Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:
“Cadê as panelas?” virou bordão da esquerda depois do golpe de 2016. Cada notícia sobre alguma bandidagem da trupe que assaltou o poder gerava uma torrente de interrogações aos paneleiros nas redes sociais. Foi tão usado que chegou a enjoar.
Depois dos últimos acontecimentos, entretanto, a fatídica pergunta retornou com força e com razão.
Afinal, não faz nenhum sentido, dentro da lógica da revolta com a corrupção que criou as condições para o golpe, a comoção nacional provocada por uma interpretação grotesca do famigerado áudio do Bessias – interpretado teatralmente pelo Willian Bonner, ainda por cima! – e o completo silêncio diante da absolvição de Aécio Neves no conselho de ética (com minúsculas e uma gargalhada) do Senado; do fato de Michel Temer gastar bilhões do dinheiro oriundo dos “pagadores de impostos” para comprar deputados, através de emendas parlamentares, com o único objetivo de tentar sobreviver às pesadas acusações criminais; e do governo finalmente estancar a sangria e decretar o fim da Lava Jato, simplesmente cortando seus recursos.
Justo, portanto, debruçarmo-nos sobre algumas questões. Cadê as panelas? Por que elas estão mudas? Seria vergonha? Desorientação? Questão ideológica? Hoje, n’O Cafezinho.
A resposta é simples. As panelas e a revolta da classe média brasileira sumiram porque a maestra do descontentamento, a guia suprema do ódio nacional não deseja mais a revolta da população. A Globo não necessita mais da mobilização de rua para atingir seus objetivos políticos.
Com a quadrilha que tomou conta do Brasil, chefiada por PSDB e PMDB, a Globo negocia e articula do jeito tradicional. Lobby, conchavos parlamentares, ameaças e ataques contra os que não seguem o script global. A população, mesmo a classe média que sustentou o golpe, perdeu sua serventia como massa de manobra e passou a ser solenemente ignorada pela empresa dos Marinho.
De qualquer forma, o objetivo deste artigo não é tripudiar sobre os coxinhas. Aqueles que acreditaram sinceramente que “toda essa corrupção” foi a causa do impeachment – não os que no fundo apenas queriam a ameaça comunista capitaneada pelo PT (hahaha) extirpada do poder – foram enganados pela Globo, que apenas queria derrubar o governo eleito para botar os amigos de sempre no lugar.
Aos que estão se dando conta de que foram ludibriados, parabenizo pelo reconhecimento do erro, demonstração de caráter, e faço um chamado à luta contra o monopólio da informação no Brasil.
Não se trata de ideologia, aqui. Não estou convidando a classe média brasileira para o lado vermelho da força.
Se trata, sim, de batalharmos juntos para que exista um verdadeiro debate político no Brasil, uma vez que hoje ele é praticamente inexistente. A Globo escolhe sobre o que o Brasil vai falar, a esquerda apenas corre atrás da máquina tentando desconstruir suas mentiras, deturpações e canalhices, e as pessoas comuns alinhadas à direita compram a narrativa alegremente.
Suponho que mesmo uma pessoa de direita não deseje ser usada por um império de comunicação que gosta de brincar de derrubar presidentes.
Sem a manipulação brutal da informação promovida pela Globo e seus orbitais poderemos discutir de verdade os problemas do país. Por que o Brasil é tão violento? Por que os serviços públicos são tão insuficientes? Será que a corrupção é o grande problema nacional mesmo? Poderemos falar até sobre sonegação, vejam só (o assunto é tabu para a Globo por motivos óbvios).
Nós, do campo progressista, não detemos, evidentemente, o monopólio da verdade. Queremos discutir política, discutir alternativas para o nosso país.
A Globo não quer nada disso. A Globo quer continuar sendo o nosso Big Brother (o de George Orwell, não o outro): ter controle absoluto sobre as mentes dos brasileiros para permanecer sendo uma corporação poderosa e bilionária que, ignorando a vontade do povo expressa nas urnas, sustenta ditaduras, encobre seus bandidos de estimação e derruba presidentes com uma facilidade exasperante.
Juntem-se a nós nessa luta, queridos coxinhas, para que possamos discutir política livremente, para que possamos ao menos escolher as nossas pautas! O poder da dialética – liberta das amarras globais – será o propulsor de um Brasil muito melhor.
P.S.: Se você, leitor(a) clássico(a) de esquerda do Cafezinho, gostou deste texto, por favor mande para seus amigos coxas. A luta pela democratização da mídia no Brasil agradece.
