Por Altamiro Borges
A mídia rentista e seus "urubólogos" de plantão garantem que o "deus-mercado" está apreensivo com a queda de Joaquim Levy e a indicação de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda. Logo após o anúncio da troca começou a choradeira nos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e televisão. Enquanto os representantes dos bancos, da indústria, do agronegócio e do comércio davam as boas vindas ao novo ministro, talvez fazendo jogo de cena, os tais "analistas de mercado" da imprensa - nome fictício dos porta-vozes dos agiotas financeiros, muitas vezes mais realistas do que o rei - já davam como certo que Nelson Barbosa será um desastre para a economia brasileira. Haja abutres!
Merval Pereira, o "imortal" da Globo pelas besteiras que obra - a última, hilária, foi sobre a vitória do correntista suíço Eduardo Cunha na comissão do impeachment de Dilma, que não durou uma semana -, está convicto de que "a presidenta Dilma vai ter problemas com a base aliada no Congresso quando aparecerem as medidas populistas econômicas anunciadas na posse do ministro Nelson Barbosa, pois a maioria lá não é de esquerda. Ela pode ter acalmado a base esquerdista do governo, como os movimentos sociais, mas no Congresso a situação dela só vai piorar", comentou na Globonews.
Após um ano trágico, a presidente Dilma Rousseff corrige o dramático erro que cometeu ao optar por Joaquim Levy e coloca no Ministério da Fazenda aquele que deveria ter sido o escolhido desde o início. Diante das opções moderadas que a correlação de forças provavelmente impunha naquele distante novembro de 2014, o economista Nelson Barbosa era a melhor escolha. Vamos ver o que conseguirá fazer agora que o país rola no despenhadeiro do austericídio.
As condições em que Barbosa assume são das mais difíceis. No entanto, chega ao comando da economia quando novo pacto de classe aponta no horizonte. Depois do fracasso do ensaio desenvolvimentista apoiado na coalizão entre trabalho e capital formalizada em maio de 2011, houve reagrupamento da burguesia em torno do ajuste recessivo. De 2013 em diante, a frente produtivista se desfez.
Foi necessário que, em 2015, uma das mais graves retrações em décadas ameaçasse não só as conquistas recentes dos empregados, mas igualmente a sobrevivência dos capitalistas, para que a unidade do setor produtivo começasse a se restabelecer. Na terça passada, representantes da CUT, da Força Sindical e de outras quatro centrais, junto a relevantes associações de empresários, entre elas a Confederação Nacional da Indústria (CNI), entregaram a Dilma documento sob o título "Compromisso pelo desenvolvimento".
De acordo com Clemente Ganz Lúcio, diretor do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a proposta, destinada a propiciar transição rápida para o crescimento, sugere a retomada do investimento público e privado em infraestrutura, em particular nos setores de petróleo e gás; o destravamento da área da construção; o incentivo à exportação industrial; a ampliação do capital de giro para as empresas e o fortalecimento do mercado interno.
A adesão do capital a essa agenda não é completa, como o demonstra a significativa ausência da Fiesp entre os signatários. Dada a fragilidade política do governo, a tarefa número um do novo ministro seria a de negociar o apoio dos até aqui recalcitrantes. Contudo, há sinais de que mesmo o setor financeiro estava insatisfeito com a política seguida por Levy, o que poderia facilitar em algo a tarefa de unificar a sociedade em torno de um horizonte construtivo.
Dada a profundidade do buraco econômico em que caímos e a gravidade da crise política, a missão do novo ministro é quase impossível. Mas depois de ter tomado caminho por completo equivocado, o lulismo volta aos próprios trilhos. Pode ser tarde demais para salvar paciente que respira por aparelhos, mas ao menos o médico intensivista quer fazê-lo. O anterior exalava evidente antipatia pelo doente.
