Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Os gritos de “Temer Presidente” da reunião do PMDB, que conta já ter derrubado o governo, são a expressão patética de quem entende a política apenas como um jogo de apoios, intrigas, cargos e golpes de esperteza.
Num país onde nenhuma força política é capaz de se sustentar sozinha no governo, é inacreditável que a cúpula do PMDB – e a cúpula do PMDB hoje são Temer, Renan e Cunha – ache que possa se manter no poder apenas com acertos conchavados e entrega de nacos do governo ao PSDB e ao baixo clero da Câmara.
Li no Facebook – não cito o autor por não saber se o nome conhecido corresponde à realidade – que ” Temer, e o PMDB, se preparam para praticar a segunda coisa que melhor sabem fazer: trair. A primeira é se aliar a quem quer que seja. A grande questão é que por mais que a traição agrade a alguns setores, ninguém perdoa os traidores. Michel Temer entrará particularmente para a história como um Judas em busca de suas trinta moedas. O seu destino, tal qual Judas, será a corda ao pescoço”.
No século 21, numa sociedade de massas e na sexta, sétima ou oitava economia do mundo (depende das circunstâncias qual delas) como é o Brasil, Governo algum é capaz de se sustentar sem legitimidade.
Vejam que mesmo com a eleição de 2014, bastou a não aceitação do resultado e a adoção do programa econômico do adversário para que a legitimidade de Dilma, ainda que com votos, se corroesse.
Que dirá a de quem não teve e não teria voto algum.
Há uma deficiência de leitura política da elite brasileira própria e coerente com o seu atraso.
Somos uma sociedade de massas, muito, mas muito mais do que éramos há meio século, quando um golpe militar e político teve poder para implantar a censura e o medo.
O que vão fazer com a internet? Desplugá-la? Abolir o Facebook, encarcerar blogueiros, mandá-los ao exílio?
Só rindo sarcasticamente disso.
‘Temer Presidente” pode ser gritado num salão com um cento de políticos, mas não pode ser gritado em esquina alguma do país.
A história do golpe de 2016 passa-se, paradoxalmente, antes em seu futuro que em seu presente.
Neste, dado o estado vergonhoso das instituições, poderá até prevalecer.
Mas, no “day after“, não terá como se impor.
Seremos um país sem governo legítimo, sequer legítimo na alegação de que teve votos para se constituir.
Nem mesmo nos atos da direita na Avenida Paulista terá aceitação, se não lhes der sangue humano para beber.
Com Temer ou sem ele, ou caminho de um governo nascido do golpe é o do autoritarismo.
E o autoritarismo é o passado, do qual o poeta, este vidente, já cantou: ” é uma roupa que não nos serve mais”.
Os gritos de “Temer Presidente” da reunião do PMDB, que conta já ter derrubado o governo, são a expressão patética de quem entende a política apenas como um jogo de apoios, intrigas, cargos e golpes de esperteza.
Num país onde nenhuma força política é capaz de se sustentar sozinha no governo, é inacreditável que a cúpula do PMDB – e a cúpula do PMDB hoje são Temer, Renan e Cunha – ache que possa se manter no poder apenas com acertos conchavados e entrega de nacos do governo ao PSDB e ao baixo clero da Câmara.
Li no Facebook – não cito o autor por não saber se o nome conhecido corresponde à realidade – que ” Temer, e o PMDB, se preparam para praticar a segunda coisa que melhor sabem fazer: trair. A primeira é se aliar a quem quer que seja. A grande questão é que por mais que a traição agrade a alguns setores, ninguém perdoa os traidores. Michel Temer entrará particularmente para a história como um Judas em busca de suas trinta moedas. O seu destino, tal qual Judas, será a corda ao pescoço”.
No século 21, numa sociedade de massas e na sexta, sétima ou oitava economia do mundo (depende das circunstâncias qual delas) como é o Brasil, Governo algum é capaz de se sustentar sem legitimidade.
Vejam que mesmo com a eleição de 2014, bastou a não aceitação do resultado e a adoção do programa econômico do adversário para que a legitimidade de Dilma, ainda que com votos, se corroesse.
Que dirá a de quem não teve e não teria voto algum.
Há uma deficiência de leitura política da elite brasileira própria e coerente com o seu atraso.
Somos uma sociedade de massas, muito, mas muito mais do que éramos há meio século, quando um golpe militar e político teve poder para implantar a censura e o medo.
O que vão fazer com a internet? Desplugá-la? Abolir o Facebook, encarcerar blogueiros, mandá-los ao exílio?
Só rindo sarcasticamente disso.
‘Temer Presidente” pode ser gritado num salão com um cento de políticos, mas não pode ser gritado em esquina alguma do país.
A história do golpe de 2016 passa-se, paradoxalmente, antes em seu futuro que em seu presente.
Neste, dado o estado vergonhoso das instituições, poderá até prevalecer.
Mas, no “day after“, não terá como se impor.
Seremos um país sem governo legítimo, sequer legítimo na alegação de que teve votos para se constituir.
Nem mesmo nos atos da direita na Avenida Paulista terá aceitação, se não lhes der sangue humano para beber.
Com Temer ou sem ele, ou caminho de um governo nascido do golpe é o do autoritarismo.
E o autoritarismo é o passado, do qual o poeta, este vidente, já cantou: ” é uma roupa que não nos serve mais”.
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