Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:
Aquilo que estudamos no colégio e víamos como algo distante no tempo, sem chance alguma de se repetir, acaba de acontecer novamente.
Os tanques na rua não pegam bem em pleno século 21 (o fracassado golpe militar na Turquia não deixa dúvidas), então foram substituídos por Sérgio Moro e por setores da PF e do MPF para criar o clima propício ao golpe.
De resto, tudo muito parecido com 1964: barões da mídia manipulando a classe média, que, assustada e desorientada (em 64 com a propaganda anticomunista, em 2016 com a propaganda anti PT), dá um tiro de bazuca no próprio pé.
Empresários, principalmente de São Paulo, unidos para tirar um governo popular demais para o gosto dos donos do dinheiro.
E um STF no mínimo covarde chancelando novamente o grotesco ataque ao voto popular.
Outra semelhança com 64 é a diferença de caráter entre os golpistas e os defensores da democracia.
Se o presidente do Senado em 64, Auro Moura Andrade, teve que ouvir Tancredo Neves chamá-lo de canalha em plena tribuna, ao declarar vaga a presidência mesmo com João Goulart em território brasileiro, o neto de Tancredo, Aécio ‘derrotado nas urnas’ Neves, foi obrigado a relembrar das palavras do avô, por meio dos senadores Roberto Requião e Lindbergh Farias.
O “Canalha! Canalha! Canalha!” de Tancredo viajou no tempo e atingiu em cheio o seu neto, com toda a justiça.
Do lado dos defensores da democracia de 2016, a Vice-Procuradora Geral da República, ou seja, vice de Rodrigo Janot no MPF, questionada pela Veja por participar de um ato contra Temer em Portugal, disse:
Eu estou incomodada com essas coisas que estão acontecendo no Brasil. Acho que não foi da melhor forma possível. E pelas coisas que a gente sabe do Temer, não me agrada ter o Temer como presidente. Não me agrada mesmo. Ele não está sendo delatado? Eu sei que está.
Após, pediu exoneração do seu cargo de vice-procuradora, honrosamente.
Do lado dos golpistas de 2016, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, ao divulgar texto publicado no blog de Fausto Macedo, no Estadão, alterou-o para tirar o crédito dos peritos criminais pelos trabalhos de investigação e dá-lo todo ao delegado Márcio Anselmo, responsável pelo indiciamento de Lula no caso do tríplex. Segundo a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais,
Há várias modificações no texto, levando o leitor à percepção que esse tinha sido publicado com aquele conteúdo por prestigiados jornalistas. A ADPF não fez menção às alterações, ou seja, age no intuito de ludibriar a sociedade e transmitir visão diversa da externada pelos articulistas.
E qual era o teor da alteração? Dar a um delegado os créditos por todo o trabalho investigativo.
Esses pequenos exemplos da disparidade de caráter entre os que respeitam o voto popular e os que estão se lixando para a democracia são abundantes.
Basta lembrarmos que até mesmo os algozes de Dilma admitem que ela é honesta - e nem teria como ser diferente, porque não paira sobre ela nenhuma mísera acusação de corrupção ou enriquecimento pessoal ilícito -, enquanto Temer, o traidor, ostenta uma coleção invejável de esqueletos no armário (leiam aqui um resumo das acusações contra Temer feito pelo repórter Marcelo Auler).
Hoje é dia de luto.
Mas olhemos o lado positivo, até para termos forças para as batalhas que virão: a direita, após ser derrotada em quatro eleições presidenciais seguidas, mais uma vez sujou as suas mãos para chegar ao poder.
Só que dessa vez a porcalhada foi coberta em tempo real, divulgada e criticada pelo mundo todo.
A ascensão da internet e, através dela, de uma imprensa progressista está formando uma massa crítica que se espalha cada vez mais.
Nenhum império durou para sempre, não vai ser o da Globo que vai alcançar a eternidade.
A guerra contra o arbítrio, as opressões e as injustiças só terá fim quando a humanidade for extinta.
Até esse dia chegar, teremos muitas vitórias ainda.
Hoje é dia de luto, mas é também o dia do início da luta.
