Dia dos Jornalistas. Há algo a festejar?

Por Renata Mielli, em sua página no Facebook:

Hoje, 07 de abril, é dia do Jornalista. Não sei se temos muito o que comemorar. Acredito que o momento exige de nós, jornalistas e de toda a sociedade, uma reflexão profunda sobre esta profissão, que por diversos motivos vem se deteriorando diante do desenvolvimento das novas tecnologias, diante da pressão capitalista (sim, amigos e amigas, o capitalismo impacta sobre o fazer profissional) e diante dos impasses econômicos, políticos e culturais dos tempos atuais.

Ser jornalista e fazer jornalismo nos dias atuais tem sido uma tarefa difícil. Mas apesar dos dilemas com os quais a profissão e o profissional se defrontam, a sua existência não perdeu relevância. Não somos um profissional sem ofício.

Mar de lama: a mídia e o golpe

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:

Está lá no memorável Chatô, o Rei do Brasil, o livro de Fernando Morais, não o filme recente. Adhemar de Barros, aquele do “rouba, mas faz”, dias antes de 1º de abril de 1964 visita Assis Chateaubriand, ele, o Chatô, e lhe fala sem rodeios: vai chover merda, a revolução está nas ruas – revolução era o golpe. Este sempre recebe nomes variados, a depender da imaginação dos participantes. Pode levar o nome de impeachment, pode ser conduzido por malfeitores, tudo pode em golpes. Pode ter outro nome, se a situação requerer.

Pois é, iria chover merda. Adhemar não era dado a protocolos civilizatórios.

O povo está demolindo o golpe

Por Jandira Feghali

Como um explosivo, o advogado geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, implodiu o pedido de impeachment dos juristas Janaína Paschoal, Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo. Na Comissão que analisa o processo, ficou evidente a falta de competência e má-fé que ronda o pedido de impedimento da presidenta Dilma Rousseff.

Cardozo foi firme ao mostrar que, constitucionalmente, um pedido deste, sem base legal ou prova de crime de responsabilidade é um rasgo e um marco nefasto na História de nosso país. Com o uso da força de expressão que repete-se cada vez mais no país, deixou claro que este impeachment em curso é, sim, um golpe contra a democracia, pois viola a Constituição e a legalidade brasileiras.

O piquenique do Cunha e Temer

Por Jeferson Miola

Imagine-se o hipotético julgamento de uma pessoa por transferir seu dinheiro remunerado na caderneta de poupança a 7% ao ano do Banco X, para sua conta-corrente no Banco Z, a fim de evitar o pagamento de 400% de juros no cheque especial.

Um julgamento desses, num ambiente de racionalidade e razoabilidade, não aconteceria, de tão absurda que seria a hipótese de se condenar alguém por buscar a melhor administração do fluxo de caixa. Mas é por uma razão análoga a essa – e, portanto, tão absurda como essa – que Eduardo Cunha, Temer e os sócios do golpe usam para o impeachment da Presidente Dilma.

Delação premiada virou arma política

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A Andrade Gutierrez sempre foi considerada a principal empreiteira de Aécio Neves. Participou das maiores obras de seu governo, em Minas Geras. Mais que isso, quando enfrentou problemas de caixa, em Belo Monte, fechou um negócio que praticamente liquidou com o caixa da Cemig - empresa do governo mineiro - obrigada a adquirir debêntures emitidas por ela.

Não se trata apenas de meras propinas, mas de grandes negócios obscuros feitos à luz do dia.

A desordem do discurso midiático

Por Eduardo Silveira de Menezes, no site Sul-21:

Para ficar “bem informado” sobre a crise política, no Brasil, não se pode titubear. As notícias são atualizadas minuto a minuto. No Facebook, curtidas – e suas variáveis –, comentários e compartilhamentos acirram o debate pautado pelos meios de comunicação. A rede social de Mark Zuckerberg transformou-se no principal espaço de reverberação da agenda midiática brasileira. Nesse ambiente narcísico e de autoafirmação, as barras de rolagem passeiam de cima para baixo como se estivessem à procura de defeitos aparentes no dizer do “outro”.

Começou o jogo e será apertado

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O jogo para afastar Dilma Rousseff foi meticulosamente armado mas nem tudo está saindo como planejado. Havia um toque de farsa na sessão de ontem em que o relator da comissão do impeachment, Jovair Arantes, leu seu parecer favorável à autorização da abertura do processo por “indícios de atentado contra a Constituição”. Era o já sabido, o já visto antes de ter acontecido. Entretanto, o placar está indefinido. Há algumas semanas era dada como certa uma acachapante derrota do governo. Ela pode acontecer na comissão, é provável que aconteça mas já no plenário a correlação de forças será outra, e vai se tornando favorável ao governo.

Cunha, Janaína, Jovair, MBL e pilantragem

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Talvez seja difícil encontrar na história do Brasil uma oposição tão dedicada a se desqualificar e tão bem sucedida nessa missão.

A essa altura, o sujeito que tem relativo bom senso e que está no seu amplo direito de não gostar do governo deve estar olhando para a matilha e pensando “onde fui me meter?”

