Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:
O golpismo tem sido o eixo da reação radical da direita brasileira após ter fracassado nas urnas. O método geralmente funciona em modo de revezamento. Quando não age em bloco, ora convoca os quartéis, ora bate à porta da Justiça com o intuito de interromper a normalidade constitucional.
Esses movimentos contam com o apoio e o aplauso da mídia.
Assim tem sido o comportamento dessas forças políticas. Intolerantes com as regras da democracia reagem radicalmente quando perdem a disputa do poder pelo voto dos eleitores.
Essa história, já longa, tem deixado um rastro de ódio na claudicante história da república brasileira.
Os insurgentes com todo o apoio que possuem sofreram, porém, mais derrotas até aqui. Mas quem os supera na disputa eleitoral paga preço alto. O presidente Getúlio Vargas, eleito contra eles, pagou com a vida.
Pagou Juscelino Kubitschek, quando pretendia voltar à Presidência, e pagou João Goulart, que assumiu após a renúncia de Jânio Quadros. JK e Jango foram para o exílio. Está pagando Lula, em seu nome e em nome de Dilma, pelas quatro competições vencidas. Querem ver na cadeia o ousado e desafiador metalúrgico.
O cerco de agora ao ex-presidente Lula é, em quase tudo, parecido com os métodos e os meios usados contra JK, acusado por “corrupção ativa e passiva”. Após autorizar a construção da ponte Brasil-Paraguai sem licitação, o presidente aumentou a reação dos perdedores, a UDN essencialmente, cobrando o preço da derrota.
JK balançou, mas não caiu e manteve o conhecido sorriso. O cerco ao ex-presidente Lula lembra em quase tudo o sofrimento político de Kubitschek. Quase por quê?
A dimensão da suposta propina recebida por JK na ocasião tinha um valor muito maior do que a soma, de hoje, do sítio em Atibaia e do triplex de um edifício plantado à beira-mar na esmaecida Guarujá, em São Paulo: um prédio de oito andares, na orla carioca. Mais precisamente na Avenida Vieira Souto, número 206, na glamourosa Ipanema, no Rio de Janeiro.
JK teria favorecido também a um empreiteiro ao não fazer licitação para a construção da ponte entre o Brasil e o Paraguai. Foi investigado por “corrupção ativa e passiva” no âmbito do Supremo Tribunal Federal.
Em 1971, no período mais punitivo da ditadura militar, a Ação Penal 529/71 foi arquivada na 5ª Vara Federal, no Rio, então Estado da Guanabara.
Votos dos ministros do STF estão anexados ao processo. Eis um trecho da decisão do ministro Gonçalves de Oliveira: “Não há indício de culpabilidade do presidente Juscelino Kubitschek. De resto, os inquéritos foram feitos sem nenhuma garantia de defesa...”
Nesse sentido caminha a devassa proposta pelos procuradores na vida da família Lula da Silva.
Se não fosse cassado, JK teria sido um candidato na eleição presidencial de 1965. Embora com viés político diferente, a situação aproxima JK de Lula, um nome imbatível para a eleição de 2018.
Vão prender Lula ou vão cancelar a eleição de 2018?
O golpismo tem sido o eixo da reação radical da direita brasileira após ter fracassado nas urnas. O método geralmente funciona em modo de revezamento. Quando não age em bloco, ora convoca os quartéis, ora bate à porta da Justiça com o intuito de interromper a normalidade constitucional.
Esses movimentos contam com o apoio e o aplauso da mídia.
Assim tem sido o comportamento dessas forças políticas. Intolerantes com as regras da democracia reagem radicalmente quando perdem a disputa do poder pelo voto dos eleitores.
Essa história, já longa, tem deixado um rastro de ódio na claudicante história da república brasileira.
Os insurgentes com todo o apoio que possuem sofreram, porém, mais derrotas até aqui. Mas quem os supera na disputa eleitoral paga preço alto. O presidente Getúlio Vargas, eleito contra eles, pagou com a vida.
Pagou Juscelino Kubitschek, quando pretendia voltar à Presidência, e pagou João Goulart, que assumiu após a renúncia de Jânio Quadros. JK e Jango foram para o exílio. Está pagando Lula, em seu nome e em nome de Dilma, pelas quatro competições vencidas. Querem ver na cadeia o ousado e desafiador metalúrgico.
O cerco de agora ao ex-presidente Lula é, em quase tudo, parecido com os métodos e os meios usados contra JK, acusado por “corrupção ativa e passiva”. Após autorizar a construção da ponte Brasil-Paraguai sem licitação, o presidente aumentou a reação dos perdedores, a UDN essencialmente, cobrando o preço da derrota.
JK balançou, mas não caiu e manteve o conhecido sorriso. O cerco ao ex-presidente Lula lembra em quase tudo o sofrimento político de Kubitschek. Quase por quê?
A dimensão da suposta propina recebida por JK na ocasião tinha um valor muito maior do que a soma, de hoje, do sítio em Atibaia e do triplex de um edifício plantado à beira-mar na esmaecida Guarujá, em São Paulo: um prédio de oito andares, na orla carioca. Mais precisamente na Avenida Vieira Souto, número 206, na glamourosa Ipanema, no Rio de Janeiro.
JK teria favorecido também a um empreiteiro ao não fazer licitação para a construção da ponte entre o Brasil e o Paraguai. Foi investigado por “corrupção ativa e passiva” no âmbito do Supremo Tribunal Federal.
Em 1971, no período mais punitivo da ditadura militar, a Ação Penal 529/71 foi arquivada na 5ª Vara Federal, no Rio, então Estado da Guanabara.
Votos dos ministros do STF estão anexados ao processo. Eis um trecho da decisão do ministro Gonçalves de Oliveira: “Não há indício de culpabilidade do presidente Juscelino Kubitschek. De resto, os inquéritos foram feitos sem nenhuma garantia de defesa...”
Nesse sentido caminha a devassa proposta pelos procuradores na vida da família Lula da Silva.
Se não fosse cassado, JK teria sido um candidato na eleição presidencial de 1965. Embora com viés político diferente, a situação aproxima JK de Lula, um nome imbatível para a eleição de 2018.
Vão prender Lula ou vão cancelar a eleição de 2018?
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