domingo, 13 de março de 2016

Marta Suplicy é expulsa da Paulista

Por Altamiro Borges

A traição pode custar muito caro para a senadora Marta Suplicy. Segundo matéria do site HuffPost, a pré-candidata do PMDB à prefeitura de São Paulo foi duramente hostilizada na marcha golpista deste domingo (13). "A parlamentar foi praticamente expulsa quando concedia uma entrevista na Avenida Paulista, em frente à sede da Federação das Indústrias de São Paulo. Ela foi alvo de gritos como 'vira casaca', 'fora PT' e 'perua'. Por isso, ela teve que retornar ao edifício da Fiesp, que é presidida por seu companheiro de partido, Paulo Skaf". 

Cheia de mágoas, Marta Suplicy deixou o PT no início de 2015. Graças à sigla, ela foi eleita deputada federal, prefeitura da capital paulista e senadora - sempre com a mobilização da militância petista e os recursos financeiros da legenda. Ao ver descartado o seu sonho presidencial e ao sentir a crescente onda conservadora na sociedade, a senadora optou por trocar oportunisticamente de partido. Flertou com o PSB, mas acabou ingressando no PMDB - sendo recebida aos beijos pelo correntista suíço Eduardo Cunha. Na maior caradura, ela tentou mudar sua imagem, passando a criticar raivosamente a presidenta Dilma - isto após ter ocupado o seu ministério sem qualquer crítica ou histeria.

A tentativa de seduzir a elite paulistana, porém, parece que não deu resultado. O botox do cinismo não foi suficiente. Rejeitada nos bairros populares por sua traição - inclusive com dificuldades para promover reuniões na periferia -, ela não é de confiança para os ricaços. Segue sendo tratada como "perua" e outros adjetivos impublicáveis. Como afirma o blogueiro Renato Rovai, no seu primeiro "teste de rua com os novos amigos" a pré-candidata à prefeitura da capital se deu mal. Confira abaixo o texto:

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Marta faz o teste da rua com os novos amigos e é expulsa aos gritos de perua

A senadora Marta Suplicy que se elegeu graças aos votos daqueles que ela hoje xinga e desrespeita, teve seu teste de rua hoje na manifestação daqueles contra quem sempre lutou.

Marta foi à Avenida Paulista, em frente à Fiesp, de camisa amarela, toda maquiada e logo foi percebida pela imprensa.

Jornalistas se aglomeraram no seu entorno para entrevistá-la. E aí deu-se o ridículo.

Enquanto a senadora lascava o pau em Dilma, no PT e nos sujos e mal lavados que a elegeram, a turma limpinha que ela pensa fazer parte, foi para cima.

Aos gritos de “perua”, “vira casaca” e “fora PT”, os manifestantes não deixaram a senadora falar.

Marta teve de sair dali e voltar correndo para dentro do prédio da Fiesp, onde terá de esperar a manifestação acabar para poder voltar para casa.

Marta não tem como andar no meio deles e nem mais no meio daqueles que a elegeram senadora. Porque se tem algo que o povo não perdoa é traição.

Marta poderia ter saído do PT, como tantos outros já fizeram. Como Erundina, por exemplo. Mas preferiu fazê-lo de forma desastrada, jogando no lixo toda a sua história.

E achou que com isso seria recebida de braços abertos pela elite. Mas a vida é mais complexa. A luta política é bem mais complexa.

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