Alguns desses homens e mulheres se manifestaram na faculdade de Direito do Largo de São Francisco na noite em que a advogada Janaína Paschoal deu seu show.

Numa mistura de possessão demoníaca, fanatismo político, oportunismo e falta de noção do ridículo, Janaína constrangeu alguns dos presentes a ponto de eles irem embora.

Direita agora ataca ministros do Supremo

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Por certo já está se formando no Supremo Tribunal Federal entendimento de vários de seus membros no sentido de que essa Corte entrou na mira do consórcio fascista que reúne a mídia – Rede Globo à frente – e setores do Ministério Público, da Polícia Federal e do Judiciário – incluído, aí, o próprio STF.

Nas últimas semanas, dois ministros do STF sofreram forte bombardeio da mídia e dos grupos obscuros que promovem manifestações de rua exigindo dos Poderes Constituídos a defenestração do governo Dilma Rousseff e o encarceramento do ex-presidente Lula, tudo isso a qualquer preço e sob qualquer motivo.

Conheça 55 ameaças aos seus direitos

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O Brasil passa por um período sombrio, com um governo e uma oposição ruins e, provavelmente, o pior Congresso Nacional de todos os tempos. Neste momento, enquanto você toma seu café, o parlamento está aprovando leis que retiram, à luz do dia, direitos de trabalhadores, mulheres, populações tradicionais, minorias.

Tenho dito que se a Câmara dos Deputados, que tem à frente Eduardo Cunha, se esforçar, pode nos levar de volta ao Brasil Colônia em quatro anos. Quiçá revogando, por fim, o voto feminino, a República e a Lei Áurea.

Deputados cobram o STF sobre Cunha

Da Rede Brasil Atual:

Às vésperas da votação do impeachment pela Câmara dos Deputados, que provavelmente será na segunda quinzena de abril, deputados federais voltam a dirigir um apelo ao Supremo Tribunal Federal para que afaste Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Casa. Em discurso na tribuna no início da tarde de hoje (6), o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) pediu à Suprema Corte que tome alguma medida.

“Eduardo Cunha é réu. Eu sei que o Supremo tem a agenda dele, mas não dá pra entender por que ele ainda não julgou isso. Amanhã, a presidente Dilma vai para a Argentina, o vice Michel Temer vai para o Chile, e Eduardo Cunha não pode assumir, porque ele é réu. A Constituição diz que réu não pode assumir”, disse Costa.

Marco Aurélio Mello versus Gilmar Mendes

Por Maria Inês Nassif, no site Carta Maior:

O ministro Marco Aurélio Mello não merece o reconhecimento apenas por suas manifestações equilibradas numa conjuntura política facilmente sujeita à combustão, mas porque se dispôs a dar a cara a bater para libertar o Supremo Tribunal Federal (STF) das armadilhas que são colocadas diuturnamente ao Judiciário pelo ministro Gilmar Mendes, pela oposição e pela mídia.

O STF, desde o escândalo do chamado mensalão, por ação ou omissão de seus integrantes, tem sido um importante instrumento a serviço de forças políticas de moralidade e intenções democráticas duvidosas.

Sob comando de Cunha, impeachment avança

Por Christiane Peres, no site Vermelho:

Em mais uma sessão conturbada, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) apresentou parecer favorável ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (6), na comissão especial que analisa o tema. A votação, no entanto, foi adiada por pedido conjunto de vistas e deve acontecer na próxima segunda-feira (11).

Membro da comissão especial, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirma que o documento é uma sequência de inconstitucionalidades e que não pode ir a voto do jeito que está. Segundo a parlamentar, o texto apresentado pode, inclusive, ser judicializado.

É golpe, sim!

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

É golpe, é golpe sim. Verdade factual, diria Hannah Arendt, a verdade única, inegável. A despeito das afirmações em contrário de pançudos alquimistas do engano, envoltos em prosopopeia. E dos editorialões dos jornalões e programões, e das colunas e reportagens dos sabujos midiáticos, de lida tão árdua com o vernáculo, mas de fantasia acesa.

E dos rentistas que se dizem empresários de um país que exporta commodities, de juizecos provincianos e advogados mafiosos que em cada lei enxergam a oportunidade de burlá-la. E de agentes ditos da ordem empenhados em semear a desordem e de funcionários do Estado dispostos a financiar no exterior campanhas a favor do golpe, como Furnas a patrocinar tertúlias lisboetas de Gilmar Mendes e José Serra.

Relatório pró-impeachment é carta marcada


Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os leitores deste blog devem ter reparado que aqui não se dá muita atenção ao relatório e à própria votação da Comissão Especial do Impeachment formada na Câmara dos Deputados.

Por uma simples razão: é um jogo de cartas marcadas conduzido por Eduardo Cunha, o único caso no mundo em que um bandido-réu no Supremo Tribunal Federal conduz um processo de destituição de uma Presidenta eleita,

Uma vergonha que ficará marcada para sempre na história do Brasil, seja qual for o desfecho deste processo.