Por Bepe Damasco, em seu blog:
Dias atrás o combativo senador Roberto Requião, em nome da Frente Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional, a qual preside, enviou carta aos investidores internacionais alertando-lhes sobre o risco que correm caso participem do leilão do patrimônio público brasileiro promovido pelo governo golpista.
Requião, fiel ao seu estilo desabrido e direto, disparou: “tudo que for vendido será recuperado pelos patriotas e pelo povo brasileiro.” Nas entrelinhas do comunicado do senador aos donos do dinheiro está a proposta de compromisso da esquerda e dos democratas com a convocação de um referendo revogatório para pôr abaixo todo o edifício antipopular, antinacional e lesa-pátria construído pelo governo ilegítimo.
Claro que isso só será possível após o resgate da democracia no Brasil. Também é cristalino como água que um referendo como esse só pode ser convocado em caso da volta ao poder das forças populares e de esquerda. Contudo, um eventual retorno por si só de Lula, ou de outro candidato apoiado por ele, ao Planalto, não representaria a garantia de que um movimento de inequívoca radicalidade política como o referendo venha a ser encampado.
Primeiro porque contará com a oposição, no campo progressista, dos arautos da eterna moderação como método de ação política. Para os quais não faltarão argumentos de teor pragmático, tais como as imposições da governabilidade, os melindres causados na base congressual aliada e a confrontação com o mercado financeiro e os donos do capital. Já imagino até a moldura retórica a ser empregada para envolver o recuo:“o Brasil deve olhar para a frente, pensar no futuro e evitar agendas que dividam a sociedade.”
Certamente ganharão relevo também argumentos de natureza jurídica, a apontar o ineditismo desse tipo de referendo no Brasil como obstáculo legal intransponível, etc e tal. Em vez de chover no molhado e repetir as trágicas consequências para o Brasil e o povo brasileiro da adoção de um republicanismo ingênuo e suicida por parte do PT no governo, prefiro tentar relacionar a campanha presidencial do ano que vem com as futuras ações de um hipotético governo de esquerda.
O nosso candidato, se quiser ganhar as eleições, terá que atacar e denunciar diuturnamente a maior regressão social da história do país, com o corte dos direitos sociais que a sociedade levou décadas para conquistar, a pilhagem e o roubo das nossas riquezas estratégicas, o fim da CLT, os ataques aos direitos previdenciários, a verdadeira zona na qual foram atiradas as instituições da República, a destruição do BNDES como banco de fomento, o desprezo pela soberania popular e todos os crimes cometidos pela quadrilha que assaltou o governo.
E a julgar pelo que indicam todas as pesquisas sobre a visão que os brasileiros e as brasileiras têm do governo Temer um discurso com esse conteúdo tem grandes chances de levar a oposição à vitória. Aí, a pergunta que se faz é a seguinte: uma vez no governo, como a esquerda tratará o legado dos bandidos que governaram o país?
Só há dois caminhos: ser coerente com as denúncias, o programa e o compromisso popular assumido ao longo da campanha, o que significa não poupar esforços para convocar o referendo revogatório, ou a acomodação sob o pretexto da governabilidade, fulminando o que ainda resta de esperança no coração do povo e lançando o governo num descrédito precoce e até perigoso do ponto de vista de sua sustentação.
Dias atrás o combativo senador Roberto Requião, em nome da Frente Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional, a qual preside, enviou carta aos investidores internacionais alertando-lhes sobre o risco que correm caso participem do leilão do patrimônio público brasileiro promovido pelo governo golpista.
Requião, fiel ao seu estilo desabrido e direto, disparou: “tudo que for vendido será recuperado pelos patriotas e pelo povo brasileiro.” Nas entrelinhas do comunicado do senador aos donos do dinheiro está a proposta de compromisso da esquerda e dos democratas com a convocação de um referendo revogatório para pôr abaixo todo o edifício antipopular, antinacional e lesa-pátria construído pelo governo ilegítimo.
Claro que isso só será possível após o resgate da democracia no Brasil. Também é cristalino como água que um referendo como esse só pode ser convocado em caso da volta ao poder das forças populares e de esquerda. Contudo, um eventual retorno por si só de Lula, ou de outro candidato apoiado por ele, ao Planalto, não representaria a garantia de que um movimento de inequívoca radicalidade política como o referendo venha a ser encampado.
Primeiro porque contará com a oposição, no campo progressista, dos arautos da eterna moderação como método de ação política. Para os quais não faltarão argumentos de teor pragmático, tais como as imposições da governabilidade, os melindres causados na base congressual aliada e a confrontação com o mercado financeiro e os donos do capital. Já imagino até a moldura retórica a ser empregada para envolver o recuo:“o Brasil deve olhar para a frente, pensar no futuro e evitar agendas que dividam a sociedade.”
Certamente ganharão relevo também argumentos de natureza jurídica, a apontar o ineditismo desse tipo de referendo no Brasil como obstáculo legal intransponível, etc e tal. Em vez de chover no molhado e repetir as trágicas consequências para o Brasil e o povo brasileiro da adoção de um republicanismo ingênuo e suicida por parte do PT no governo, prefiro tentar relacionar a campanha presidencial do ano que vem com as futuras ações de um hipotético governo de esquerda.
O nosso candidato, se quiser ganhar as eleições, terá que atacar e denunciar diuturnamente a maior regressão social da história do país, com o corte dos direitos sociais que a sociedade levou décadas para conquistar, a pilhagem e o roubo das nossas riquezas estratégicas, o fim da CLT, os ataques aos direitos previdenciários, a verdadeira zona na qual foram atiradas as instituições da República, a destruição do BNDES como banco de fomento, o desprezo pela soberania popular e todos os crimes cometidos pela quadrilha que assaltou o governo.
E a julgar pelo que indicam todas as pesquisas sobre a visão que os brasileiros e as brasileiras têm do governo Temer um discurso com esse conteúdo tem grandes chances de levar a oposição à vitória. Aí, a pergunta que se faz é a seguinte: uma vez no governo, como a esquerda tratará o legado dos bandidos que governaram o país?
Só há dois caminhos: ser coerente com as denúncias, o programa e o compromisso popular assumido ao longo da campanha, o que significa não poupar esforços para convocar o referendo revogatório, ou a acomodação sob o pretexto da governabilidade, fulminando o que ainda resta de esperança no coração do povo e lançando o governo num descrédito precoce e até perigoso do ponto de vista de sua sustentação.
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