segunda-feira, 27 de março de 2017

Por que a marcha fascista foi um fiasco?

Por Altamiro Borges

As marchas das seitas fascistoides neste domingo (26) foram um fiasco. Um baita fracasso! Até a mídia golpista, que deu total apoio a estes grupelhos na cruzada pelo impeachment de Dilma, foi obrigada a reconhecer o mico. O Estadão, por exemplo, registrou: “Manifestação em Brasília atrai apenas 630 pessoas, ante expectativa de 100 mil”. E ainda ironizou: “O volume de manifestantes foi praticamente o mesmo do efeito policial para fazer segurança durante o protesto”. No mesmo rumo, o site da Folha destacou: “Em protesto com baixa adesão, manifestantes defendem Lava Jato e criticam Congresso”. Quem melhor sintetizou o fiasco, talvez sinalizando que já decidiu abandonar os fascistas mirins, foi o site G1, da golpista famiglia Marinho:

“No Rio de Janeiro, cerca de 300 pessoas foram à praia de Copacabana, na altura do Posto 5, para apoiar a operação Lava-Jato, as reformas previdenciária e trabalhista, e protestar pelo fim da corrupção. Em Maceió (AL), um grupo de 30 pessoas foi à praça Sete Coqueiros, na orla da Ponta Verde. Já em Campo Grande (MS), organizadores e Polícia Militar estimam que 400 pessoas tenham comparecido. Belo Horizonte (MG) contou com presença de 500 pessoas, em estimativa da PM... Belém teve passeata com 300 manifestantes... Em Salvador (BA), um grupo de aproximadamente 1.500 pessoas, segundo organizadores, se reuniu na Barra. A manifestação de Brasília (DF) recebeu 500 pessoas, de acordo com a secretaria de Segurança Pública”.

Os líderes das duas principais seitas organizadoras – Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua – nem conseguiram esconder sua frustração com a baixíssima adesão. Eles anunciaram que o ato em São Paulo, por exemplo, reuniria mais de 100 mil otários e a Avenida Paulista ficou vazia. E olha que os sinistros grupelhos investiram muita grana, com mais de dois meses de agito nas redes sociais e pesada logística – com o desfile de seis caminhões de som. Novamente, eles não explicaram a origem dos seus recursos financeiros. No maior cinismo, o chefete do MBL, Kim Kataguiri – já apelidado de “Kinta Katiguria” –, culpou os jogos do Campeonato Paulista e os shows do Lollapalooza no Autódromo de Interlagos pelo esvaziamento da marcha.

As razões do fiasco, porém, são outras. Muitas pessoas que foram às ruas na campanha pelo “Fora Dilma” já perceberam que foram ludibriadas por estes grupelhos ultraliberais e fascistoides. Elas serviram de massa de manobra, de verdadeiros “patos”, para a concretização do “golpe dos corruptos”, que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer. Mais atentas, elas também souberam – não através da mídia privada, que tentou ofuscar a pauta das marchas – que elas foram convocadas para defender as reformas previdenciária e trabalhista. Errar uma vez é humano; duas vezes, é pura idiotice. Até o “coxinha” mais tacanho percebeu que o protesto serviria para retirar seus direitos e para reforçar as maldades do covil golpista.

O apelo à pressão em favor da midiática Lava-Jato também não convenceu muita gente. A cada dia fica mais evidente, como atestam recentes pesquisas de opinião, que o “juiz” Sergio Moro serve aos interesses escusos da quadrilha de Michel Temer e “tem um caso” com Aécio Neves e outros tucanos de alta plumagem. Os abusos do poder e o exibicionismo de setores do Ministério Público Federal e da Polícia Federal – como na desastrosa operação “Carne Fraca” – também já começam a gerar desconfiança até nos “midiotas” mais vulneráveis às manipulações da mídia falsamente moralista. Estes e outros fatores explicam o fiasco das marchas deste domingo e podem indicar uma mudança de clima na sociedade – para azar dos fascistas mirins do MBL, do “justiceiro” Sergio Moro e da quadrilha de Michel Temer.

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4 comentários:

  1. Fascistas? Então tu achas bom Foro Privilegiado e é contra Lava Jato?

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  2. Miro,

    não acredito em ponto sem nó.
    Muitos ainda pensam que realmente foram estas manifestações do VPR e MBL que destituíram Dilma.
    Sabemos que não foi. As pessoas foram chamadas às ruas apenas para oferecer ao golpe uma aparência de demanda popular. Em algum momento até nós compramos a ideia de que as ruas estavam em disputa e saímos a confrontar protesto contra protesto. Amarelos contra vermelhos. Colocamos milhões nas ruas e não impedimos o golpe, não derrubamos Temer, não impedimos a terceirização......

    As ruas são evidentemente importantes por dois motivos principais:
    - precisamos demonstrar a nós mesmos que ainda acreditamos em alguma luz no fim do túnel
    - precisamos demonstrar aos golpistas que terão dificuldades em manter a tranquilidade se a luz no fim do túnel se apagar.

    O MBL e o VPR cumpriram sua missão e, nesse contexto, para a narrativa golpista têm de ser descartados porque hoje os protestos nas ruas têm de ser desencorajados. Portanto esvaziam os deles e escondem os nossos.

    Se a mídia desembarcou das manifestações de "famílias inteiras protestando pacificamente", até mesmo com textos cínicos e irônicos, eu procuro o caroço debaixo desse angu.

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  3. Não, Sr. Anônimo.
    Nem todos concordam com Foro Privilegiado e tampouco são contra a Lava Jato. Contra as ilegalidades cometidas pela Lava Jato, sim, somos contra.
    Também somos contra a Reforma da Previdência. E a proposta do MBL é essa:

    http://epoca.globo.com/politica/expresso/noticia/2017/03/mbl-propoe-renda-basica-de-r-500-para-brasileiros-acima-de-65-anos.html

    Se você apoia esta proposta, parabéns, continue nas ruas com o MBL.

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