Editorial do site Vermelho:
Com um inédito empate técnico, a disputa presidencial na França chegou à reta final neste domingo (23) com quatro dos onze candidatos tecnicamente empatados nas pesquisas.
Estava tudo previsto para que a eleição fosse uma festa conservadora, com a qual o próprio presidente François Hollande colaborou ao deixar de apoiar o candidato de seu partido, Benoit Hamon, por considerá-lo muito à esquerda. Mas a eleição virou uma bagunça, disse o próprio Hollande.
O que desarrumou a festa conservadora foi o crescimento, inesperado para a direita, do candidato da coligação França Insubmissa, Jean Luc Mélenchon, apoiado pela esquerda e pelo Partido Comunista Francês. Mélenchon, nas últimas semanas deu o salto nas pesquisas de opinião que trouxe tanta apreensão para a direita – ele pode chegar ao segundo turno, que ocorrerá no dia 7 de maio, e mesmo vencer a eleição.
O que o distingue dos demais postulantes não é apenas seu carisma. Mas o fato de ter trazido para o centro do debate a grave crise provocada pelo duro fiscalismo neoliberal dominante em uma União Européia hegemonizada pelo neoliberalismo e pelos interesses do grande capital. Crise que, na França, se traduz nos números excessivos do desemprego, da perda de renda dos trabalhadores, do baixo crescimento econômico. E, no plano externo, pelo apoio incondicional ao belicismo dos EUA e da União Européia.
Mélenchon representa a busca de soluções progressivas para a crise provocada pelo capitalismo, e coloca este próprio sistema em xeque, ao diagnosticar a crise e defender uma saída progressista e avançada para ela, que leve em conta os interesses dos trabalhadores, distribua renda, fortaleça o crescimento econômico, crie empregos e melhore a previdência social e a aposentaroria.
Este é o fator impactante e inquietante para a direita e os conservadores. O forte crescimento de Mélenchon na preferência dos eleitores, que disparou nas últimas semanas o transformou no fantasma que assombra os neoliberais e o grande capital. Um fantasma simpático, culto, bom de palanque, cujo programa é a ruptura com a ordem neoliberal, a busca pela paz (ele quer a saída da Otan), o fim do rigor fiscalista e dos cortes dos investimentos públicos, e a retomada do crescimento econômico, do emprego e renda dos trabalhadores.
Ao trazer para o centro do debate o capitalismo e as mazelas que provoca, Mélenchon assusta o alto comando da União Europeia e sistema financeiro internacional. E poderá causar um verdadeiro terremoto político que sacudirá não só a França, mas também Europa e o mundo.
Com um inédito empate técnico, a disputa presidencial na França chegou à reta final neste domingo (23) com quatro dos onze candidatos tecnicamente empatados nas pesquisas.
Estava tudo previsto para que a eleição fosse uma festa conservadora, com a qual o próprio presidente François Hollande colaborou ao deixar de apoiar o candidato de seu partido, Benoit Hamon, por considerá-lo muito à esquerda. Mas a eleição virou uma bagunça, disse o próprio Hollande.
O que desarrumou a festa conservadora foi o crescimento, inesperado para a direita, do candidato da coligação França Insubmissa, Jean Luc Mélenchon, apoiado pela esquerda e pelo Partido Comunista Francês. Mélenchon, nas últimas semanas deu o salto nas pesquisas de opinião que trouxe tanta apreensão para a direita – ele pode chegar ao segundo turno, que ocorrerá no dia 7 de maio, e mesmo vencer a eleição.
O que o distingue dos demais postulantes não é apenas seu carisma. Mas o fato de ter trazido para o centro do debate a grave crise provocada pelo duro fiscalismo neoliberal dominante em uma União Européia hegemonizada pelo neoliberalismo e pelos interesses do grande capital. Crise que, na França, se traduz nos números excessivos do desemprego, da perda de renda dos trabalhadores, do baixo crescimento econômico. E, no plano externo, pelo apoio incondicional ao belicismo dos EUA e da União Européia.
Mélenchon representa a busca de soluções progressivas para a crise provocada pelo capitalismo, e coloca este próprio sistema em xeque, ao diagnosticar a crise e defender uma saída progressista e avançada para ela, que leve em conta os interesses dos trabalhadores, distribua renda, fortaleça o crescimento econômico, crie empregos e melhore a previdência social e a aposentaroria.
Este é o fator impactante e inquietante para a direita e os conservadores. O forte crescimento de Mélenchon na preferência dos eleitores, que disparou nas últimas semanas o transformou no fantasma que assombra os neoliberais e o grande capital. Um fantasma simpático, culto, bom de palanque, cujo programa é a ruptura com a ordem neoliberal, a busca pela paz (ele quer a saída da Otan), o fim do rigor fiscalista e dos cortes dos investimentos públicos, e a retomada do crescimento econômico, do emprego e renda dos trabalhadores.
Ao trazer para o centro do debate o capitalismo e as mazelas que provoca, Mélenchon assusta o alto comando da União Europeia e sistema financeiro internacional. E poderá causar um verdadeiro terremoto político que sacudirá não só a França, mas também Europa e o mundo.
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