A denúncia sobre a grana do Tio Sam foi publicada pelo site Terra, em julho de 2012. Vale conferir:

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No Terra.

FHC recebe prêmio de US$ 1 mi da Biblioteca do Congresso dos EUA

10 JUL 2012

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu nesta terça-feira o prêmio John W. Kluge, concedido a intelectuais da área de Ciências Humanas. A cerimônia foi realizada na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em Washington. O vencedor do prêmio recebe US$ 1 milhão (hoje mais de R$ 3 milhões).

FHC é o primeiro latino-americano a receber o prêmio e foi escolhido em consulta a cerca de 3 mil intelectuais e homens públicos. Quando a premiação foi anunciada, em maio, a instituição destacou a trajetória do ex-presidente como sociólogo, da academia para a política.

"A análise acadêmica das estruturas sociais do governo, da economia e das relações raciais no Brasil estabeleceram a estrutura intelectual de sua liderança como presidente na transformação do Brasil de uma ditadura militar com alta inflação em uma democracia vibrante, mais democrática e com forte crescimento econômico", informou a Biblioteca do Congresso, em comunicado.

O prêmio Kluge é concedido desde 2003 para destacar a produção de conhecimento em disciplinas que não são agraciadas pelo prêmio Nobel. Antes de FHC, foram premiados, entre outros, o historiador americano Jaroslav Pelikan, o filósofo francês Paul Ricoeur e o filósofo polonês Leskek Kolakowski.

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O Instituto Lula, "em sinal de respeito à sociedade brasileira, que merece receber informações corretas e verdadeiras", divulgou nesta terça-feira a lista das empresas que contrataram as palestras do líder petista. Será que o grão-tucano FHC, "num gesto de grandeza", vai fazer o mesmo? Será que algum agente da PF vai quebrar seu sigilo bancário? Será que o juiz Sérgio Moro, o novo herói dos fascistas que organizam e financiam marchas golpistas, tomará alguma atitude? Será que a mídia venal, com o seu falso moralismo e sua repugnante seletividade, vai investigar a origem e o montante pago a FHC, o seu queridinho? As respostas a estas e outras perguntas incômodas já são conhecidas!

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