Por Altamiro Borges
O empresário Alexandre Correa só ganhou alguma fama após se casar com a apresentadora Ana Hickmann, da Record. Mas na sexta-feira (28), dia em que o Brasil parou na greve geral, ele voltou a se projetar, revelando todo seu reacionarismo. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ele chamou os grevistas de “cornos”, mostrou o dedo do meio e disse que perdeu R$ 25 mil reais devido aos protestos. Numa prova da sua total imbecilidade, ele ainda afirmou: “As pessoas precisam entender que um país parado em uma sexta-feira inteira é prejuízo. Isso é baderna, é coisa de gente vermelha”. No Instagram, o boçal rosnou: “Tem muita gente que ficou ofendida porque chamei manifestante de corno. Manifestante não é corno, é filho da p***. Por que não vai fazer manifestação no dia 1º de maio?”.
A colossal besteira disparada pelo marido de Ana Hickmann virou motivo de piada nas redes sociais. Após apanhar um bocado dos internautas, inclusive dos seguidores da sua esposa, o empresário-babaca até se apressou em fingir arrependimento. Ele gravou um novo vídeo: "Fui egoísta". Em tom mais ameno, temendo pelos danos causados à imagem da rica apresentadora da Record, ele pediu desculpas: “Minhas declarações foram patéticas e egoístas”, postou no Instagram no sábado (30). Em mais este episódio grotesco, que revela todo o reacionarismo e a ignorância da elite nativa, o melhor comentário foi escrito pelo ator Gregorio Duvivier. Vale conferir e dar risadas:
*****
Só no Brasil mesmo pra fazer greve em dia útil
Por Gregorio Duvivier, Folha, 01/05/201
Tem certas coisas que só existem no Brasil mesmo. Sexta-feira vimos surgir um novo fenômeno bem brasileiro: a greve em pleno dia de trabalho. Greve, como todos sabem, é algo que se faz no feriado, pra não atrapalhar ninguém. O marido da Ana Hickmann calcula que perdeu R$ 25 mil. Vocês já viram a sala da casa dele? Aquilo precisa de 15 pessoas pra limpar. Deve tá uma nojeira.
Claro que o trabalhador pode protestar. Mas primeiro tem que pensar na sociedade. Tem que escolher um dia bom. Feriado serve pra isso: você pode ir à praia, ao sítio ou fazer greve. Vai do gosto de cada um.
Jesus, por exemplo, poderia ter nascido em qualquer dia. Mas nasceu no Natal. Por quê? Porque era feriado. Ele sabia que quando nascesse ia parar tudo, daí ele escolheu uma data em que já tá tudo parado, pra não atrapalhar o marido da Ana Hickmann. E ainda nasceu uma semana antes do Réveillon, numa época que todo o mundo já tá mais tranquilo, dá pra emendar as duas datas, ir pra Bahia. E vamos combinar que ele morreu numa época ótima, também. Mas isso a gente deve aos romanos. Os romanos sabiam tudo de calendário. Podiam ter matado Jesus em qualquer época, mas escolheram a Páscoa, pra não atrapalhar o trânsito nem a vida de ninguém.
D. Pedro foi outro que arrasou: declarou a independência num feriado, o Sete de Setembro, pra não atrapalhar a vida de ninguém. Tem dia melhor pra declarar a independência que o Dia da Independência? Matou dois coelhos com um feriado só.
O problema é que o pessoal quer fazer baderna. Desse jeito ninguém consegue nada. O que falta nesse povo é gentileza. Quer alguma coisa? Pede com jeitinho. E para de falar mal da pessoa pra quem você tá pedindo. É indelicado.
Na última pesquisa só 4% de vocês disseram que o governo do Temer era bom ou ótimo. Se vocês ficarem falando mal do presidente, por que é que ele iria ajudar vocês? Tem que respeitar pra ser respeitado.
Uma ideia pra vocês: os sindicalistas, como todos sabem, estão entre os homens mais ricos do país (ver "Forbes"). Por que não fazem uma vaquinha pra mandar flores pro presidente? Um patinete pro Michelzinho? Uma limpeza espiritual no Alvorada? Tem que pensar no outro. Não deve tá fácil pro Temer, nem os fantasmas deixam ele trabalhar. Tem um pessoal ótimo que faz esse trabalho de limpeza, chama Ghostbusters. Um pouquinho mais de gentileza, por favor.
*****
Leia também:
- Doria, a greve geral e os “vagabundos”
- Chilique do Doria é reação ao Datafolha
- Violência da PM na greve exige resposta
- Bispos exorcizam retrocessos de Temer
- As "flores do mal" de João Doria
- João Doria, a mortadela e o caviar
- A greve e a senilidade de Temer e Serraglio
- Greve geral: Temer, vaza!