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Vai tarde
A mídia rentista e seus "urubólogos" de plantão garantem que o "deus-mercado" está apreensivo com a queda de Joaquim Levy e a indicação de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda. Logo após o anúncio da troca começou a choradeira nos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e televisão. Enquanto os representantes dos bancos, da indústria, do agronegócio e do comércio davam as boas vindas ao novo ministro, talvez fazendo jogo de cena, os tais "analistas de mercado" da imprensa - nome fictício dos porta-vozes dos agiotas financeiros, muitas vezes mais realistas do que o rei - já davam como certo que Nelson Barbosa será um desastre para a economia brasileira. Haja abutres!
Merval Pereira, o "imortal" da Globo pelas besteiras que obra - a última, hilária, foi sobre a vitória do correntista suíço Eduardo Cunha na comissão do impeachment de Dilma, que não durou uma semana -, está convicto de que "a presidenta Dilma vai ter problemas com a base aliada no Congresso quando aparecerem as medidas populistas econômicas anunciadas na posse do ministro Nelson Barbosa, pois a maioria lá não é de esquerda. Ela pode ter acalmado a base esquerdista do governo, como os movimentos sociais, mas no Congresso a situação dela só vai piorar", comentou na Globonews.
No mesmo rumo - até parece que eles combinam a abordagem em algum antro de luxo -, Valdo Cruz, "especialista" da Folha, está convencido de que o "deus-mercado" vai sabotar o novo ministro. Nesta terça-feira (22), com base numa simples oscilação do câmbio, ele comemorou: "Não obteve sucesso a investida de Nelson Barbosa para acalmar o mercado. No início da tarde, logo após a teleconferência do novo ministro com analistas e investidores, o dólar - comercial e à vista - chegou à máxima de R$ 4,04... O maior temor do mercado financeiro é que ele ceda a pressões para que a economia brasileira volte a crescer a qualquer custo". O artigo não esconde a tentativa de já enquadrar o novo ministro.
"Na conferência de segunda-feira (21), Barbosa voltou a prometer que o governo não irá abandonar o ajuste fiscal, mas evitou estimar o superavit primário ideal... Analistas ouvidos pela Folha elogiaram a promessa de buscar o reequilíbrio das contas e a de fazer alterações na idade mínima para a aposentadoria. O problema, dizem, é que, com a saída de Joaquim Levy, o governo passa a não contar mais com uma voz discordante dentro da equipe econômica para servir de 'contraponto e anteparo' ás propostas que lembrem o modelo do primeiro mandato. Um investidor destacou que, agora, restou a dupla Rousseff-Barbosa, que pensa de forma semelhante sobre política econômica: um modelo que aposta no papel do Estado como forte indutor do crescimento econômico".
Os desafios de Nelson Barbosa
Quando Joaquim Levy foi anunciado como ministro da Fazenda, logo após a difícil vitória de Dilma no segundo turno, a mídia rentista soltou rojões. Mesmo lamentando a derrota do cambaleante Aécio Neves, ela viu no economista ortodoxo do Bradesco um "contraponto" às teses "desenvolvimentistas" e "esquerdistas" de parte do primeiro mandato da presidenta. Miriam Leitão, Merval Pereira, Carlos Alberto Sardenberg e outros neoliberais convictos sempre defenderam o ministro, mesmo quando as suas medidas de austeridade fiscal e de arrocho monetário começaram a afundar o Brasil. Afinal, o "deus-mercado" estava a salvo das "medidas populistas". Quanto ao povo, ele que se dane!
Agora, com a troca do responsável pelos rumos da economia, os "urubólogos" já começam a fazer terrorismo - seja para enquadrar ou para derrubar o novo ministro. Nelson Barbosa, que conhece bem estas manipulações midiáticas, vai ser satanizado. E não adianta ele tentar agradar o "deus-mercado" e seus serviçais com propostas regressivas de reformas trabalhista e previdenciária. Ele não ganhará a confiança do tal mercado e ainda perderá o apoio dos que foram às ruas gritar "Fora Levy" e que desejam que o Brasil volte a trilhar o caminho do crescimento econômico com justiça social.
