domingo, 17 de julho de 2016

Lula será presidente da República outra vez

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Nem uma pesquisa flagrantemente manipulada, como a do Datafolha divulgada neste sábado (16 de julho), feita sob medida para influenciar a decisão dos senadores na votação do mérito do impeachment da presidenta Dilma, é capaz de esconder uma dura evidência para a elite brasileira: Luis Inácio Lula da Silva subirá a rampa do Palácio do Planalto, em 1º de janeiro de 2019, para cumprir seu terceiro mandato como presidente da República.

Esse operário nordestino é um fenômeno a ser estudado ainda por muitos anos. Massacrado pelo monopólio da mídia todo santo dia, Lula deveria ter zero de intenção de voto nas pesquisas sobre as eleições de 2018. Só que não. Ele não só aparece na frente nas sondagens como aumenta a diferença para a segunda colocada, Marina Silva, com Aécio ficando cada vez mais para trás.

Ah, mas as classes médias e alta, o aparato midiático e as ramificações golpistas incrustadas no Estado moverão mundos e fundos para tentar impedir a vitória de Lula, dirão alguns. É verdade.
Uma autêntica operação de guerra, a mais suja possível, será montada contra sua candidatura, lembrarão outros.Também é verdade. É inegável ainda que a popularidade do ex-presidente foi abalada pela sórdida perseguição sofrida nos últimos anos.

Mas existe um fator chamado dinâmica de campanha que deve ser levado em conta. Imbatível na arte de se comunicar com o povo, Lula nesse quesito, na comparação com outros candidatos, desponta como um profissional cercado de amadores por todos os lados. Como fala direito ao coração do povo, suas campanhas anteriores mostram que logo se estabelece uma química indissolúvel entre ele e os eleitores, especialmente os mais humildes. O estrato mais esclarecido e progressista da classe média também nunca lhe negou apoio.

Sem falar que o período eleitoral é o único no qual o monopólio dos meios de comunicação é quebrado. Com a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, notadamente com as inserções no intervalo da programação em horário nobre, é possível confrontar a informação mentirosa e partidarizada de Globo, Veja, Folha e Estadão. Em 2014, por exemplo, Dilma, que vinha com a popularidade em baixa desde as jornadas de junho de 2013, mostrou suas realizações na TV e derrotou Aécio e todo o estabelishment que ele representava.

Moral da história: se Lula não for preso ou inabilitado juridicamente para disputar a eleição, ele caminha a passos largos para uma vitória consagradora. O problema para Moro e sua República de Curitiba é que a cada dia tornam-se mais frágeis, inconsistentes e até ridículas as acusações relacionadas às obras no sítio de Atibaia e no apartamento de Guarujá. Não que o juiz de 1ª instância não seja capaz de mandar prender o Lula. O que deve lhe tirar o sono é a repercussão e as consequências de uma barbaridade como essa.

Sobre a pesquisa do Datafolha, é preciso ser um poço de alienação para não perceber a grosseira manipulação contida no resultado das respostas sobre a preferência das pessoas por Dilma ou Temer. Primeiro o Datafolha tem de explicar como o golpista que roubou a cadeira da presidenta consegue ter a preferência de 50% dos consultados para continuar, contra 32% que optaram pela volta de Dilma, se só 14% aprovam seu governo ilegítimo.

Depois, soa como uma piada de mau gosto a informação de que apenas 3% preferem eleição antecipada para presidente. Vários institutos, inclusive o Ibope, em pesquisas recentes atestaram que mais de 60% da população apoiam a tese da eleição como saída para a crise. Onde o Datafolha enfiou os números expressivos favoráveis à antecipação do pleito fica a critério de cada um imaginar.

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