Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:
Parte do grande esforço da propaganda das classes dominantes é aparentar mais força do que elas realmente possuem e nos fazer mais fracos do que realmente somos. As forças golpistas enfrentam uma grave crise política, com um acelerado derretimento que só não se potencializa pela intensa blindagem da grande mídia.
O principal projeto da chamada grande burguesia associada e do capital financeiro - setores que estiveram à frente do conjunto das forças golpistas - era estabelecer um acordo de livre comércio, nos moldes da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas). Tão logo assumiram o governo, ao definirem as "novas diretrizes para as relações exteriores" proclamaram que o principal objetivo seria "construir pontes em vez de aprofundar diferenças com a Aliança Para o Pacífico, que envolve três países sul-americanos, Chile, Peru e Colômbia, mais o México."
Todo este plano naufragou com a eleição de Donald Trump, que retirou os EUA do Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (TPP), anuncia a intenção de rever o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio com Canadá e México (NAFTA) e deixa claro que não prosseguirá com novas iniciativas neste terreno.
As forças econômicas golpistas ficaram à deriva. Já não conseguem prosseguir com seu plano de inserção internacional subordinada e não lhes resta outro caminho senão tentar retomar exatamente as parcerias construídas ao longo dos 13 anos de governo petista que tanto criticaram. Outra ironia da história.
Incapazes de apresentar qualquer projeto de caminho econômico diante da crise que vá além de repetir o mantra do receituário neoliberal e de atrair a confiança de qualquer setor social, não apresentam nenhuma ideia de futuro, acelerando suas medidas impopulares que elevam as tensões sociais.
Nem toda a imensa proteção midiática consegue reduzir as denúncias que recaem sobre Temer e as principais figuras de seu governo. "Fora, Temer" converte-se numa unanimidade nacional, como gritaram a plenos pulmões a maioria das concentrações carnavalescas. Os parlamentares golpistas começam a perceber que pagarão um preço alto nas urnas caso votem nas "Reforma da Previdência" e "Trabalhista", um imenso risco quando mais necessitam assegurar um "foro privilegiado".
Com o passar dos dias, vão se fechando as portas para saídas do tipo: eleição indireta de um governo de "conciliação nacional" ou "regime parlamentarista". Ao mesmo tempo, apavoram-se com a dificuldade para condenar Lula a tempo de inabilitar sua candidatura para 2018. Além de assistirem seus possíveis candidatos sendo inviabilizados pelo envolvimento nas denúncias da Odebrecht.
Não está fácil para os golpistas…
De nosso lado, para as forças populares, o principal desafio segue sendo retomar a capacidade de mobilização. Superar a sensação de apatia que frustra militantes e ativistas neste momento tão difícil, diante de uma enorme derrota política.
É preciso reforçar nossa convicção ideológica e confiar na história. Prosseguir com nossas construções unitárias, manter e apostar energias nas mobilizações previstas e agendadas. Nada nos permite concluir que retomamos um período de refluxo da capacidade de luta. É certo que neste momento parcelas importantes dos setores organizados da classe trabalhadora não enxergam as organizações como suas representações políticas, mas isso não se manterá por muito tempo. As pressões sociais que se avolumam inevitavelmente irão desembocar em grandes mobilizações.
* Ricardo Gebrim é da direção nacional da Consulta Popular.
Parte do grande esforço da propaganda das classes dominantes é aparentar mais força do que elas realmente possuem e nos fazer mais fracos do que realmente somos. As forças golpistas enfrentam uma grave crise política, com um acelerado derretimento que só não se potencializa pela intensa blindagem da grande mídia.
O principal projeto da chamada grande burguesia associada e do capital financeiro - setores que estiveram à frente do conjunto das forças golpistas - era estabelecer um acordo de livre comércio, nos moldes da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas). Tão logo assumiram o governo, ao definirem as "novas diretrizes para as relações exteriores" proclamaram que o principal objetivo seria "construir pontes em vez de aprofundar diferenças com a Aliança Para o Pacífico, que envolve três países sul-americanos, Chile, Peru e Colômbia, mais o México."
Todo este plano naufragou com a eleição de Donald Trump, que retirou os EUA do Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (TPP), anuncia a intenção de rever o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio com Canadá e México (NAFTA) e deixa claro que não prosseguirá com novas iniciativas neste terreno.
As forças econômicas golpistas ficaram à deriva. Já não conseguem prosseguir com seu plano de inserção internacional subordinada e não lhes resta outro caminho senão tentar retomar exatamente as parcerias construídas ao longo dos 13 anos de governo petista que tanto criticaram. Outra ironia da história.
Incapazes de apresentar qualquer projeto de caminho econômico diante da crise que vá além de repetir o mantra do receituário neoliberal e de atrair a confiança de qualquer setor social, não apresentam nenhuma ideia de futuro, acelerando suas medidas impopulares que elevam as tensões sociais.
Nem toda a imensa proteção midiática consegue reduzir as denúncias que recaem sobre Temer e as principais figuras de seu governo. "Fora, Temer" converte-se numa unanimidade nacional, como gritaram a plenos pulmões a maioria das concentrações carnavalescas. Os parlamentares golpistas começam a perceber que pagarão um preço alto nas urnas caso votem nas "Reforma da Previdência" e "Trabalhista", um imenso risco quando mais necessitam assegurar um "foro privilegiado".
Com o passar dos dias, vão se fechando as portas para saídas do tipo: eleição indireta de um governo de "conciliação nacional" ou "regime parlamentarista". Ao mesmo tempo, apavoram-se com a dificuldade para condenar Lula a tempo de inabilitar sua candidatura para 2018. Além de assistirem seus possíveis candidatos sendo inviabilizados pelo envolvimento nas denúncias da Odebrecht.
Não está fácil para os golpistas…
De nosso lado, para as forças populares, o principal desafio segue sendo retomar a capacidade de mobilização. Superar a sensação de apatia que frustra militantes e ativistas neste momento tão difícil, diante de uma enorme derrota política.
É preciso reforçar nossa convicção ideológica e confiar na história. Prosseguir com nossas construções unitárias, manter e apostar energias nas mobilizações previstas e agendadas. Nada nos permite concluir que retomamos um período de refluxo da capacidade de luta. É certo que neste momento parcelas importantes dos setores organizados da classe trabalhadora não enxergam as organizações como suas representações políticas, mas isso não se manterá por muito tempo. As pressões sociais que se avolumam inevitavelmente irão desembocar em grandes mobilizações.
* Ricardo Gebrim é da direção nacional da Consulta Popular.
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