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Em tempo-1: Na sua posse nesta segunda-feira (21), a presidenta Dilma até acariciou Joaquim Levy, um "servidor fiel", mas repetiu cinco vezes que Nelson Barbosa precisará combinar ajuste fiscal com crescimento, "que podem e devem vir juntos". Ela foi enfática ao apontar três desafios para o próximo período: "Trabalhar com metas realistas e factíveis para construir credibilidade; atuar para estabilizar e reduzir consistentemente a dívida pública; e fazer o que for preciso para retomar o crescimento sem guinadas e sem mudanças bruscas". Em outro trecho, Dilma afirmou que é preciso "ir além da tarefa de cortar gastos". Levy e os "urubólogos" não devem ter gostado do recado!
Em tempo-2: Os "urubólogos" da mídia não estão sós no seu pessimismo diante da escolha de Nelson Barbosa. O cambaleante Aécio Neves, que até agora não engoliu a sua derrota eleitoral, também está de porre! No seu palanque semanal na Folha tucana, ele lamentou nesta segunda-feira (21) a queda de Joaquim Levy, que só cometeu um erro: "Ter acreditado que a presidente Dilma havia mudado". Para ele, a nomeação de Nelson Barbosa "atende a pressões de parte do petismo" e será um desastre. "Das duas uma: ou agrada ao PT e agrava a crise econômica ou tenta implementar a agenda do antecessor que sai e que não teve apoio do partido, nem de Lula e de Dilma... Entre o Brasil e o PT, a presidente escolheu mais uma vez o PT. E como geralmente ocorre, quando o PT vence, quem perde é o Brasil".
O senador mineiro-carioca, um dos principais sabotadores da economia, precisa ser internado com a máxima urgência. Haja overdose de rancor e mágoa pela surra nas urnas!
Em tempo-3: Reproduzo abaixo dois textos publicados na Folha que destoam completamente da linha editorial da famiglia Frias - que cada vez menos tenta aparentar uma certa pluralidade:
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Antes tarde
Por André Singer - 19/12/2015
Após um ano trágico, a presidente Dilma Rousseff corrige o dramático erro que cometeu ao optar por Joaquim Levy e coloca no Ministério da Fazenda aquele que deveria ter sido o escolhido desde o início. Diante das opções moderadas que a correlação de forças provavelmente impunha naquele distante novembro de 2014, o economista Nelson Barbosa era a melhor escolha. Vamos ver o que conseguirá fazer agora que o país rola no despenhadeiro do austericídio.
As condições em que Barbosa assume são das mais difíceis. No entanto, chega ao comando da economia quando novo pacto de classe aponta no horizonte. Depois do fracasso do ensaio desenvolvimentista apoiado na coalizão entre trabalho e capital formalizada em maio de 2011, houve reagrupamento da burguesia em torno do ajuste recessivo. De 2013 em diante, a frente produtivista se desfez.
Foi necessário que, em 2015, uma das mais graves retrações em décadas ameaçasse não só as conquistas recentes dos empregados, mas igualmente a sobrevivência dos capitalistas, para que a unidade do setor produtivo começasse a se restabelecer. Na terça passada, representantes da CUT, da Força Sindical e de outras quatro centrais, junto a relevantes associações de empresários, entre elas a Confederação Nacional da Indústria (CNI), entregaram a Dilma documento sob o título "Compromisso pelo desenvolvimento".
De acordo com Clemente Ganz Lúcio, diretor do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a proposta, destinada a propiciar transição rápida para o crescimento, sugere a retomada do investimento público e privado em infraestrutura, em particular nos setores de petróleo e gás; o destravamento da área da construção; o incentivo à exportação industrial; a ampliação do capital de giro para as empresas e o fortalecimento do mercado interno.
