Por Altamiro Borges
Os poderosos banqueiros devem adorar a cavalgada golpista da oposição midiática-partidária para “sangrar” o governo Dilma e “matar” o ex-presidente Lula. Enquanto o circo pega fogo, eles seguem abocanhando altos lucros e ficam distantes dos holofotes da imprensa e das atenções da sociedade. E isto em plena crise econômica, reflexo da bancarrota do capitalismo mundial e dos erros do próprio governo. Milhares de trabalhadores são demitidos, os salários perdem valor, a União arrecada menos tributos... e os agiotas financeiros continuam enriquecendo. Nesta semana, o noticiário econômico divulgou, sem maior alarde, que o Bradesco, segundo maior banco privado do país, obteve um lucro líquido de R$ 17,2 bilhões no ano passado.
A repórter Giuliana Vallone, da agência internacional de notícias Reuters, registrou a flagrante contradição em matéria publicada nesta quinta-feira (28): “O Bradesco superou suas previsões de lucro, apoiado em maiores receitas com juros, seguros e tarifas, além de rígido controle das despesas, compensando com sobras o aumento da inadimplência e das provisões para calotes. O banco teve lucro líquido contábil – que exclui os efeitos extraordinários de créditos e provisões técnicas, entre outros itens – de R$ 17,190 bilhões em 2015, aumento nominal (sem descontar a inflação) de 13,9% em relação ao ano anterior, quando lucrou R$ 15,089 bilhões. ‘Esse é o balanço de atividades em um dos períodos mais complexos e desafiadores da história política e econômica do Brasil’, afirmou o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco, em teleconferência com jornalistas para comentar os resultados”.
O evidente absurdo, que confirma que o Brasil é um paraíso dos banqueiros, não foi motivo de comentários ácidos dos “analistas de mercado” – nome fictício dos porta-vozes dos rentistas – nos jornalões e emissoras de rádio e televisão. O site do Jornal do Brasil, que tem adotado uma linha editorial mais crítica nos últimos tempos, foi um dos poucos que tratou do assunto ofuscado pelo restante da mídia rentista. Vale conferir o seu editorial sobre os lucros absurdos dos banqueiros:
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Bancos aumentam seus lucros enquanto Brasil registra recordes de desemprego
O Brasil vive momento de crise em seus principais setores produtivos, além de renovar máximas históricas no nível de desemprego a cada novo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país perdeu o grau de investimento na avaliação de suas das três agências internacionais de risco, sua moeda segue se desvalorizando ante o dólar, e indústria e agricultura seguem com resultados desanimadores. Ainda assim, os bancos seguem divulgando lucros cada vez maiores no Brasil, na contramão dos setores que produzem.
Nesta quinta-feira (28), a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) trouxe que o país fechou dezembro com taxa de desocupação em 6,9%, pior resultado para o mês desde 2007. No acumulado de 2015, a taxa média de desemprego foi de 6,8%. De acordo com o IBGE, a elevação de 2 pontos percentuais entre um ano e outro foi a maior de toda a série anual da pesquisa, além de interromper a trajetória de queda do desemprego que vinha desde 2010.
Esta, porém, não foi a única má notícia divulgada nesta semana. Ontem (27), a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) informou que, em 2015, o setor industrial teve sua terceira queda anual consecutiva em faturamento. O recuo foi de 14,5%, para R$ 84,873 bilhões. As exportações somaram US$ 8,03 e as importações, US$ 18,82 bilhões – quedas de 16,2% e 23,3%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
Apenas neste setor, 45 mil postos de trabalhos foram fechados ao longo de 2015 e as perspectivas para este ano continuam sendo desanimadoras. A Abimaq estima que cerca de 20 mil vagas sejam eliminadas em 2016. Nesta quinta, durante o chamado Conselhão, a entidade presente sugerir ao governo federal a adoção de incentivos fiscais para que fábricas instaladas no Brasil possam renovar seus parques industriais.
O setor bancário, por outro lado, parece ser o único a não sentir os efeitos da crise que acomete o país. Também nesta quarta-feira, o espanhol Santander divulgou seu balanço de 2015. Na América Latina, o lucro da companhia cresceu 10% no ano passado, chegando a US$ 3,47 bilhões. Dentro do bloco, o Brasil foi o país com melhor desempenho – com lucro de US$ 1,77 bilhão, alta de 13,5% em relação ao período anterior.
Na Espanha, o lucro progrediu 18,2%, para 977 milhões de euros, apesar de um retrocesso dos créditos ao setor público e das reduzidas taxas de juros na zona do euro.
O clima de euforia, entretanto, parece não se estender a todos os países onde o banco atua. Nos Estados Unidos, o Santander teve queda de 21,3% em seu lucro de 2015, que somou US$ 773,21 milhões. No somatório de todo o grupo no quarto trimestre de 2015, o desempenho também recuou; o lucro líquido de US$ 27,12, ante os US$ 1,46 bilhão registrado em igual período de 2014.
