Por Anivaldo Padilha, no site Carta Maior:
A primeira atividade de 2016 do Fórum 21 tem uma natureza organizativa e emergencial. E não poderia ser diferente.
Estamos convocando um seminário interno para traçarmos as linhas de ação da entidade diante da deterioração acelerada da conjuntura política e econômica do país.
É imperioso alargar o horizonte da esperança na ação para que o país não seja engessado em um novo normal de perplexidade e rendição.
Portanto, este não é um convite para um exercício diletante de revisão da conjuntura. É uma convocação, para um esforço de reflexão que visa compreender, para agir.
O seminário “Política, Economia, Direito e Mídia: os fundamentos da crise”, agora em março, aglutinará vozes ecumênicas, que pavimentem um diálogo abrangente no mundo acadêmico e dele com as forças da sociedade.
O desafio é trazer transparência histórica a um ambiente democrático aturdido pela corrosão do estado de Direito, pela judicialização da política, pelo questionamento das urnas, pela ofensiva aos direitos sociais e pela desqualificação midiática da luta por um Brasil justo e soberano.
O terreno pantanoso requer organização para ser vencido.
A primeira atividade de 2016 do Fórum 21 tem uma natureza organizativa e emergencial. E não poderia ser diferente.
Estamos convocando um seminário interno para traçarmos as linhas de ação da entidade diante da deterioração acelerada da conjuntura política e econômica do país.
É imperioso alargar o horizonte da esperança na ação para que o país não seja engessado em um novo normal de perplexidade e rendição.
Portanto, este não é um convite para um exercício diletante de revisão da conjuntura. É uma convocação, para um esforço de reflexão que visa compreender, para agir.
O seminário “Política, Economia, Direito e Mídia: os fundamentos da crise”, agora em março, aglutinará vozes ecumênicas, que pavimentem um diálogo abrangente no mundo acadêmico e dele com as forças da sociedade.
O desafio é trazer transparência histórica a um ambiente democrático aturdido pela corrosão do estado de Direito, pela judicialização da política, pelo questionamento das urnas, pela ofensiva aos direitos sociais e pela desqualificação midiática da luta por um Brasil justo e soberano.
O terreno pantanoso requer organização para ser vencido.
Antes de conversar publicamente, vamos nos preparar, definindo uma agenda temática de debates.
Para a diretoria do Fórum 21 está claro que o eixo é a política. Mas em suas várias faces.
Para a diretoria do Fórum 21 está claro que o eixo é a política. Mas em suas várias faces.
Para dialogar com os acontecimentos em curso temos que associar política e Direito, política e economia, política e mídia, evidenciando o campo unificado de poder que dificulta o discernimento social sobre o passo seguinte do desenvolvimento brasileiro.
Na esfera do Direito, por exemplo, está evidente que o uso político da Justiça no país, cada vez mais intenso, constrange a liberdade individual e partidária. Mecanismos de controle dos abusos cometidos por setores do Judiciário devem ser discutidos.
A deliberada omissão das determinações internacionais no diagnóstico conservador da crise econômica, é outro flanco a ser radiografado.
Ocultá-lo, como faz a mídia, restringe a compreensão dos desafios e, portanto, o acervo das soluções. Pavimenta-se, assim, a demonização de organizações, agendas, programas e lideranças progressistas.
O risco, e ele é cada vez maior, é adotar-se como redentoras, fórmulas que deram origem ao colapso mundial.
A saber: décadas de arrocho sobre o rendimento do trabalho nas economias ricas; mimos tributários que promoveram o fastígio dos endinheirados --e o definhamento fiscal do Estado; desigualdade crescente , edulcorada com doses maciças de crédito, a dar funcionalidade à espiral descendente do emprego formal e dos direitos universais.
Esse é um ponto obsessivamente interditado no debate brasileiro.
Os interesses e as práticas que levaram a economia mundial à mais longa convalescença de todas as crises do capitalismo desde o século XX, são vendidos aqui como opção virtuosa aos conflitos que marcam a luta pelo desenvolvimento brasileiro.
A duração da crise mundial desmente a eficácia dessas respostas.
O que avulta, ao contrário – e hoje já é admitido por organismos insuspeitos de filiação à esquerda, como o FMI, o Banco Mundial e a OCDE— é a insuficiência estrutural da demanda em uma economia a serviço de bancos e rentistas.
Hoje, segundo a Oxfam, apenas 62 famílias detém tanta riqueza quanto 3,6 bilhões de seres humanos (metade da humanidade). Em contrapartida, US$ 6 trilhões em capitais ociosos repousam em juros negativos, dissociados do principal motor do desenvolvimento: o investimento produtivo
É essa contradição intrínseca aos mercados desregulados, que se irradia derrubando cotações e contraindo o comércio internacional.
E é ela que se tenta vender agora como o ‘novo normal’, como se ‘anormal’ fosse a resistência do país em submeter a sorte da sociedade à lógica desordenada produzida pelos mercados.
