domingo, 8 de outubro de 2017

Doria torra dinheiro com o MBL à toa

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Era inevitável. Tão inevitável quanto Lula e o PT se fortalecerem à medida que as pessoas descobrem que o “golpeachment” de Dilma foi um mau negócio. Cedo ou tarde a camada popular da capital paulista descobriria – ou começaria a descobrir – que João Doria, prefeito de São Paulo, não é, apenas, um embuste como administrador, mas um malandro que acha que só ele mesmo é esperto.

Pesquisa Datafolha publicada neste domingo (8/10) dá conta de que a aprovação de Doria despencou na capital paulista não só por ele estar tendo o descaramento de entrar em campanha para presidente da República sem mal ter começado o mandato de prefeito da cidade.




Doria começou sua gestão impondo varrição de ruas da cidade como símbolo. Basbaques paulistanos e a mídia tucana logo trataram de vender a imagem. Até a eterna apavoradinha do Brasil, Regina Duarte, colaborou com suas opiniões políticas superficiais como cobertura de bolo.




Marketing, porém, não enche barriga. Medidas virtuais só produzem resultados virtuais e a varrição de ruas despencou forte na capital paulista.



O mesmo se deu com outro símbolo da administração doriana, o programa “corujão”, destinado NÃO ao povo humilde, mas aos patrões. O programa realiza DE MADRUGADA os exames laboratoriais da rede municipal de saúde, ou seja, a população humilde não precisaria mais faltar ao trabalho para cuidar da saúde, em São Paulo. Mas como o programa é fake, só muda horários de atendimento, as filas continuam



Tudo isso sem falar no morticínio que está ocorrendo no trânsito com o aumento dos acidentes devido ao aumento da velocidade dos veículos que Doria decretou em atendimento a exigências da minúscula classe média alta que quer correr com seus carrões pela cidade, atropelando pobres como se fossem pinos de boliche.



Por alguma razão, o malandro João Doria acreditou que poderia governar tão pouco e tão mal e ainda assim conseguiria manter as classes populares tão extasiadas quanto as classes A e B, para quem ele de fato iria governar, em tese…

É bem mais fácil governar para essas classes porque nos bairros ditos “nobres” de São Paulo praticamente não há muito que fazer. Os serviços públicos são de boa qualidade. Varrição, asfalto, calçadas, hospitais e escolas públicos, segurança…

Contudo, São Paulo não é seus bairros “nobres”, São Paulo é muito mais periferia. A população que, sim, precisa do Estado é muito maior do que aquela que não precisa e essa população votou em peso em dória.

O que ganhou? Um grande volume de antipetismo e medidas imorais como a redução de merenda escolar para as crianças da rede pública de ensino.



O mais engraçado é que a maior parte da população atingida pela redução da merenda escolar votou em peso no mauricinho irresponsável.

Brasilândia e Nossa Senhora do Ó, por exemplo, foram dois dos bairros da periferia de São Paulo que mais votos deram a Doria na eleição do ano passado, conforme a lista do Tribunal Superior Eleitoral da votação nos diversos bairros da capital paulista.

Na Brasilândia, 376ª zona eleitoral, Doria obteve 44,45% dos votos, ou 67.513, Fernando Haddad teve 17,43% dos votos, ou 26.468 votos, Celso Russomano obteve 18,32% dos votos, ou 27.827 votos e Marta Suplicy obteve 13,32% dos votos, ou 20.232 votos.

Já em Nossa Senhora do Ó, na 327ª zona eleitoral, a votação de Doria foi acachapante. Ele obteve 58,67%, ou 45.296 votos; Fernando Haddad obteve 15,48% dos votos, ou 11.950 votos; Celso Russomano obteve 11,09% dos votos, ou 8.558 votos; Marta Suplicy obteve 8,01% dos votos, ou 6.181 votos.

Doria se acha esperto. Decidiu fazer um governo medíocre e amparado basicamente em antipetismo. Diante da queda de sua aprovação noticiada pela Folha, culpou o PT em vez de prometer fazer mais.



O método Doria para enganar otários se baseia em uma aposta milionária, as redes sociais e, nelas, o grupo fascista Movimento Brasil Livre, dirigido por um picareta cheio de processos na Justiça por suas picaretagens.



O MBL vem sendo financiado pelo PSDB e outros partidos de direita desde bem antes de Doria ser eleito. O portal UOL chegou a divulgar áudio que comprova essa relação financeira com partidos de um movimento que se diz “apartidário”.

Mas Doria passou a dar dinheiro público ao MBL para defende-lo nas redes sociais. A dinheirama gasta por políticos com o movimento fascista, porém, parece estar longe de comprar o que ele vende.

A pesquisa Datafolha é arrasadora para dória Revela piora em todos os quesitos. A rejeição disparou, a aprovação despencou e todas os programas-vitrine que ele achou que iriam colar mesmo não sendo nada além de farsas, estão sendo malvistos.

Diz a Folha que a aprovação de Doria não é tão ruim quanto a de seus antecessores nesta mesma etapa da administração, ou seja, próximo a completar um ano.

Contudo, a Folha está enganada. José Serra foi ganhando aprovação ao longo de seu primeiro e único ano à frente da prefeitura de São Paulo e, por volta de outubro de 2005, estava no mesmo nível que Doria hoje. No ano seguinte, Serra tinha 56% de aprovação em São Paulo, com a mídia toda a favor, e se lançou candidato a presidente. Depois, perdeu a eleição e afundou politicamente. Doria é outro Serra, só que bem menos inteligente.



Eis que a fortuna que a prefeitura paulistana está enterrando no MBL não está se justificando e ainda expõe o prefeito a ter que se entender com a Justiça lá adiante. Ele e Temer estão torrando dinheiro público com esses picaretas do MBL em uma proporção escandalosamente alta para nada.

Até mesmo tucanos históricos como Artur Virgílio e Alberto Goldman reprovam os gastos da prefeitura de São Paulo com o MBL. O dinheiro que está faltando para tudo na capital paulista, até para a merenda, enche os bolsos dos moleques malandros do movimento fascista.

O que já se pode prever com facilidade hoje é que Doria vai ter que se explicar sobre o uso de dinheiro público para fazer politicagem barata usando o tal MBL para promover antipetismo de modo a manter drogada uma população que a cada dia vai acordar mais rapidamente daqui até o ano que vem.

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