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Os poderosos banqueiros devem adorar a cavalgada golpista da oposição midiática-partidária para “sangrar” o governo Dilma e “matar” o ex-presidente Lula. Enquanto o circo pega fogo, eles seguem abocanhando altos lucros e ficam distantes dos holofotes da imprensa e das atenções da sociedade. E isto em plena crise econômica, reflexo da bancarrota do capitalismo mundial e dos erros do próprio governo. Milhares de trabalhadores são demitidos, os salários perdem valor, a União arrecada menos tributos... e os agiotas financeiros continuam enriquecendo. Nesta semana, o noticiário econômico divulgou, sem maior alarde, que o Bradesco, segundo maior banco privado do país, obteve um lucro líquido de R$ 17,2 bilhões no ano passado.
A repórter Giuliana Vallone, da agência internacional de notícias Reuters, registrou a flagrante contradição em matéria publicada nesta quinta-feira (28): “O Bradesco superou suas previsões de lucro, apoiado em maiores receitas com juros, seguros e tarifas, além de rígido controle das despesas, compensando com sobras o aumento da inadimplência e das provisões para calotes. O banco teve lucro líquido contábil – que exclui os efeitos extraordinários de créditos e provisões técnicas, entre outros itens – de R$ 17,190 bilhões em 2015, aumento nominal (sem descontar a inflação) de 13,9% em relação ao ano anterior, quando lucrou R$ 15,089 bilhões. ‘Esse é o balanço de atividades em um dos períodos mais complexos e desafiadores da história política e econômica do Brasil’, afirmou o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco, em teleconferência com jornalistas para comentar os resultados”.
O evidente absurdo, que confirma que o Brasil é um paraíso dos banqueiros, não foi motivo de comentários ácidos dos “analistas de mercado” – nome fictício dos porta-vozes dos rentistas – nos jornalões e emissoras de rádio e televisão. O site do Jornal do Brasil, que tem adotado uma linha editorial mais crítica nos últimos tempos, foi um dos poucos que tratou do assunto ofuscado pelo restante da mídia rentista. Vale conferir o seu editorial sobre os lucros absurdos dos banqueiros:
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Bancos aumentam seus lucros enquanto Brasil registra recordes de desemprego
O Brasil vive momento de crise em seus principais setores produtivos, além de renovar máximas históricas no nível de desemprego a cada novo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país perdeu o grau de investimento na avaliação de suas das três agências internacionais de risco, sua moeda segue se desvalorizando ante o dólar, e indústria e agricultura seguem com resultados desanimadores. Ainda assim, os bancos seguem divulgando lucros cada vez maiores no Brasil, na contramão dos setores que produzem.
Nesta quinta-feira (28), a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) trouxe que o país fechou dezembro com taxa de desocupação em 6,9%, pior resultado para o mês desde 2007. No acumulado de 2015, a taxa média de desemprego foi de 6,8%. De acordo com o IBGE, a elevação de 2 pontos percentuais entre um ano e outro foi a maior de toda a série anual da pesquisa, além de interromper a trajetória de queda do desemprego que vinha desde 2010.
Esta, porém, não foi a única má notícia divulgada nesta semana. Ontem (27), a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) informou que, em 2015, o setor industrial teve sua terceira queda anual consecutiva em faturamento. O recuo foi de 14,5%, para R$ 84,873 bilhões. As exportações somaram US$ 8,03 e as importações, US$ 18,82 bilhões – quedas de 16,2% e 23,3%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
Apenas neste setor, 45 mil postos de trabalhos foram fechados ao longo de 2015 e as perspectivas para este ano continuam sendo desanimadoras. A Abimaq estima que cerca de 20 mil vagas sejam eliminadas em 2016. Nesta quinta, durante o chamado Conselhão, a entidade presente sugerir ao governo federal a adoção de incentivos fiscais para que fábricas instaladas no Brasil possam renovar seus parques industriais.
O setor bancário, por outro lado, parece ser o único a não sentir os efeitos da crise que acomete o país. Também nesta quarta-feira, o espanhol Santander divulgou seu balanço de 2015. Na América Latina, o lucro da companhia cresceu 10% no ano passado, chegando a US$ 3,47 bilhões. Dentro do bloco, o Brasil foi o país com melhor desempenho – com lucro de US$ 1,77 bilhão, alta de 13,5% em relação ao período anterior.
Na Espanha, o lucro progrediu 18,2%, para 977 milhões de euros, apesar de um retrocesso dos créditos ao setor público e das reduzidas taxas de juros na zona do euro.
O clima de euforia, entretanto, parece não se estender a todos os países onde o banco atua. Nos Estados Unidos, o Santander teve queda de 21,3% em seu lucro de 2015, que somou US$ 773,21 milhões. No somatório de todo o grupo no quarto trimestre de 2015, o desempenho também recuou; o lucro líquido de US$ 27,12, ante os US$ 1,46 bilhão registrado em igual período de 2014.
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