- O golpe e a mídia criaram Bolsonaro
- Imprensa mundial humilha a mídia nativa
- A greve geral e o jabá no Ratinho
O empresário Alexandre Correa só ganhou alguma fama após se casar com a apresentadora Ana Hickmann, da Record. Mas na sexta-feira (28), dia em que o Brasil parou na greve geral, ele voltou a se projetar, revelando todo seu reacionarismo. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ele chamou os grevistas de “cornos”, mostrou o dedo do meio e disse que perdeu R$ 25 mil reais devido aos protestos. Numa prova da sua total imbecilidade, ele ainda afirmou: “As pessoas precisam entender que um país parado em uma sexta-feira inteira é prejuízo. Isso é baderna, é coisa de gente vermelha”. No Instagram, o boçal rosnou: “Tem muita gente que ficou ofendida porque chamei manifestante de corno. Manifestante não é corno, é filho da p***. Por que não vai fazer manifestação no dia 1º de maio?”.
A colossal besteira disparada pelo marido de Ana Hickmann virou motivo de piada nas redes sociais. Após apanhar um bocado dos internautas, inclusive dos seguidores da sua esposa, o empresário-babaca até se apressou em fingir arrependimento. Ele gravou um novo vídeo: "Fui egoísta". Em tom mais ameno, temendo pelos danos causados à imagem da rica apresentadora da Record, ele pediu desculpas: “Minhas declarações foram patéticas e egoístas”, postou no Instagram no sábado (30). Em mais este episódio grotesco, que revela todo o reacionarismo e a ignorância da elite nativa, o melhor comentário foi escrito pelo ator Gregorio Duvivier. Vale conferir e dar risadas:
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Só no Brasil mesmo pra fazer greve em dia útil
Por Gregorio Duvivier, Folha, 01/05/201
Tem certas coisas que só existem no Brasil mesmo. Sexta-feira vimos surgir um novo fenômeno bem brasileiro: a greve em pleno dia de trabalho. Greve, como todos sabem, é algo que se faz no feriado, pra não atrapalhar ninguém. O marido da Ana Hickmann calcula que perdeu R$ 25 mil. Vocês já viram a sala da casa dele? Aquilo precisa de 15 pessoas pra limpar. Deve tá uma nojeira.
Claro que o trabalhador pode protestar. Mas primeiro tem que pensar na sociedade. Tem que escolher um dia bom. Feriado serve pra isso: você pode ir à praia, ao sítio ou fazer greve. Vai do gosto de cada um.
Jesus, por exemplo, poderia ter nascido em qualquer dia. Mas nasceu no Natal. Por quê? Porque era feriado. Ele sabia que quando nascesse ia parar tudo, daí ele escolheu uma data em que já tá tudo parado, pra não atrapalhar o marido da Ana Hickmann. E ainda nasceu uma semana antes do Réveillon, numa época que todo o mundo já tá mais tranquilo, dá pra emendar as duas datas, ir pra Bahia. E vamos combinar que ele morreu numa época ótima, também. Mas isso a gente deve aos romanos. Os romanos sabiam tudo de calendário. Podiam ter matado Jesus em qualquer época, mas escolheram a Páscoa, pra não atrapalhar o trânsito nem a vida de ninguém.
D. Pedro foi outro que arrasou: declarou a independência num feriado, o Sete de Setembro, pra não atrapalhar a vida de ninguém. Tem dia melhor pra declarar a independência que o Dia da Independência? Matou dois coelhos com um feriado só.
O problema é que o pessoal quer fazer baderna. Desse jeito ninguém consegue nada. O que falta nesse povo é gentileza. Quer alguma coisa? Pede com jeitinho. E para de falar mal da pessoa pra quem você tá pedindo. É indelicado.
Na última pesquisa só 4% de vocês disseram que o governo do Temer era bom ou ótimo. Se vocês ficarem falando mal do presidente, por que é que ele iria ajudar vocês? Tem que respeitar pra ser respeitado.
Uma ideia pra vocês: os sindicalistas, como todos sabem, estão entre os homens mais ricos do país (ver "Forbes"). Por que não fazem uma vaquinha pra mandar flores pro presidente? Um patinete pro Michelzinho? Uma limpeza espiritual no Alvorada? Tem que pensar no outro. Não deve tá fácil pro Temer, nem os fantasmas deixam ele trabalhar. Tem um pessoal ótimo que faz esse trabalho de limpeza, chama Ghostbusters. Um pouquinho mais de gentileza, por favor.
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