Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
“Milhares”, segundo a Folha de S. Paulo, participaram do protesto deste domingo contra Temer e a favor de novas eleições presidenciais. “A PM não fez estimativas do número de manifestantes, assim como não fizera anteriormente”, disse ainda o jornal paulista. Mas seu instituto de pesquisas, o Datafolha, “anteriormente” fazia estimativas do número de participantes dos protestos contra Dilma e a favor do impeachment, e algumas vezes eles até conflitaram com os números da PM ou com os dos organizadores. Agora, o Datafolha ficou de folga no domingo e não foi conferir quantas quantos eram “os 40 ou 50 que quebram carro”, no dizer de Temer.
“Dona Folha, tá difícil te defender”, escreveu no jornal seu colunista Gregório Duvivier, a propósito do editorial pedindo repressão aos protestos anti-Temer, que por sinal foi atendido. A PM atacou manifestantes e até jornalistas em confronto na entrada de uma estação do metrô. Segundo Guilherme Boulos, do MTST, a polícia entrou na manifestação para provocar e não para garantir a integridade dos participantes. Hoje à tarde parlamentares que participaram do ato, como Lindbergh Farias e Paulo Teixeira, vão denunciar a truculência policial.
Outra novidade é a volta dos “black blocs”. Os organizadores repudiaram a presença deles, dizendo que não eram bem vindos e pedindo que tirassem as máscaras. Eles surgiram do nada nas manifestações de 2013, sumiram durante os protestos pró-impeachment do final do ano passado e no início deste ano, e agora, com o golpe consumado, ressurgem nas manifestações anti-Temer e por eleições diretas. São claramente infiltrados por forças interessadas em criminalizar as manifestações.
Embora saiba muito bem distinguir uma coisa da outra, um colunista mais disciplinado da Folha, o secretário de redação Vinicius Mota, pontificou, reforçando os argumentos a favor da repressão. “A esquerda brasileira, da velha e da nova geração, não sepultou a violência política. Nas derivações subletradas do marxismo de hoje, o culto da revolução - o banho de sangue que abriria caminho para o mundo pacificado - deu lugar ao prazer estético da depredação e do confronto provocado com a polícia.”
“Dona Folha” publicou foto da maré vermelha na primeira página, mas reservou a manchete principal para um assunto aparentemente positivo para o governo Temer: “Arrecadação com repatriação deve chegar a R$ 70 bi”. “Anteriormente”, o destaque seria para os “milhares”, se o alvo do protesto fosse o governo deposto.
Nesta batida, o tempo vai fechar mesmo. Os protestos só tendem a crescer, na medida em que o novo governo for mostrando sua cara. E a repressão, a se intensificar, por clara decisão do governo e para atender a clamores como o do Folha de S. Paulo.
“Milhares”, segundo a Folha de S. Paulo, participaram do protesto deste domingo contra Temer e a favor de novas eleições presidenciais. “A PM não fez estimativas do número de manifestantes, assim como não fizera anteriormente”, disse ainda o jornal paulista. Mas seu instituto de pesquisas, o Datafolha, “anteriormente” fazia estimativas do número de participantes dos protestos contra Dilma e a favor do impeachment, e algumas vezes eles até conflitaram com os números da PM ou com os dos organizadores. Agora, o Datafolha ficou de folga no domingo e não foi conferir quantas quantos eram “os 40 ou 50 que quebram carro”, no dizer de Temer.
“Dona Folha, tá difícil te defender”, escreveu no jornal seu colunista Gregório Duvivier, a propósito do editorial pedindo repressão aos protestos anti-Temer, que por sinal foi atendido. A PM atacou manifestantes e até jornalistas em confronto na entrada de uma estação do metrô. Segundo Guilherme Boulos, do MTST, a polícia entrou na manifestação para provocar e não para garantir a integridade dos participantes. Hoje à tarde parlamentares que participaram do ato, como Lindbergh Farias e Paulo Teixeira, vão denunciar a truculência policial.
Outra novidade é a volta dos “black blocs”. Os organizadores repudiaram a presença deles, dizendo que não eram bem vindos e pedindo que tirassem as máscaras. Eles surgiram do nada nas manifestações de 2013, sumiram durante os protestos pró-impeachment do final do ano passado e no início deste ano, e agora, com o golpe consumado, ressurgem nas manifestações anti-Temer e por eleições diretas. São claramente infiltrados por forças interessadas em criminalizar as manifestações.
Embora saiba muito bem distinguir uma coisa da outra, um colunista mais disciplinado da Folha, o secretário de redação Vinicius Mota, pontificou, reforçando os argumentos a favor da repressão. “A esquerda brasileira, da velha e da nova geração, não sepultou a violência política. Nas derivações subletradas do marxismo de hoje, o culto da revolução - o banho de sangue que abriria caminho para o mundo pacificado - deu lugar ao prazer estético da depredação e do confronto provocado com a polícia.”
“Dona Folha” publicou foto da maré vermelha na primeira página, mas reservou a manchete principal para um assunto aparentemente positivo para o governo Temer: “Arrecadação com repatriação deve chegar a R$ 70 bi”. “Anteriormente”, o destaque seria para os “milhares”, se o alvo do protesto fosse o governo deposto.
Nesta batida, o tempo vai fechar mesmo. Os protestos só tendem a crescer, na medida em que o novo governo for mostrando sua cara. E a repressão, a se intensificar, por clara decisão do governo e para atender a clamores como o do Folha de S. Paulo.
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