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A possibilidade de um golpe de Estado contra o governo Dilma Rousseff é real e inegável, mas a reação da sociedade civil está crescendo e a possibilidade de barrar as conspirações também aumenta. Essa opinião é compartilhada pela historiadora Maria Victoria Benevides e pelo cientista político Francisco Fonseca, da Fundação Getúlio Vargas. “Estou com medo de golpe. Estou com medo da convulsão social que pode vir, mas acredito que existe resistência, que há saídas jurídicas se houver um mínimo de espírito público e bom senso no Supremo Tribunal Federal”, diz Maria Victoria.
"Acredito na possibilidade de golpismo, embora haja uma série de iniciativas, não apenas de manifestações, mas ações jurídicas, manifestos, pedidos importantes encaminhados ao STF mostrando a violação de regras básicas constitucionais pela operação Lava Jato”, diz a historiadora.
“Que o Serra e o PSDB estão em articulação para o golpe de Estado e pensando no pós-golpe, é muito claro. A questão é saber se vai ter golpe. Me parece que as forças democráticas e legalistas estão se reorganizando no sentindo de impedir o golpe”, diz Fonseca. Ele lembra, para ilustrar as articulações cada vez mais evidentes pela derrubada do governo, da reunião fotografada pelo jornalista Ilimar Franco (O Globo), dia 16, mostrando o ministro do STF Gilmar Mendes, o senador José Serra (PSDB-SP) e o economista Armínio Fraga em um almoço. “O Serra é do PSDB, claramente um partido golpista hoje. As falas, as movimentações, tudo em torno do PSDB é em prol do golpismo. E que o Serra tem uma relação histórica de bastidores, de movimentos muito pouco claros, é evidente”, diz.
Fonseca menciona o célebre Caso Lunus, de 2002, quando uma operação da Polícia Federal apreendeu R$ 1,3 milhão na sede da construtora Lunus, em São Luís, e tirou do páreo a então pré-candidata à presidência Roseana Sarney. “A meu ver não espanta Serra estar em intensa articulação”, diz Fonseca.
Para Maria Victoria, a possibilidade de golpe é ainda mais real quando se sabe da movimentação de Serra. “Tendo alguém sem nenhum escrúpulo como José Serra, aliado com uma turma da pesada, o golpe pode ocorrer e sair vitorioso. Mas haverá resistência, e essa resistência pode ser pesada.”
A professora afirma também não ter “a menor confiança” em Serra inclusive por sua trajetória política, de quem mudou de um radical esquerdista nos anos 1960 para o político que hoje articula a derrubada de um governo eleito nas urnas. “Não tenho nenhuma relação pessoal com Serra e essa minha posição é por acompanhar a carreira dele. No grande comício de 13 de março (de 1964), no qual Jango defendeu as reformas, o discurso do Serra, como líder da UNE, foi o mais radical”. O perfil de Serra de 1964, que fez “radical” discurso pró-Jango, é o extremo oposto do que exibe hoje.
Maria Victoria lembra ainda que existe no momento uma clara “corrida no Congresso”, capitaneada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para apressar a votação do impeachment. “O que menos conta é aquilo que a Lava Jato passa à população como principal, que é a busca da verdade e a punição em relação à corrupção. Toda essa história de perseguir corrupto é uma farsa. O que está em causa é derrubar o governo e a liderança popular e política de Luiz Inácio Lula da Silva.”
PMDB e Temer
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada hoje, José Serra defendeu a renúncia de Dilma e afirmou: “Ocorrendo o impeachment, assume o Michel Temer. Não acredito que o afastamento da presidente vá se dar pelo TSE por uma questão de tempo, e a crise se aprofunda exponencialmente a cada semana. O Michel Temer assumindo, eu diria que deveria se batalhar para se formar um governo de união e de reconstrução nacional”.