Aquilo que estudamos no colégio e víamos como algo distante no tempo, sem chance alguma de se repetir, acaba de acontecer novamente.
Os tanques na rua não pegam bem em pleno século 21 (o fracassado golpe militar na Turquia não deixa dúvidas), então foram substituídos por Sérgio Moro e por setores da PF e do MPF para criar o clima propício ao golpe.
De resto, tudo muito parecido com 1964: barões da mídia manipulando a classe média, que, assustada e desorientada (em 64 com a propaganda anticomunista, em 2016 com a propaganda anti PT), dá um tiro de bazuca no próprio pé.
Empresários, principalmente de São Paulo, unidos para tirar um governo popular demais para o gosto dos donos do dinheiro.
E um STF no mínimo covarde chancelando novamente o grotesco ataque ao voto popular.
Outra semelhança com 64 é a diferença de caráter entre os golpistas e os defensores da democracia.
Se o presidente do Senado em 64, Auro Moura Andrade, teve que ouvir Tancredo Neves chamá-lo de canalha em plena tribuna, ao declarar vaga a presidência mesmo com João Goulart em território brasileiro, o neto de Tancredo, Aécio ‘derrotado nas urnas’ Neves, foi obrigado a relembrar das palavras do avô, por meio dos senadores Roberto Requião e Lindbergh Farias.
O “Canalha! Canalha! Canalha!” de Tancredo viajou no tempo e atingiu em cheio o seu neto, com toda a justiça.
Do lado dos defensores da democracia de 2016, a Vice-Procuradora Geral da República, ou seja, vice de Rodrigo Janot no MPF, questionada pela Veja por participar de um ato contra Temer em Portugal, disse:
Eu estou incomodada com essas coisas que estão acontecendo no Brasil. Acho que não foi da melhor forma possível. E pelas coisas que a gente sabe do Temer, não me agrada ter o Temer como presidente. Não me agrada mesmo. Ele não está sendo delatado? Eu sei que está.
Após, pediu exoneração do seu cargo de vice-procuradora, honrosamente.
Do lado dos golpistas de 2016, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, ao divulgar texto publicado no blog de Fausto Macedo, no Estadão, alterou-o para tirar o crédito dos peritos criminais pelos trabalhos de investigação e dá-lo todo ao delegado Márcio Anselmo, responsável pelo indiciamento de Lula no caso do tríplex. Segundo a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais,
Há várias modificações no texto, levando o leitor à percepção que esse tinha sido publicado com aquele conteúdo por prestigiados jornalistas. A ADPF não fez menção às alterações, ou seja, age no intuito de ludibriar a sociedade e transmitir visão diversa da externada pelos articulistas.
E qual era o teor da alteração? Dar a um delegado os créditos por todo o trabalho investigativo.
Esses pequenos exemplos da disparidade de caráter entre os que respeitam o voto popular e os que estão se lixando para a democracia são abundantes.
Basta lembrarmos que até mesmo os algozes de Dilma admitem que ela é honesta - e nem teria como ser diferente, porque não paira sobre ela nenhuma mísera acusação de corrupção ou enriquecimento pessoal ilícito -, enquanto Temer, o traidor, ostenta uma coleção invejável de esqueletos no armário (leiam aqui um resumo das acusações contra Temer feito pelo repórter Marcelo Auler).
Hoje é dia de luto.
Mas olhemos o lado positivo, até para termos forças para as batalhas que virão: a direita, após ser derrotada em quatro eleições presidenciais seguidas, mais uma vez sujou as suas mãos para chegar ao poder.
Só que dessa vez a porcalhada foi coberta em tempo real, divulgada e criticada pelo mundo todo.
A ascensão da internet e, através dela, de uma imprensa progressista está formando uma massa crítica que se espalha cada vez mais.
Nenhum império durou para sempre, não vai ser o da Globo que vai alcançar a eternidade.
A guerra contra o arbítrio, as opressões e as injustiças só terá fim quando a humanidade for extinta.
Até esse dia chegar, teremos muitas vitórias ainda.
Hoje é dia de luto, mas é também o dia do início da luta.
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