Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:
Delfim Netto disse certa vez que em algum momento o PT teria que ganhar, fracassaria e os deixaria governar o país com calma. O PT ganhou em 2002, deu certo, seguiu ganhando em 2006, em 2010, em 2014 e tem todas as possibilidades de ganhar em 2018.
Assim, a possibilidade da direita de voltar a governar o Brasil não se dá em condições nem de fracasso dos governos do PT, nem de calma. Aposta na alternativa que achou possível – um vice presidente medíocre, envolvido em corrupção, incompetente, desastrado, mas é o que lhe foi possível – e a direita, em pânico, joga essa possibilidade: a do golpe branco e a do governo de desespero.
Com uma maioria simples no Senado, a direita começa sua aventura de fazer uma experiência macabra no Brasil do laboratório fracassado das políticas neoliberais. Sem apoio popular, meio sem jeito, por se valer de políticos desprestigiados e corruptos, a direita tenta aparecer como um governo que vai resgatar o país da crise. Busca os feiticeiros do neoliberalismo para submeter o povo a novos experimentos funestos.
Os nomes vão saindo, entre políticos que buscam abrigo contra processos de corrupção, economistas representantes dos grandes bancos privados, todos derrotados nas eleições. Mas permite aos golpistas tomar iniciativa, ocupar espaços na mídia com as especulações dos prontuários dos cogitados.
Eles avançam, afoitos, para se voltar a se apropriar do botim do Estado brasileiro. Mais nervosos do que contentes, diante dos riscos que comporta sua aventura, sem apoio popular, sem legitimidade institucional, com uma condenação internacional unânime e com planos suicidas para um governo que precisaria obter apoio popular.
Depois da votação na Câmara e da provável votação no Senado, os golpistas recuperaram a iniciativa e a formação do governo se tornou o centro da via política nacional, dando como seguro o governo deles.
Como enfrentar essa onda de terror que eles projetam sobre o país?
Em primeiro lugar, denunciando como o programa que projetam é essencialmente antipopular, afetaria diretamente o nível de emprego, a renda e os direitos dos trabalhadores, e os recursos para políticas sociais. Em segundo lugar, afetaria o patrimônio nacional, em primeiro lugar a Petrobras e o pré-sal. Em terceiro lugar, seria um governo antidemocrático, não apenas porque se instala por meio de um golpe, mas porque a tentativa de aplicar um programa tão abertamente antipopular vai desembocar em repressão.
Mas não bastará a denúncia. Ela será a base das mobilizações, mas precisamos manter e ampliar. Uma vez levado a cabo esse processo de impeachment e a mudança de governo, será preciso atualizar as orientações políticas das mobilizações, para disputar com as iniciativas políticas do governo. Não bastam mais o “Não vai ter golpe” e a denúncia de que é um governo que nascerá de um golpe. É preciso atualizar a falta de legitimidade do governo e projetar a forma de participação do povo na solução da crise política.
Daí a importância das iniciativas políticas, que atualizem a denúncia do caráter ilegítimo de um governo Temer. Duas apareceram: uma de lutar diretamente por eleições diretas para presidente – sem deixar a luta pela manutenção do mandato da Dilma – e a outra, a convocação de consulta para saber se o povo quer novas eleições. Ambas cumprem o objetivo de ter proposta política e que supõe a participação de todo o povo, chamado a votar e decidir soberanamente quem dever ser presidente do Brasil, ao mesmo tempo que denuncia que o povo não aceita um presidente não eleito pelo voto direto do povo.
Os golpistas tentarão desmontar tudo o que possam, do patrimônio publico aos direitos sociais e aos recursos para políticas sociais, mas sabendo que sua vida é curta e a condenação pelo que façam será dura e implacável.
Em segundo lugar, seguir reiterando o quanto se trataria de um governo ilegítimo, saído de um golpe e que pretende governar com o programa e políticos e economistas derrotados em todas as eleições anteriores.
Assim, a possibilidade da direita de voltar a governar o Brasil não se dá em condições nem de fracasso dos governos do PT, nem de calma. Aposta na alternativa que achou possível – um vice presidente medíocre, envolvido em corrupção, incompetente, desastrado, mas é o que lhe foi possível – e a direita, em pânico, joga essa possibilidade: a do golpe branco e a do governo de desespero.
Com uma maioria simples no Senado, a direita começa sua aventura de fazer uma experiência macabra no Brasil do laboratório fracassado das políticas neoliberais. Sem apoio popular, meio sem jeito, por se valer de políticos desprestigiados e corruptos, a direita tenta aparecer como um governo que vai resgatar o país da crise. Busca os feiticeiros do neoliberalismo para submeter o povo a novos experimentos funestos.
Os nomes vão saindo, entre políticos que buscam abrigo contra processos de corrupção, economistas representantes dos grandes bancos privados, todos derrotados nas eleições. Mas permite aos golpistas tomar iniciativa, ocupar espaços na mídia com as especulações dos prontuários dos cogitados.
Eles avançam, afoitos, para se voltar a se apropriar do botim do Estado brasileiro. Mais nervosos do que contentes, diante dos riscos que comporta sua aventura, sem apoio popular, sem legitimidade institucional, com uma condenação internacional unânime e com planos suicidas para um governo que precisaria obter apoio popular.
Depois da votação na Câmara e da provável votação no Senado, os golpistas recuperaram a iniciativa e a formação do governo se tornou o centro da via política nacional, dando como seguro o governo deles.
Como enfrentar essa onda de terror que eles projetam sobre o país?
Em primeiro lugar, denunciando como o programa que projetam é essencialmente antipopular, afetaria diretamente o nível de emprego, a renda e os direitos dos trabalhadores, e os recursos para políticas sociais. Em segundo lugar, afetaria o patrimônio nacional, em primeiro lugar a Petrobras e o pré-sal. Em terceiro lugar, seria um governo antidemocrático, não apenas porque se instala por meio de um golpe, mas porque a tentativa de aplicar um programa tão abertamente antipopular vai desembocar em repressão.
Mas não bastará a denúncia. Ela será a base das mobilizações, mas precisamos manter e ampliar. Uma vez levado a cabo esse processo de impeachment e a mudança de governo, será preciso atualizar as orientações políticas das mobilizações, para disputar com as iniciativas políticas do governo. Não bastam mais o “Não vai ter golpe” e a denúncia de que é um governo que nascerá de um golpe. É preciso atualizar a falta de legitimidade do governo e projetar a forma de participação do povo na solução da crise política.
Daí a importância das iniciativas políticas, que atualizem a denúncia do caráter ilegítimo de um governo Temer. Duas apareceram: uma de lutar diretamente por eleições diretas para presidente – sem deixar a luta pela manutenção do mandato da Dilma – e a outra, a convocação de consulta para saber se o povo quer novas eleições. Ambas cumprem o objetivo de ter proposta política e que supõe a participação de todo o povo, chamado a votar e decidir soberanamente quem dever ser presidente do Brasil, ao mesmo tempo que denuncia que o povo não aceita um presidente não eleito pelo voto direto do povo.
Os golpistas tentarão desmontar tudo o que possam, do patrimônio publico aos direitos sociais e aos recursos para políticas sociais, mas sabendo que sua vida é curta e a condenação pelo que façam será dura e implacável.
Em segundo lugar, seguir reiterando o quanto se trataria de um governo ilegítimo, saído de um golpe e que pretende governar com o programa e políticos e economistas derrotados em todas as eleições anteriores.
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