Por Norma Odara, no jornal Brasil de Fato:
"Existe um risco de guerra civil" na Venezuela, é o que disse o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Igor Fuser, durante o debate "Terrorismo midiático contra a Venezuela", ocorrido nesta quinta-feira (13), na sede do Barão de Itararé, em São Paulo.
Durante sua exposição, Fuser ressaltou que com os recentes protestos violentos no país, "a elite raivosa, feroz, ávida, sedenta de vingança, quer tentar reverter os processos de transformações e recuperar seu poder político e econômico. Além disso, existe a resistência de setores populares que não vão entregar suas conquistas às forças reacionárias".
Para ele, os questionamentos de uma possível guerra civil na Venezuela envolvem questões muito mais complexas do que tão somente a violência, tais como: o encargo bélico que isso traria; a preocupação do envolvimento do Brasil junto a um país parceiro; a questão dos refugiados e a polarização que se criaria dentro do próprio Brasil com relação ao tema.
Também participaram do evento a presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, e Paola Estrada, membro da Aliança Bolivariana das Américas (ALBA). O debate levantou questionamentos sobre as perseguições simbólicas, ideológicas, econômicas e políticas na Venezuela, detentora da maior reserva de petróleo certificada do mundo.
Para Socorro Gomes, a tática imperialista e das grandes oligarquias é evidente não só na Venezuela, mas em toda a América Latina. Ela ressalta ainda que a elite venezuelana, contrariadas pelo poderio popular da Revolução Bolivariana, apela para a mídia e desenvolve a chamada "guerra midiática" no país.
"É isso que estão fazendo com Lula, aqui no Brasil, e lá na Venezuela, é o que estão fazendo com [o presidente Nicolás] Maduro. É como se os desejos dos imperialistas fossem universais", ressalta Gomes.
Já Paola Estrada, focando-se mais nos aspectos econômicos, ressalta que a crise no país bolivariano teve início sobretudo após o colapso econômico financeiro mundial de 2008, que também repercutiu na América Latina, mas com especificidades distintas.
"Não podemos negar que existe crise, mas não igual à que a grande mídia diz. A economia de lá está baseada em outros marcos. Lá, por exemplo, o metrô custa menos de cinco centavos, o analfabetismo foi erradicado e aumentou o acesso ao ensino superior. A economia está organizada sob outra lógica", explica Paola.
Paola também enfatiza a tentativa do presidente Nicolás Maduro de manter a decisão política nas mãos do povo, com a Nova Assembleia Constituinte, anunciada em maio e rechaçada pela oposição, que não a reconhece e prepara uma ofensiva conservadora.
Veja como foi o debate [aqui]:
"Existe um risco de guerra civil" na Venezuela, é o que disse o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Igor Fuser, durante o debate "Terrorismo midiático contra a Venezuela", ocorrido nesta quinta-feira (13), na sede do Barão de Itararé, em São Paulo.
Durante sua exposição, Fuser ressaltou que com os recentes protestos violentos no país, "a elite raivosa, feroz, ávida, sedenta de vingança, quer tentar reverter os processos de transformações e recuperar seu poder político e econômico. Além disso, existe a resistência de setores populares que não vão entregar suas conquistas às forças reacionárias".
Para ele, os questionamentos de uma possível guerra civil na Venezuela envolvem questões muito mais complexas do que tão somente a violência, tais como: o encargo bélico que isso traria; a preocupação do envolvimento do Brasil junto a um país parceiro; a questão dos refugiados e a polarização que se criaria dentro do próprio Brasil com relação ao tema.
Também participaram do evento a presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, e Paola Estrada, membro da Aliança Bolivariana das Américas (ALBA). O debate levantou questionamentos sobre as perseguições simbólicas, ideológicas, econômicas e políticas na Venezuela, detentora da maior reserva de petróleo certificada do mundo.
Para Socorro Gomes, a tática imperialista e das grandes oligarquias é evidente não só na Venezuela, mas em toda a América Latina. Ela ressalta ainda que a elite venezuelana, contrariadas pelo poderio popular da Revolução Bolivariana, apela para a mídia e desenvolve a chamada "guerra midiática" no país.
"É isso que estão fazendo com Lula, aqui no Brasil, e lá na Venezuela, é o que estão fazendo com [o presidente Nicolás] Maduro. É como se os desejos dos imperialistas fossem universais", ressalta Gomes.
Já Paola Estrada, focando-se mais nos aspectos econômicos, ressalta que a crise no país bolivariano teve início sobretudo após o colapso econômico financeiro mundial de 2008, que também repercutiu na América Latina, mas com especificidades distintas.
"Não podemos negar que existe crise, mas não igual à que a grande mídia diz. A economia de lá está baseada em outros marcos. Lá, por exemplo, o metrô custa menos de cinco centavos, o analfabetismo foi erradicado e aumentou o acesso ao ensino superior. A economia está organizada sob outra lógica", explica Paola.
Paola também enfatiza a tentativa do presidente Nicolás Maduro de manter a decisão política nas mãos do povo, com a Nova Assembleia Constituinte, anunciada em maio e rechaçada pela oposição, que não a reconhece e prepara uma ofensiva conservadora.
Veja como foi o debate [aqui]:
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