quarta-feira, 14 de junho de 2017

Golpe trabalhista avança no Senado

Por Altamiro Borges

O Judas Michel Temer não sabe se dura até o final do mandato ilegítimo e nem se vai direto para a cadeia. A base aliada está afundando, com várias siglas ameaçando desembarcar do covil golpista. O PSDB decidiu manter o apoio à quadrilha do PMDB para salvar o cambaleante Aécio Neves, mas está sangrando. Mesmo assim, a cloaca empresarial, que financiou o “golpe dos corruptos”, segue impondo sua pauta regressiva no parlamento. Nesta terça-feira (13), a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou a proposta de “reforma” trabalhista do tucano Ricardo Ferraço. Desta forma, a “assembleia dos bandidos”, conforme definição de um renomado jornalista português, deu mais um passo para extinguir a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Após oito horas de sessão, o relatório do senador capixaba foi aprovado sem qualquer destaque. Paulo Paim (PT-RS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Lídice da Mata (PSB-BA) ainda tentaram barrar a votação, mas foram atropelados pela bancada patronal. Além da CAS, a contrarreforma já foi aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e ainda deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes de ir à votação no plenário do Senado. O covil golpista, que corre contra o tempo para manter o apoio da cloaca empresarial, promete enterrar a CLT até o final de junho. Para que o texto não retorne à Câmara Federal, onde já foi aprovado, o Senado precisa aprovar a matéria sem alterações.

Em seu entusiasmo, a própria Folha não esconde mais os propósitos desta maldade. “A reforma, amplamente apoiada pelas entidades empresariais, traz a prevalência, em alguns casos, de acordos entre patrões e empregados sobre a lei, o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, obstáculos ao ajuizamento das ações trabalhistas, limites às decisões do Tribunal Superior do Trabalho, possibilidade de parcelamento de férias em três períodos e flexibilização de contratos de trabalho”. Em outro artigo, o jornal reconhece que a aprovação da maldade é uma questão de sobrevivência para o covil golpista. “Em meio à crise política, o governo quer manter o calendário das reformas para dar a impressão de ‘normalidade’”.

Se depender do Congresso Nacional, o mais conservador e fisiológico dos últimos tempos, a contrarreforma trabalhista será aprovada sem choro nem vela. Os parlamentares venais inclusive contam com sua aprovação para garantir apoio financeiro dos empresários para a reeleição em 2018. Só mesmo a pressão das ruas poderá barrar este retrocesso. A segunda greve geral convocada pelas centrais sindicais para o final de junho terá papel decisivo nesta verdadeira guerra de classes. Ou os trabalhadores ocupam a cena política, com maior amplitude e radicalidade, ou voltarão aos tempos da escravidão escancarada!

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