O imenso poder político do capital financeiro é um traço constitutivo desse desarranjo sistêmico, que nem mesmo a adoção paradoxal de taxas e juros negativas, nas economias ricas, consegue reordenar.
No caso brasileiro, a receita inversa, juros siderais da dívida pública - uma sangria equivalente a 8% do PIB - tampouco consegue controlar a inflação.
Não pode ser subestimado o papel da mídia na manutenção desses constrangimentos estruturais.
O oligopólio da comunicação brasileira configura hoje, juntamente com o Judiciário e parte significativa do capital financeiro, um campo unificado de poder que ataca o Estado democrático de direito, e o faz da forma virulenta como estamos vendo.
Funcionária do capital financeiro, a mídia detém o poder de plasmar os sentimentos da sociedade.
A construção do ódio político traz essa denominação de origem concentrada. O uso da linguagem selvagem, machista e preconceituosa pauta a desinformação brasileira e essa ameaça à democracia não pode mais ser subestimada.
Em sua primeira atividade do ano, o Fórum 21 promoverá seminários internos em seus núcleos estaduais.
O passo seguinte será a organização de grandes mesas de debate abertas ao público, inaugurando assim o diálogo direto entre a nossa entidade e a sociedade brasileira.
Na esfera do Direito, por exemplo, está evidente que o uso político da Justiça no país, cada vez mais intenso, constrange a liberdade individual e partidária. Mecanismos de controle dos abusos cometidos por setores do Judiciário devem ser discutidos.
A deliberada omissão das determinações internacionais no diagnóstico conservador da crise econômica, é outro flanco a ser radiografado.
Ocultá-lo, como faz a mídia, restringe a compreensão dos desafios e, portanto, o acervo das soluções. Pavimenta-se, assim, a demonização de organizações, agendas, programas e lideranças progressistas.
O risco, e ele é cada vez maior, é adotar-se como redentoras, fórmulas que deram origem ao colapso mundial.
A saber: décadas de arrocho sobre o rendimento do trabalho nas economias ricas; mimos tributários que promoveram o fastígio dos endinheirados --e o definhamento fiscal do Estado; desigualdade crescente , edulcorada com doses maciças de crédito, a dar funcionalidade à espiral descendente do emprego formal e dos direitos universais.
Esse é um ponto obsessivamente interditado no debate brasileiro.
Os interesses e as práticas que levaram a economia mundial à mais longa convalescença de todas as crises do capitalismo desde o século XX, são vendidos aqui como opção virtuosa aos conflitos que marcam a luta pelo desenvolvimento brasileiro.
A duração da crise mundial desmente a eficácia dessas respostas.
O que avulta, ao contrário – e hoje já é admitido por organismos insuspeitos de filiação à esquerda, como o FMI, o Banco Mundial e a OCDE— é a insuficiência estrutural da demanda em uma economia a serviço de bancos e rentistas.
Hoje, segundo a Oxfam, apenas 62 famílias detém tanta riqueza quanto 3,6 bilhões de seres humanos (metade da humanidade). Em contrapartida, US$ 6 trilhões em capitais ociosos repousam em juros negativos, dissociados do principal motor do desenvolvimento: o investimento produtivo
É essa contradição intrínseca aos mercados desregulados, que se irradia derrubando cotações e contraindo o comércio internacional.
E é ela que se tenta vender agora como o ‘novo normal’, como se ‘anormal’ fosse a resistência do país em submeter a sorte da sociedade à lógica desordenada produzida pelos mercados.
O imenso poder político do capital financeiro é um traço constitutivo desse desarranjo sistêmico, que nem mesmo a adoção paradoxal de taxas e juros negativas, nas economias ricas, consegue reordenar.
No caso brasileiro, a receita inversa, juros siderais da dívida pública - uma sangria equivalente a 8% do PIB - tampouco consegue controlar a inflação.
Não pode ser subestimado o papel da mídia na manutenção desses constrangimentos estruturais.
O oligopólio da comunicação brasileira configura hoje, juntamente com o Judiciário e parte significativa do capital financeiro, um campo unificado de poder que ataca o Estado democrático de direito, e o faz da forma virulenta como estamos vendo.
Funcionária do capital financeiro, a mídia detém o poder de plasmar os sentimentos da sociedade.
A construção do ódio político traz essa denominação de origem concentrada. O uso da linguagem selvagem, machista e preconceituosa pauta a desinformação brasileira e essa ameaça à democracia não pode mais ser subestimada.
Em sua primeira atividade do ano, o Fórum 21 promoverá seminários internos em seus núcleos estaduais.
O passo seguinte será a organização de grandes mesas de debate abertas ao público, inaugurando assim o diálogo direto entre a nossa entidade e a sociedade brasileira.
* Anivaldo Padilha é presidente do Fórum-21.
Grato Aníbal!
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