Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Num país onde os trabalhadores são atacados no direito ao trabalho - pelo desemprego em massa -, nos direitos a uma velhice com dignidade - na reforma da previdência -, no direito ao estudo e a saúde - pela emenda do Teto -, no direito a verdade - pela ditadura do pensamento único - é preciso manter o foco e definir prioridades. O rumo do pais no próximo período pode começar a ser resolvido na greve geral marcada para sexta-feira, 28 de abril, uma jornada com vocação histórica.
Não vamos nos iludir. Nenhuma definição essencial do difícil momento político brasileiro será decidido de modo favorável à democracia e a maioria dos brasileiros por Sérgio Moro em Curitiba, nem por Edson Fachin em Brasília. Muito menos por Eunício Oliveira ou Rodrigo Maia no Congresso. Nada se pode esperar das surrealistas conversas na Lisboa de Gilmar Mendes, numa geopolítica nostálgica que lembra tempos anteriores a 1822, quando uma Metrópole em fim de linha histórica tentava orientar - em mensagens de navio - os rumos de uma colônia do outro lado do Atlântico que já se tornava mais importante e decisiva.
Todos estes personagens sabem muito bem o que fazer. Sequer escondem suas intenções. As delações premiadas já cumpriram seu papel. Aquilo que merece o nome de classe dominante - e não apenas seus espantalhos de plantão, descartáveis a qualquer momento - começa a se recompor e se perdoar, entre sorrisos e até algumas cabeças baixas de submissão, deixando, como inevitável, um poucos feridos na beira da estrada.
Nada se pode esperar daí. Nem por demagogia tentam simular alguma preocupação com os direitos do povo - a não ser, é claro, como fonte para alimentar uma insaciável sede de ganhos, para que sejam atacados e diminuídos, um pouco mais, sempre, em qualquer oportunidade.
Um ano depois do golpe, chegamos a este momento que é um produto calculado e previsível. As instituições estão vazias e desmoralizadas, sem interesse nem capacidade para resistir a um permanente esforço para consolidar um governo sem voto nem legitimidade, humilhado nas conversas de 78% dos brasileiros, não apenas a multidão absoluta de honestos e trabalhadores, mas também entre os corruptos, comparsas e cúmplices. Nesta conjuntura em que o céu ameaça cair sobre nossas cabeças, como prevê uma velha lenda indígena, apenas o rosto corajoso de homens e mulheres do povo poderá impedir a derrocada que ameaça tantas gerações.
Primeira definição de espaço público no mundo construído após a Idade Média, no Brasil de nossos dias a rua tornou-se o ponto central de resistência, até que outros espaços sejam abertos e recuperados. É ali que de pode consumar a derrota da reforma da Previdência, o Vietnã do governo Temer.
As piruetas da equipe de Henrique Meirelles apenas refletem o temor de quem enxerga o peso de derrota cada vez mais inevitável de um desastre político antes de ser econômico.
Não há escapatória nem pode haver descanso. A hora é de luta.
Num país onde os trabalhadores são atacados no direito ao trabalho - pelo desemprego em massa -, nos direitos a uma velhice com dignidade - na reforma da previdência -, no direito ao estudo e a saúde - pela emenda do Teto -, no direito a verdade - pela ditadura do pensamento único - é preciso manter o foco e definir prioridades. O rumo do pais no próximo período pode começar a ser resolvido na greve geral marcada para sexta-feira, 28 de abril, uma jornada com vocação histórica.
Não vamos nos iludir. Nenhuma definição essencial do difícil momento político brasileiro será decidido de modo favorável à democracia e a maioria dos brasileiros por Sérgio Moro em Curitiba, nem por Edson Fachin em Brasília. Muito menos por Eunício Oliveira ou Rodrigo Maia no Congresso. Nada se pode esperar das surrealistas conversas na Lisboa de Gilmar Mendes, numa geopolítica nostálgica que lembra tempos anteriores a 1822, quando uma Metrópole em fim de linha histórica tentava orientar - em mensagens de navio - os rumos de uma colônia do outro lado do Atlântico que já se tornava mais importante e decisiva.
Todos estes personagens sabem muito bem o que fazer. Sequer escondem suas intenções. As delações premiadas já cumpriram seu papel. Aquilo que merece o nome de classe dominante - e não apenas seus espantalhos de plantão, descartáveis a qualquer momento - começa a se recompor e se perdoar, entre sorrisos e até algumas cabeças baixas de submissão, deixando, como inevitável, um poucos feridos na beira da estrada.
Nada se pode esperar daí. Nem por demagogia tentam simular alguma preocupação com os direitos do povo - a não ser, é claro, como fonte para alimentar uma insaciável sede de ganhos, para que sejam atacados e diminuídos, um pouco mais, sempre, em qualquer oportunidade.
Um ano depois do golpe, chegamos a este momento que é um produto calculado e previsível. As instituições estão vazias e desmoralizadas, sem interesse nem capacidade para resistir a um permanente esforço para consolidar um governo sem voto nem legitimidade, humilhado nas conversas de 78% dos brasileiros, não apenas a multidão absoluta de honestos e trabalhadores, mas também entre os corruptos, comparsas e cúmplices. Nesta conjuntura em que o céu ameaça cair sobre nossas cabeças, como prevê uma velha lenda indígena, apenas o rosto corajoso de homens e mulheres do povo poderá impedir a derrocada que ameaça tantas gerações.
Primeira definição de espaço público no mundo construído após a Idade Média, no Brasil de nossos dias a rua tornou-se o ponto central de resistência, até que outros espaços sejam abertos e recuperados. É ali que de pode consumar a derrota da reforma da Previdência, o Vietnã do governo Temer.
As piruetas da equipe de Henrique Meirelles apenas refletem o temor de quem enxerga o peso de derrota cada vez mais inevitável de um desastre político antes de ser econômico.
Não há escapatória nem pode haver descanso. A hora é de luta.
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