Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Desastroso politicamente para Michel Temer – não apenas por Osmar Serraglio, mas porque atinge boa parte de sua base, a bancada ruralista – o escândalo desta nova operação “Vaca a Jato” tem outro fedor além da carne estragada.
Não apenas porque ensaia a abertura de uma frente de investigações onde a PF pode colocar em prática os seus já notórios métodos de envolver a política macro naquelas pequenas falcatruas que abundam na política micro, com a intenções que, hoje, qualquer um percebe.
Mas porque, “coincidentemente”, atinge um setor (dos muito poucos) em que o Brasil consegue ser um player mundial, o de proteína animal (carnes e processados).
Mauro Zaffalon, hoje, na Folha, dá a medida do que está nesse jogo.
O país sempre lutou para livrar-se do estigma de produzir carne de baixa qualidade e de ser negligente no controle sanitário. Foi só depois de duas décadas de luta que o Brasil conseguiu abrir o mercado dos Estados Unidos para a carne “in natura”.(…)
O avanço rápido do Brasil no mercado externo provocou a ira de outros mercados, que vão se aproveitar da situação para baratear ou até para impedir o avanço da carne brasileira.
O jornalista Florestan Fernandes, no Facebook, vai ao ponto: em três setores econômicos o Brasil incomodava os nossos “amigos” do Norte. Eram o petróleo, empreiteiras e indústria de carnes e embutidos (salsichas, presuntos, linguiças, etc).
A BRF é também a terceira maior exportadora brasileira e a maior exportadora de aves do mundo, com 20% de participação do trade mundial, além de responder por 9% das exportações mundiais de proteína animal. Já a JBS é a maior produtora mundial de carne bovina e a terceira maior produtora de suínos nos Estados Unidos.
Onde, desde ontem, escritórios de advocacia se preparam para processar as duas empresas, pelas perdas sofridas por acionistas.
Coincidências, coincidências…
Há algo, também, que a opinião pública desconhece: os grandes frigoríficos não são estruturas autônomas, mas respondem por um parque de fornecedores, pequenos e médios criadores, sobretudo na região Sul, que alcança dezenas de milhares de propriedades de pequeno porte.
Há muitos odores desagradáveis brotando desta história.
Desastroso politicamente para Michel Temer – não apenas por Osmar Serraglio, mas porque atinge boa parte de sua base, a bancada ruralista – o escândalo desta nova operação “Vaca a Jato” tem outro fedor além da carne estragada.
Não apenas porque ensaia a abertura de uma frente de investigações onde a PF pode colocar em prática os seus já notórios métodos de envolver a política macro naquelas pequenas falcatruas que abundam na política micro, com a intenções que, hoje, qualquer um percebe.
Mas porque, “coincidentemente”, atinge um setor (dos muito poucos) em que o Brasil consegue ser um player mundial, o de proteína animal (carnes e processados).
Mauro Zaffalon, hoje, na Folha, dá a medida do que está nesse jogo.
O país sempre lutou para livrar-se do estigma de produzir carne de baixa qualidade e de ser negligente no controle sanitário. Foi só depois de duas décadas de luta que o Brasil conseguiu abrir o mercado dos Estados Unidos para a carne “in natura”.(…)
Em poucos anos, o Brasil passou de importador de carne a líder mundial em exportações no setor. São US$ 14,5 bilhões em receitas que entram anualmente no país vindos das exportações de proteína animal.
O avanço rápido do Brasil no mercado externo provocou a ira de outros mercados, que vão se aproveitar da situação para baratear ou até para impedir o avanço da carne brasileira.
O jornalista Florestan Fernandes, no Facebook, vai ao ponto: em três setores econômicos o Brasil incomodava os nossos “amigos” do Norte. Eram o petróleo, empreiteiras e indústria de carnes e embutidos (salsichas, presuntos, linguiças, etc).
A BRF é também a terceira maior exportadora brasileira e a maior exportadora de aves do mundo, com 20% de participação do trade mundial, além de responder por 9% das exportações mundiais de proteína animal. Já a JBS é a maior produtora mundial de carne bovina e a terceira maior produtora de suínos nos Estados Unidos.
Onde, desde ontem, escritórios de advocacia se preparam para processar as duas empresas, pelas perdas sofridas por acionistas.
Coincidências, coincidências…
Há algo, também, que a opinião pública desconhece: os grandes frigoríficos não são estruturas autônomas, mas respondem por um parque de fornecedores, pequenos e médios criadores, sobretudo na região Sul, que alcança dezenas de milhares de propriedades de pequeno porte.
Há muitos odores desagradáveis brotando desta história.
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