Eleição já! Fora Temer usurpador!

Fotos: Mídia Ninja
Por Jeferson Miola

Os golpistas alcançaram o objetivo: o Senado da República, convertido num tribunal de exceção, aprovou o impeachment da Presidente Dilma sem crime de responsabilidade, em total afronta à Constituição e ao Estado de Direito.

Esta decisão imposta por uma maioria do Senado não surpreende, porque este processo kafkiano não passou de um jogo de cartas marcadas; de uma farsa montada com pretextos ridículos para dar ares de normalidade a um crime perpetrado contra a democracia.

Consuma-se golpe contra a democracia

Do blog de Renato Rabelo:

Diante da destituição de Dilma Rousseff da Presidência da República, a presidenta nacional PCdoB, Luciana Santos, à frente da agremiação que apoiou e saiu vitoriosa pelas mãos de 54 milhões de votos nas eleições de 2014, em nota oficial, atribui ao julgamento do impeachment como “fraudulento”, e sua aprovação, “um golpe contra a democracia”. Em nota, o PCdoB propõe que as forças democráticas, progressistas e populares continuem no caminho da unidade, da amplitude e da resistência.

Segue abaixo a íntegra da nota:

Dois votos, duas sentenças

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Convém prestar atenção à luz que apareceu no segundo tempo da sessão do Senado que aprovou o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, num placar de 61 a 20.

Chamados a dar um segundo voto em separado, no qual tinham de decidir se Dilma deveria manter seus direitos políticos, com a possibilidade de candidatar-se a cargos eletivos sem cumprir uma suspensão prevista de oito anos, sem falar em cargos da administração pública, nada menos que 20 senadores mudaram de posição. Um total de 19 simplesmente votaram pela preservação dos direitos de Dilma. Outros quatro se abstiveram, o que na prática é um voto a favor dela. Com o placar de 42 votos a favor de Dilma, 39 contra, configurou-se uma primeira derrota de Michel Temer minutos depois de ele ganhar o direito de usar a faixa presidencial. Numa simples operação matemática, cabe observar que, se os aliados de Dilma tivessem obtido esses 39 votos na primeira decisão, o impeachment teria sido derrotado por larga margem e ela estaria de volta ao gabinete do Planalto.

Canalhas venceram a batalha, não a guerra

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Aquilo que estudamos no colégio e víamos como algo distante no tempo, sem chance alguma de se repetir, acaba de acontecer novamente.

Os tanques na rua não pegam bem em pleno século 21 (o fracassado golpe militar na Turquia não deixa dúvidas), então foram substituídos por Sérgio Moro e por setores da PF e do MPF para criar o clima propício ao golpe.

De resto, tudo muito parecido com 1964: barões da mídia manipulando a classe média, que, assustada e desorientada (em 64 com a propaganda anticomunista, em 2016 com a propaganda anti PT), dá um tiro de bazuca no próprio pé.

O impeachment e o mundo paralelo da mídia

Por Bia Barbosa, na revista CartaCapital:

O impeachment foi aprovado e a presidenta Dilma Rousseff foi definitivamente afastada. Ao longo dos últimos meses, analisamos por diversas vezes o papel que os maiores meios de comunicação desempenharam na legitimação deste impedimento, na desconstrução e negação dos argumentos da defesa de Dilma e na formação de uma parcela da opinião pública contra o governo legitimamente eleito nas urnas.

Nas últimas 48 horas, tal postura não se alterou, consolidando uma linha editorial que já rendeu livros e certamente será objeto de muitas pesquisas no futuro. Uma vez mais na história brasileira, a urgência da democratização dos meios, de diversidade e pluralidade midiática se confirmou, sem as quais nossa democracia seguirá em permanente risco. Explicamos por quê.


Veja quem passa à História como golpista

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Os senadores que votaram pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff nunca mais deveriam ser eleitos para um cargo público, por uma razão básica: não respeitam eleições. Jogaram no lixo o voto de 54 milhões de brasileiros em Dilma. Por que deveriam ser eleitos para alguma coisa? Quem não tem respeito às urnas deve abdicar de participar do processo eleitoral. Simples assim.

O golpe foi consumado. Ocupar as ruas!

Brasília, 31 de agosto. Foto: Mídia Ninja
Por Adilson Araújo, no site da CTB:

Por 61 votos contra 20 o Senado aprovou nesta quarta-feira, 31 de agosto, o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ela foi afastada definitivamente do cargo para o qual foi eleita em 2014, que será indevida e ilegitimamente ocupado até 2018 pelo vice usurpador Michel Temer. Consumou-se, deste modo, um golpe de Estado contra uma mulher inocente em proveito de uma quadrilha de malfeitores envolvida dos pés aos pescoços nas lamas da operação Lava Jato, que usaram contra o PT e agora pretendem interromper.