“Cadê as panelas?” virou bordão da esquerda depois do golpe de 2016. Cada notícia sobre alguma bandidagem da trupe que assaltou o poder gerava uma torrente de interrogações aos paneleiros nas redes sociais. Foi tão usado que chegou a enjoar.
Depois dos últimos acontecimentos, entretanto, a fatídica pergunta retornou com força e com razão.
Afinal, não faz nenhum sentido, dentro da lógica da revolta com a corrupção que criou as condições para o golpe, a comoção nacional provocada por uma interpretação grotesca do famigerado áudio do Bessias – interpretado teatralmente pelo Willian Bonner, ainda por cima! – e o completo silêncio diante da absolvição de Aécio Neves no conselho de ética (com minúsculas e uma gargalhada) do Senado; do fato de Michel Temer gastar bilhões do dinheiro oriundo dos “pagadores de impostos” para comprar deputados, através de emendas parlamentares, com o único objetivo de tentar sobreviver às pesadas acusações criminais; e do governo finalmente estancar a sangria e decretar o fim da Lava Jato, simplesmente cortando seus recursos.
Justo, portanto, debruçarmo-nos sobre algumas questões. Cadê as panelas? Por que elas estão mudas? Seria vergonha? Desorientação? Questão ideológica? Hoje, n’O Cafezinho.
A resposta é simples. As panelas e a revolta da classe média brasileira sumiram porque a maestra do descontentamento, a guia suprema do ódio nacional não deseja mais a revolta da população. A Globo não necessita mais da mobilização de rua para atingir seus objetivos políticos.
Com a quadrilha que tomou conta do Brasil, chefiada por PSDB e PMDB, a Globo negocia e articula do jeito tradicional. Lobby, conchavos parlamentares, ameaças e ataques contra os que não seguem o script global. A população, mesmo a classe média que sustentou o golpe, perdeu sua serventia como massa de manobra e passou a ser solenemente ignorada pela empresa dos Marinho.
De qualquer forma, o objetivo deste artigo não é tripudiar sobre os coxinhas. Aqueles que acreditaram sinceramente que “toda essa corrupção” foi a causa do impeachment – não os que no fundo apenas queriam a ameaça comunista capitaneada pelo PT (hahaha) extirpada do poder – foram enganados pela Globo, que apenas queria derrubar o governo eleito para botar os amigos de sempre no lugar.
Aos que estão se dando conta de que foram ludibriados, parabenizo pelo reconhecimento do erro, demonstração de caráter, e faço um chamado à luta contra o monopólio da informação no Brasil.
Não se trata de ideologia, aqui. Não estou convidando a classe média brasileira para o lado vermelho da força.
Se trata, sim, de batalharmos juntos para que exista um verdadeiro debate político no Brasil, uma vez que hoje ele é praticamente inexistente. A Globo escolhe sobre o que o Brasil vai falar, a esquerda apenas corre atrás da máquina tentando desconstruir suas mentiras, deturpações e canalhices, e as pessoas comuns alinhadas à direita compram a narrativa alegremente.
Suponho que mesmo uma pessoa de direita não deseje ser usada por um império de comunicação que gosta de brincar de derrubar presidentes.
Sem a manipulação brutal da informação promovida pela Globo e seus orbitais poderemos discutir de verdade os problemas do país. Por que o Brasil é tão violento? Por que os serviços públicos são tão insuficientes? Será que a corrupção é o grande problema nacional mesmo? Poderemos falar até sobre sonegação, vejam só (o assunto é tabu para a Globo por motivos óbvios).
Nós, do campo progressista, não detemos, evidentemente, o monopólio da verdade. Queremos discutir política, discutir alternativas para o nosso país.
A Globo não quer nada disso. A Globo quer continuar sendo o nosso Big Brother (o de George Orwell, não o outro): ter controle absoluto sobre as mentes dos brasileiros para permanecer sendo uma corporação poderosa e bilionária que, ignorando a vontade do povo expressa nas urnas, sustenta ditaduras, encobre seus bandidos de estimação e derruba presidentes com uma facilidade exasperante.
Juntem-se a nós nessa luta, queridos coxinhas, para que possamos discutir política livremente, para que possamos ao menos escolher as nossas pautas! O poder da dialética – liberta das amarras globais – será o propulsor de um Brasil muito melhor.
P.S.: Se você, leitor(a) clássico(a) de esquerda do Cafezinho, gostou deste texto, por favor mande para seus amigos coxas. A luta pela democratização da mídia no Brasil agradece.
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