quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Ação contra Demóstenes, amigo dos Civita

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Por Altamiro Borges

Na semana passada, por quatro votos a um, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido feito pelo ex-senador Demóstenes Torres para trancar a ação penal que responde na Justiça de Goiás por suas íntimas ligações com o mafioso Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Pela sentença da sexta turma do STJ, o ex-chefão do DEM - que chegou a ser cogitado como candidato à presidente da República pela sigla - continuará respondendo por corrupção e advocacia administrativa em favor do contraventor, podendo ser condenando ao final do processo pelo Tribunal de Justiça de Goiás.

A mídia oposicionista, que é bastante seletiva no seu falso moralismo e só faz sensacionalismo com o tema corrupção quando é para demonizar o PT, não deu qualquer destaque à decisão do STJ. Apenas algumas notinhas foram publicadas nos jornalões e o assunto simplesmente sumiu dos telejornais. O ex-poderoso demo, sempre blindado e bajulado pela mídia, foi flagrado em negociatas com o mafioso a partir das investigações da Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo. Diante das provas do conluio, Demóstenes Torres foi cassado no seu mandato de senador em julho de 2012.

Antes do demo curtir seu inferno, ele mantinha sólidas relações com os editores da Veja. Demóstenes Torres chegou a ser eleito "mosqueteiro da ética" pela revista do esgoto. Ele virou uma das principais "fontes" dos jagunços da famiglia Civita na midiática operação do "mensalão petista". Frequentava com desenvoltura a redação da revista, ajudando a produzir factoides contra lideranças do PT. Nesta semana em que a mídia produziu inúmeras capas com a prisão do pecuarista José Carlos Bumlai, sempre rotulado de "o amigo de Lula", dava até para estampar uma manchete provocadora na Veja:

"A ação penal contra Demóstenes Torres, o amigo dos Civita"

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