Senado enterra a democracia e dá golpe

Por Vagner Freitas, no site da CUT:

A presidenta Dilma foi definitivamente afastada pelo Senado Federal, apesar de não ter sido provado nenhum crime de responsabilidade. O golpe na democracia afetará profundamente a vida dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade e dos brasileiros e brasileiras que mais precisam da manutenção e ampliação dos direitos e das políticas públicas, tanto hoje quanto no futuro. Não se trata de uma simples troca de comando e, sim, da usurpação dos destinos do Brasil por uma parcela da classe política, do judiciário e da imprensa que quer o poder a qualquer preço.

Dilma Rousseff, mártir da democracia

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Com o golpe, acaba-se um tempo, começa outro. Chega ao fim a República de 1988, a Nova República, como também é chamado o período democrático que se seguiu ao fim da ditadura, em 1985, e foi moldado pela Constituição de 1988. No tempo nebuloso do pós-golpe, clara será a figura de Dilma Rousseff como mártir da democracia ferida ainda na infância. A crise vai se aprofundar, trazendo mais dores e perdas para todos. Os vencedores vão desfrutar por algum tempo o poder, levando para sempre a marca de golpistas. Os que resistiram amargarão a derrota mas seguirão livres de vergonha ou arrependimento. O Brasil levará algum tempo para se reencontrar mas Dilma já estará entre os personagens maiores desta saga em que as elites quase sempre decidem excluindo o povo. Dilma, como Lula, como Jango, como Getúlio, despertou as iras do conservantismo nacional porque tentou uma conciliação democrática, que incluía o povo no projeto de Nação.

Dilma sai da presidência maior do que entrou

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Parecia que a melhor hora de Dilma tinha sido seu discurso na véspera do julgamento final do Senado.

Mas não.

Em clareza, grandeza, Dilma se superou na entrevista que concedeu pouco depois de definido o golpe.

Ela declarou guerra ao golpe.

Fortalecer mídia alternativa e unir forças

Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

A coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli, lembrou que a partir desta quarta-feira (31) ganha força um novo programa de governo, que começou a se instalar no país desde o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Para a jornalista, a destituição da presidenta pelo Senado nesta quarta (31) deve servir à unificação radical das forças progressistas e populares e ao fortalecimento da mídia independente.

Canalhas! Canalhas! Canalhas!

Por Marcelo Zero

O que começa mal, termina mal.

E o que começa sem ética, termina coberto de vergonha.

Este golpe começou mal, com claro desvio de poder, quando Eduardo Cunha, por abjeta vingança política, aceitou o pedido de impeachment sem crime de responsabilidade. Que ética há nisso? Que moral há nisso?

O passo seguinte foi a sessão da “assembleia nacional de bandidos presidida por um bandido”, como bem a definiu o grande escritor português Miguel de Sousa Tavares. As imagens daquela sessão dantesca, na qual ninguém votou pelos motivos corretos, percorreram o mundo provocando asco moral e apequenando o Brasil. Os jornais do mundo inteiro registraram, para sempre, aquela grande vergonha.

Fora Temer, ainda que tarde!

Por João Pedro Stedile

O golpe parlamentar-judicial-mediático está consumado depois de longos capítulos de uma novela que já se sabia o final, pois a maioria dos atores já tinha recebido para exercer apenas aquele script.

O problema não era da Dilma, que até se esforçou para adotar o ajuste fiscal exigido pela burguesia e entregou a política econômica para o Bradesco, em 2015. Não houve crime, afinal o Sr. Temer também assinou decretos de pedaladas fiscais e mais 17 governadores, entre eles o relator Anastasia. Nenhum deles foi punido.

Golpe consumado. Agora é #ForaTemer

Por Altamiro Borges

O "golpe dos corruptos" foi consumado no início da tarde desta quarta-feira, 31 de agosto de 2016. O usurpador Michel Temer - sem voto, sem legitimidade e rejeitado pelos brasileiros, segundo todas as pesquisas - será o novo "presidente" imposto pelo colégio eleitoral do Senado, que também exerceu a função de tribunal de exceção ao afastar uma presidenta democraticamente eleita e que não cometeu nenhum crime de responsabilidade.

Uma nova fase de luta se inicia no Brasil, na qual a principal bandeira será a do "Fora Temer" - numa reedição da memorável jornada das Diretas-Já, que desgastou a ditadura militar em meados da década de 1980. Alçado ao poder por um golpe midiático-parlamentar-judicial, o Judas tentará impor à nação o programa tucano que foi derrotado nas urnas em outubro de 2014.

Os que festejam hoje vão chorar amanhã!

Por Altamiro Borges

Às 13h30 desta quarta-feira, 31 de agosto de 2016, o tribunal de exceção do Senado aprovou o impeachment da presidenta Dilma, eleita democraticamente por 54,5 milhões de brasileiros. O "golpe dos corruptos" contou com o voto de 61 algozes, a maioria deles mais suja do que pau de galinheiro.

Nas redondezas da Avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo, alguns "coxinhas" dispararam as buzinas de seus carrões. Dos prédios, outros fanáticos soltaram rojões e gritaram "Fora Dilma". Mas a vida dá volta e é cruel. Muitos "midiotas" que festejam nesta triste data ainda vão chorar muito num futuro bem próximo do crime que ajudaram a perpetrar contra a jovem democracia brasileira.