Mais tarde, em nota, o PMDB, cujo presidente é o próprio vice-presidente Michel Temer, rebateu as declarações do tucano. "PMDB declara que Michel Temer não tem porta-voz. Não discute cenários políticos para o futuro governo e não delegou a ninguém anúncio de decisões sobre sua vida pública", disse o partido. "Quando, se tiver que anunciar algum posicionamento, ele mesmo o fará, pessoalmente, sem intermediários”, acrescentou.
"Acredito na possibilidade de golpismo, embora haja uma série de iniciativas, não apenas de manifestações, mas ações jurídicas, manifestos, pedidos importantes encaminhados ao STF mostrando a violação de regras básicas constitucionais pela operação Lava Jato”, diz a historiadora.
“Que o Serra e o PSDB estão em articulação para o golpe de Estado e pensando no pós-golpe, é muito claro. A questão é saber se vai ter golpe. Me parece que as forças democráticas e legalistas estão se reorganizando no sentindo de impedir o golpe”, diz Fonseca. Ele lembra, para ilustrar as articulações cada vez mais evidentes pela derrubada do governo, da reunião fotografada pelo jornalista Ilimar Franco (O Globo), dia 16, mostrando o ministro do STF Gilmar Mendes, o senador José Serra (PSDB-SP) e o economista Armínio Fraga em um almoço. “O Serra é do PSDB, claramente um partido golpista hoje. As falas, as movimentações, tudo em torno do PSDB é em prol do golpismo. E que o Serra tem uma relação histórica de bastidores, de movimentos muito pouco claros, é evidente”, diz.
Fonseca menciona o célebre Caso Lunus, de 2002, quando uma operação da Polícia Federal apreendeu R$ 1,3 milhão na sede da construtora Lunus, em São Luís, e tirou do páreo a então pré-candidata à presidência Roseana Sarney. “A meu ver não espanta Serra estar em intensa articulação”, diz Fonseca.
Para Maria Victoria, a possibilidade de golpe é ainda mais real quando se sabe da movimentação de Serra. “Tendo alguém sem nenhum escrúpulo como José Serra, aliado com uma turma da pesada, o golpe pode ocorrer e sair vitorioso. Mas haverá resistência, e essa resistência pode ser pesada.”
A professora afirma também não ter “a menor confiança” em Serra inclusive por sua trajetória política, de quem mudou de um radical esquerdista nos anos 1960 para o político que hoje articula a derrubada de um governo eleito nas urnas. “Não tenho nenhuma relação pessoal com Serra e essa minha posição é por acompanhar a carreira dele. No grande comício de 13 de março (de 1964), no qual Jango defendeu as reformas, o discurso do Serra, como líder da UNE, foi o mais radical”. O perfil de Serra de 1964, que fez “radical” discurso pró-Jango, é o extremo oposto do que exibe hoje.
Maria Victoria lembra ainda que existe no momento uma clara “corrida no Congresso”, capitaneada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para apressar a votação do impeachment. “O que menos conta é aquilo que a Lava Jato passa à população como principal, que é a busca da verdade e a punição em relação à corrupção. Toda essa história de perseguir corrupto é uma farsa. O que está em causa é derrubar o governo e a liderança popular e política de Luiz Inácio Lula da Silva.”
PMDB e Temer
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada hoje, José Serra defendeu a renúncia de Dilma e afirmou: “Ocorrendo o impeachment, assume o Michel Temer. Não acredito que o afastamento da presidente vá se dar pelo TSE por uma questão de tempo, e a crise se aprofunda exponencialmente a cada semana. O Michel Temer assumindo, eu diria que deveria se batalhar para se formar um governo de união e de reconstrução nacional”.
Mais tarde, em nota, o PMDB, cujo presidente é o próprio vice-presidente Michel Temer, rebateu as declarações do tucano. "PMDB declara que Michel Temer não tem porta-voz. Não discute cenários políticos para o futuro governo e não delegou a ninguém anúncio de decisões sobre sua vida pública", disse o partido. "Quando, se tiver que anunciar algum posicionamento, ele mesmo o fará, pessoalmente, sem intermediários”, acrescentou.
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