A adesão do capital a essa agenda não é completa, como o demonstra a significativa ausência da Fiesp entre os signatários. Dada a fragilidade política do governo, a tarefa número um do novo ministro seria a de negociar o apoio dos até aqui recalcitrantes. Contudo, há sinais de que mesmo o setor financeiro estava insatisfeito com a política seguida por Levy, o que poderia facilitar em algo a tarefa de unificar a sociedade em torno de um horizonte construtivo.
Dada a profundidade do buraco econômico em que caímos e a gravidade da crise política, a missão do novo ministro é quase impossível. Mas depois de ter tomado caminho por completo equivocado, o lulismo volta aos próprios trilhos. Pode ser tarde demais para salvar paciente que respira por aparelhos, mas ao menos o médico intensivista quer fazê-lo. O anterior exalava evidente antipatia pelo doente.
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Vai tarde
Por Guilherme Boulos - 18/12/2015
A saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda é uma boa notícia. Levy entrou há um ano prometendo ajustar as contas, que hoje estão ainda mais desajustadas. Prometeu também uma "travessia para o crescimento", mas afundou o país em uma recessão histórica. Era o fiador do "grau de investimento". Este também se foi.
A questão agora é se a política econômica vai junto com o ministro. De nada adianta crucificar Levy e esquecer que foi Dilma quem o colocou e o manteve até agora. De nada adianta tirá-lo do cargo e deixar intocada a política suicida de austeridade. Seria trocar seis por meia dúzia.
O ajuste fiscal de Dilma e Levy - além de desastroso para os trabalhadores - jogou a economia num ciclo vicioso, alavancado pela redução do investimento público, a retração do consumo e o aumento dos juros.
O desestímulo à atividade produtiva e ao consumo popular reduziu consideravelmente a arrecadação. Em outubro, caiu 11,3% em relação ao ano anterior. A queda acumulada de 2015 chega próxima a 4%, levando à pior arrecadação em cinco anos. Redução da arrecadação significa desajuste fiscal.
Outro disparate foi o aumento galopante dos juros. Das eleições de 2014 para cá, a taxa Selic foi elevada em 3,25%. Segundo cálculo do economista João Luis Mascolo, realizado para a BBC, cada meio ponto percentual de aumento dos juros representa um ônus de até R$ 10 bilhões por ano para a União com o pagamento da dívida pública. Ou seja, R$ 65 bilhões de acréscimo com juros apenas em 2015. Novo desajuste fiscal.
Por isso, este ajuste não é apenas antipopular. Além de atacar direitos trabalhistas, cortar investimentos em programas sociais e produzir recessão e desemprego, nem sequer ajustou as contas. Ao contrário, ampliou o rombo.
Para manter o pacto com a elite financeira, Dilma reforçou a ideia do senso comum midiático que as dificuldades fiscais remetiam a gastos sociais elevados. Argumento falacioso de quem tem preguiça de ver os números. Muito mais do que programas sociais, o que pressiona o Orçamento são as desonerações fiscais e subsídios pelo BNDES –o Bolsa Empresário– e principalmente os escorchantes juros da dívida pública –o Bolsa Banqueiro.
Neste ano, estima-se a perda de R$ 104 bilhões em desonerações e R$ 25,5 bilhões em empréstimos subsidiados, que, aliás, foram ambos "compensados" pelos empresários com retração de investimentos e com demissões. O gasto com juros da dívida ultrapassou R$ 277 bilhões. A previsão para o Orçamento de 2016 é de R$ 304 bilhões, sem contar a amortização.
Já o investimento com o Bolsa Família foi de R$ 27 bilhões neste ano. Com o Fies de R$ 12 bilhões. O Minha Casa, Minha Vida foi praticamente paralisado em 2015. O ajuste fechou a torneira no andar debaixo e a manteve escancarada no andar de cima.
Essa política fracassou. Conseguiu de uma só vez agravar a recessão, retrair a indústria, ampliar o desemprego e atacar duramente os mais pobres. Só os bancos comemoram novo aumento de seus ganhos.
