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Pelo jeito, as bicadas no ninho tucano estão cada vez mais sangrentas. O jornalista Josias de Souza, famoso por seu antipetismo visceral e por suas amigáveis relações com os caciques do PSDB, postou no UOL na quinta-feira passada (13) que o “duelo entre Alckmin e Aécio já beira a autofagia”. Ele mesmo jura não entender esta rápida deterioração. “A situação poderia ser mais simples para o PSDB, pois a legenda cavalga o esfacelamento do PT nas eleições municipais, Dilma cuida dos netos em Porto Alegre e Lula está mais próximo da carceragem de Curitiba do que das urnas de 2018. No entanto, o tucanato parece ter feito uma opção preferencial pelo desastre. Aécio Neves e Geraldo Alckmin duelam sem método”.
Segundo relata o serviçal da famiglia Frias, “Aécio terá de deixar a presidência do PSDB no início de 2017. Perdeu a condição de candidato natural ao Planalto. Terá de tourear a Lava Jato e Geraldo Alckmin, que também ambiciona a cadeira que Michel Temer esquenta. O estatuto do PSDB prevê a realização de eleições prévias. Todos defendem as prévias. Mas elas jamais foram regulamentadas. É contra esse pano de fundo que Aécio e Alckmin trocam bicadas, observados à distância por José Serra, candidato a estorvo”. Para Josias de Souza, esta guerra poderá ser novamente fatal para o PSDB, que disputou e perdeu as quatro últimas eleições presidenciais. O partido só voltou a subir a rampa do Palácio do Planalto graças ao golpe do impeachment.
Preocupado, ele lembra que, em 2006, “os tucanos escreveram uma página constrangedora de sua história. As plumas mais vistosas do ninho, FHC entre elas, deixaram-se fotografar num restaurante chique de São Paulo em meio a taças de vinho. Passaram a impressão de que escolhiam um adversário para Lula, que disputaria a reeleição. Desde então, as definições de candidaturas no PSDB ganharam a fama de conchavos da elite partidária”. Para ele, a volta da proposta das prévias é um tiro no pé. “Se levasse a questão a sério, o PSDB teria deflagrado o processo no início deste ano eleitoral de 2016, com uma campanha de filiação partidária. Os tucanos lançariam um convite à plateia. Algo assim: filie-se ao PSDB e ajude o partido a escolher o candidato à Presidência”.
“Distantes desse enredo, Alckmin e Aécio se atracam nos porões pelo controle do PSDB. Vitaminado pela eleição do seu poste João Doria na cidade de São Paulo, Alckmin pega em lanças para acomodar na presidência da legenda o deputado paulista Silvio Torres, do seu grupo. Com a engrenagem partidária nas mãos, Aécio ensaia empinar o nome de um aliado, o senador paraibano Cássio Cunha Lima. Ao sentir o cheiro de queimado, Michel Temer apressou-se em convidar o grão-tucano Fernando Henrique Cardoso para um almoço no Palácio da Alvorada. Temer não se importa que os tucanos exercitem sua vocação para o suicídio, desde que votem unidos no Congresso a favor das reformas. O sucessor-tampão de Dilma tem em FHC um aliado”.
“O ex-presidente tucano refere-se ao governo Temer como uma ‘pinguela’ pela qual transitarão as reformas que entregarão um país menos desorganizado ao próximo presidente. Convertido pela conjuntura em força auxiliar do PMDB no Congresso, o PSDB arrisca-se com sua divisão interna a transformar o caminho para 2018 numa rua ladrilhada com pedrinhas de brilhante para alguém como o ministro Henrique Meirelles passar. Ou coisa bem pior”, conclui o angustiado jornalista do UOL. Algumas notinhas recentes na mídi amiga, que evita estimular a cizânia no ninho, parecem confirmar suas preocupações. Nos últimos dias, Geraldo Alckmin e Aécio Neves se movimentaram freneticamente nesta rinha tucana – enquanto o “chanceler” José Serra acompanha a guerra nos bastidores.
Segundo o noticiário, o governador paulista já decidiu que lançará um candidato “anti-Aécio” para a eleição do novo presidente da Câmara Federal, que ocorrerá em fevereiro do próximo ano. “Aliados do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), dizem que ele está disposto a endurecer os termos de uma negociação com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do partido, para conquistar uma ‘projeção partidária compatível com o patamar que ele tem hoje na política’. Para isso, seu grupo promete fazer carga em torno da presidência da Câmara. A tese é: se Aécio não fizer um gesto a Alckmin demonstrando disposição de abrir espaço a ele no comando da sigla, a ala ligada ao governador – não só no PSDB, mas em partidos como o PSB– poderá dar suporte a uma candidatura alternativa à dos tucanos para a presidência da Câmara, rachando a sigla”, descreve uma matéria da Folha da semana passada.
Ainda de acordo com a matéria, “o governador paulista, fortalecido com a vitória de seu afilhado João Doria para a prefeitura de São Paulo, quer emplacar um aliado no comando do PSDB. O controle sobre a estrutura partidária é visto como primordial para que ele consiga criar condições de desmontar a posição quase hegemônica que Aécio conquistou à frente do tucanato nos últimos quatro anos. Alckmin e Aécio disputam hoje o título de presidenciável do PSDB nas eleições de 2018. Procurado pela Folha, o senador mineiro contemporizou. ‘Não vamos antecipar esse processo. 2018 só vem depois de 2016 e de 2017’. Sem citar nomes, Aécio disse ainda que o PSDB obteve resultados ‘extraordinários’ nas eleições deste ano, mas que não adianta ‘só eleger’”.
O cambaleante senador mineiro já sinalizou o apoio a dois nomes na sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara Federal: Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA). “Segundo aliados, Alckmin aceitaria endossar esses nomes, se houvesse, em troca, uma sinalização clara de que seu grupo poderá, em maio, assumir o comando do PSDB. O grupo do governador trabalha com um calendário estratégico: em dezembro será eleito o novo líder do PSDB na Câmara, em fevereiro de 2017, haverá disputa pela presidência da Casa e, em maio, convenção partidária para a escolha do novo comandante do partido”. Se o jornalista tucano Josias de Souza estiver certo na sua angústia, este período será de prolongada “autofagia” no ninho. A conferir!
A coisa não está boa para o Aécio, a candidatura do seu candidato a prefeitura de Belo Horizonte, embora em empate técnico, está atrás nas pesquisas e com o viés de crescimento do outro candidato. Perdendo as eleições em Belo Horizonte a sua posição ficará mais enfraquecida dentro do PSDB.
ResponderExcluirPor isso que o FHC está criticando o temer. agora entendo. vão"apressar"a cassação da chapa Dilma-TEMER,PARA DAR A PRESIDENCIA PRO PLAYBOY! simples. só besta é que não vê isso. PSDB já assumiu,só falta ser"oficializado".
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