Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
A Folha, hoje, dá manchete para o relatório da Comissão de Valores Mobiliários – vinculada ao Poder Executivo – onde se afirma que os ganhos de Eduardo Cunha no mercado financeiro, à custa de prejuízos para o fundo de pensão dos funcionários da companhia de água e esgotos (que metáfora!) do Rio de Janeiro superam cosmicamente qualquer obra do acaso.
O esquema era simples: Cunha e a Prece aplicavam recursos em fundo de uma corretora, que aplicava o “bolo”. Onde ganhava, 98% era de Cunha; onde perdia, dos da entidade de previdência:
“Para se ter uma ideia, a probabilidade de se obter uma taxa de sucesso de 98% ocorre em uma vez para cada 257 septilhões. Sabendo-se que a chance de ganhar a Mega Sena quando se faz a aposta mínima é de 1 em 50 milhões, verifica-se que a chance de uma taxa de sucesso de 98% é praticamente nula e decorre claramente de uma fraude”.
Muito bem, parabéns pela descoberta das falcatruas de Cunha…
Espere aí, descoberta?
Deviam assinar a matéria com o nome do repórter Leonardo Souza, que registou, na mesma Folha e há mais de DEZ ANOS, a maracutaia de Cunha, descrita em seu texto.
Que, aliás, foi pega por outro órgão do Executivo, a Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência, que aplicou as multas que eram de sua competência aplicar.
Não dá pra crer que a Procuradoria Geral da República não lesse os jornais, em 2005. Mesmo porque já havia a informação da chantagem de Cunha para abafar o caso.
Ou, quem sabe, a do coleguinha, gente boa, Sérgio Torres, na mesma Folha, dois anos depois, registrando que o Tribunal de Contas do Rio (até o Tribunal de Contas do Rio!) havia encontrado prejuízos milionários na Prece e via o dedo de Eduardo Cunha por lá.
Onde é que estiveram o MP e a Folha nesta “década perdida”?
Como é que Eduardo Cunha construiu seu império de poder e dinheiro e chegou à Presidência da Câmara?
Por uma simples razão: servia para chantagear e, depois, derrubar o Governo que odeiam.
Com todo o respeito ao trabalho dos profissionais que “requentaram” o assunto, com detalhes mais picantes, não houve descoberta alguma.
Há, sim, a revelação de um longo período de leniência e cumplicidade da mídia e do Ministério Público diante de Eduardo Cunha, que permitiu ao monstro tomar o gigantismo que tem hoje.
E que, ainda assim, pretendem-lhe aproveitar, dando legitimidade, algo de sua obra: o processo de impeachment.
No direito, há uma teoria de que a árvore que tem veneno em suas raízes o terá em seus frutos, sejam quais forem eles.
Com tudo o que sabem dele, e há tantos e tantos anos, pretender descer seu fruto goela abaixo da nação não pode ter outro sentido que não o de envenená-la.
A Folha, hoje, dá manchete para o relatório da Comissão de Valores Mobiliários – vinculada ao Poder Executivo – onde se afirma que os ganhos de Eduardo Cunha no mercado financeiro, à custa de prejuízos para o fundo de pensão dos funcionários da companhia de água e esgotos (que metáfora!) do Rio de Janeiro superam cosmicamente qualquer obra do acaso.
O esquema era simples: Cunha e a Prece aplicavam recursos em fundo de uma corretora, que aplicava o “bolo”. Onde ganhava, 98% era de Cunha; onde perdia, dos da entidade de previdência:
“Para se ter uma ideia, a probabilidade de se obter uma taxa de sucesso de 98% ocorre em uma vez para cada 257 septilhões. Sabendo-se que a chance de ganhar a Mega Sena quando se faz a aposta mínima é de 1 em 50 milhões, verifica-se que a chance de uma taxa de sucesso de 98% é praticamente nula e decorre claramente de uma fraude”.
Muito bem, parabéns pela descoberta das falcatruas de Cunha…
Espere aí, descoberta?
Deviam assinar a matéria com o nome do repórter Leonardo Souza, que registou, na mesma Folha e há mais de DEZ ANOS, a maracutaia de Cunha, descrita em seu texto.
Que, aliás, foi pega por outro órgão do Executivo, a Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência, que aplicou as multas que eram de sua competência aplicar.
Não dá pra crer que a Procuradoria Geral da República não lesse os jornais, em 2005. Mesmo porque já havia a informação da chantagem de Cunha para abafar o caso.
Ou, quem sabe, a do coleguinha, gente boa, Sérgio Torres, na mesma Folha, dois anos depois, registrando que o Tribunal de Contas do Rio (até o Tribunal de Contas do Rio!) havia encontrado prejuízos milionários na Prece e via o dedo de Eduardo Cunha por lá.
Onde é que estiveram o MP e a Folha nesta “década perdida”?
Como é que Eduardo Cunha construiu seu império de poder e dinheiro e chegou à Presidência da Câmara?
Por uma simples razão: servia para chantagear e, depois, derrubar o Governo que odeiam.
Com todo o respeito ao trabalho dos profissionais que “requentaram” o assunto, com detalhes mais picantes, não houve descoberta alguma.
Há, sim, a revelação de um longo período de leniência e cumplicidade da mídia e do Ministério Público diante de Eduardo Cunha, que permitiu ao monstro tomar o gigantismo que tem hoje.
E que, ainda assim, pretendem-lhe aproveitar, dando legitimidade, algo de sua obra: o processo de impeachment.
No direito, há uma teoria de que a árvore que tem veneno em suas raízes o terá em seus frutos, sejam quais forem eles.
Com tudo o que sabem dele, e há tantos e tantos anos, pretender descer seu fruto goela abaixo da nação não pode ter outro sentido que não o de envenená-la.
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