Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
A posteridade terá que decifrar, no futuro, como um homem como Perrela teve poder para remover alguém como Dilma.
Perrela virou senador por herança. Era suplente de Itamar Franco, morto em 2011.
Quando você pensa que o circo em torno do impeachment não poderia piorar eis que aparece Zezé Perrela. Ele é integrante da Comissão do Senado que julga Dilma.
A posteridade terá que decifrar, no futuro, como um homem como Perrela teve poder para remover alguém como Dilma.
Perrela virou senador por herança. Era suplente de Itamar Franco, morto em 2011.
Era conhecido pelos anos em que foi presidente do Cruzeiro. Negócios obscuros surgiram em seu currículo de cartola. Perrela foi acusado de lavar dinheiro na venda de um jogador do Cruzeiro para a Europa.
O processo acabou dando no SFT, onde jaz há anos, para surpresa de ninguém.
No comando do Cruzeiro, Perrela se notabilizou também por aparecer em fotos em jogos ao lado de um cruzeirense de fama nacional, o amigo Aécio. Numa delas, a dupla não passaria num teste do bafômetro, claramente.
Mas a celebridade de Perrela não se deveu nem ao Cruzeiro e nem a Aécio. Ele brilhou quando um helicóptero seu foi apreendido pela Polícia Federal com quase meia tonelada de pasta de cocaína.
O piloto era seu funcionário.
Perrela conseguiu o milagre de escapar de qualquer investigação mais profunda. Um cidadão comum em cujo carro sejam descobertos míseros gramas de cocaína enfrenta um enrosco fenomenal.
Perrela, com seu “Helicoca”, está aí, julgando Dilma.
A amizade com Aécio pode tê-lo ajudado. A mídia, que batalhava freneticamente por Aécio na ocasião, quando o mineiro do Leblon estava em campanha para ser presidente, ignorou o caso.
O que um pedalinho mereceu 500 quilos de pasta de cocaína não mereceram nem da Polícia Federal e nem, muito menos, da mídia.
Falar de cocaína num escândalo em que era protagonista um amigo de Aécio poderia prejudicar o candidato da plutocracia.
Este é o Brasil, e estas são nossas instituições, que o eminente juiz Dias Toffoli diz, grave, que não podem ser ofendidas.
Num mundo menos imperfeito, Perrela agora estaria em sérios apuros por causa da mercadoria de seu helicóptero e Dilma seguiria em seu segundo mandato, para o qual foi eleita por mais de 54 milhões de votos.
Mas o Brasil é o que é, e o senador do Helicoca é um dos algozes de Dilma – e da democracia.
A única diferença entre o circo da Câmara e o circo do Senado é que o circo do Senado tem menos palhaços.
O processo acabou dando no SFT, onde jaz há anos, para surpresa de ninguém.
No comando do Cruzeiro, Perrela se notabilizou também por aparecer em fotos em jogos ao lado de um cruzeirense de fama nacional, o amigo Aécio. Numa delas, a dupla não passaria num teste do bafômetro, claramente.
Mas a celebridade de Perrela não se deveu nem ao Cruzeiro e nem a Aécio. Ele brilhou quando um helicóptero seu foi apreendido pela Polícia Federal com quase meia tonelada de pasta de cocaína.
O piloto era seu funcionário.
Perrela conseguiu o milagre de escapar de qualquer investigação mais profunda. Um cidadão comum em cujo carro sejam descobertos míseros gramas de cocaína enfrenta um enrosco fenomenal.
Perrela, com seu “Helicoca”, está aí, julgando Dilma.
A amizade com Aécio pode tê-lo ajudado. A mídia, que batalhava freneticamente por Aécio na ocasião, quando o mineiro do Leblon estava em campanha para ser presidente, ignorou o caso.
O que um pedalinho mereceu 500 quilos de pasta de cocaína não mereceram nem da Polícia Federal e nem, muito menos, da mídia.
Falar de cocaína num escândalo em que era protagonista um amigo de Aécio poderia prejudicar o candidato da plutocracia.
Este é o Brasil, e estas são nossas instituições, que o eminente juiz Dias Toffoli diz, grave, que não podem ser ofendidas.
Num mundo menos imperfeito, Perrela agora estaria em sérios apuros por causa da mercadoria de seu helicóptero e Dilma seguiria em seu segundo mandato, para o qual foi eleita por mais de 54 milhões de votos.
Mas o Brasil é o que é, e o senador do Helicoca é um dos algozes de Dilma – e da democracia.
A única diferença entre o circo da Câmara e o circo do Senado é que o circo do Senado tem menos palhaços.
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