Levy vai tarde e não deixará saudades. Nelson Barbosa, o novo ministro, cumprirá as ordens da chefe. Resta saber quais serão elas. Afundar o país de vez na política de austeridade ou apontar caminhos populares para o enfrentamento da crise.
Por tudo o que temos visto, é difícil acreditar na segunda alternativa, mas talvez seja esta a última chance de Dilma Rousseff.
A saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda é uma boa notícia. Levy entrou há um ano prometendo ajustar as contas, que hoje estão ainda mais desajustadas. Prometeu também uma "travessia para o crescimento", mas afundou o país em uma recessão histórica. Era o fiador do "grau de investimento". Este também se foi.
A questão agora é se a política econômica vai junto com o ministro. De nada adianta crucificar Levy e esquecer que foi Dilma quem o colocou e o manteve até agora. De nada adianta tirá-lo do cargo e deixar intocada a política suicida de austeridade. Seria trocar seis por meia dúzia.
O ajuste fiscal de Dilma e Levy - além de desastroso para os trabalhadores - jogou a economia num ciclo vicioso, alavancado pela redução do investimento público, a retração do consumo e o aumento dos juros.
O desestímulo à atividade produtiva e ao consumo popular reduziu consideravelmente a arrecadação. Em outubro, caiu 11,3% em relação ao ano anterior. A queda acumulada de 2015 chega próxima a 4%, levando à pior arrecadação em cinco anos. Redução da arrecadação significa desajuste fiscal.
Outro disparate foi o aumento galopante dos juros. Das eleições de 2014 para cá, a taxa Selic foi elevada em 3,25%. Segundo cálculo do economista João Luis Mascolo, realizado para a BBC, cada meio ponto percentual de aumento dos juros representa um ônus de até R$ 10 bilhões por ano para a União com o pagamento da dívida pública. Ou seja, R$ 65 bilhões de acréscimo com juros apenas em 2015. Novo desajuste fiscal.
Por isso, este ajuste não é apenas antipopular. Além de atacar direitos trabalhistas, cortar investimentos em programas sociais e produzir recessão e desemprego, nem sequer ajustou as contas. Ao contrário, ampliou o rombo.
Para manter o pacto com a elite financeira, Dilma reforçou a ideia do senso comum midiático que as dificuldades fiscais remetiam a gastos sociais elevados. Argumento falacioso de quem tem preguiça de ver os números. Muito mais do que programas sociais, o que pressiona o Orçamento são as desonerações fiscais e subsídios pelo BNDES –o Bolsa Empresário– e principalmente os escorchantes juros da dívida pública –o Bolsa Banqueiro.
Neste ano, estima-se a perda de R$ 104 bilhões em desonerações e R$ 25,5 bilhões em empréstimos subsidiados, que, aliás, foram ambos "compensados" pelos empresários com retração de investimentos e com demissões. O gasto com juros da dívida ultrapassou R$ 277 bilhões. A previsão para o Orçamento de 2016 é de R$ 304 bilhões, sem contar a amortização.
Já o investimento com o Bolsa Família foi de R$ 27 bilhões neste ano. Com o Fies de R$ 12 bilhões. O Minha Casa, Minha Vida foi praticamente paralisado em 2015. O ajuste fechou a torneira no andar debaixo e a manteve escancarada no andar de cima.
Essa política fracassou. Conseguiu de uma só vez agravar a recessão, retrair a indústria, ampliar o desemprego e atacar duramente os mais pobres. Só os bancos comemoram novo aumento de seus ganhos.
Levy vai tarde e não deixará saudades. Nelson Barbosa, o novo ministro, cumprirá as ordens da chefe. Resta saber quais serão elas. Afundar o país de vez na política de austeridade ou apontar caminhos populares para o enfrentamento da crise.
Por tudo o que temos visto, é difícil acreditar na segunda alternativa, mas talvez seja esta a última chance de Dilma Rousseff.
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