Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:
“Se o mercado sorri para nós, podemos ir até lá e dar um beijo nele”“, afirmou o Presidente da maior empresa do país.
A sinceridade de Pedro Parente é incrivelmente impactante, nesses tempos em que a política parece ser construída apenas com mentiras, afinal, o ex-ministro de FHC não poderia ser mais fiel ao que acredita: A Petrobrás para ele não passa de um flerte momentâneo, um match no Tinder ou um pente e rala, como dizem por aí no funk carioca.
A relação que o tucano pensa para a empresa é daquelas que não precisa de uma boa conversa, de afinidades ou aquela química arrebatadora; que deixa de lado a conquista, o toque, o carinho e a atenção. Basta um sorriso do Sr.Mercado para a Petrobrás de Parente se entregar por completo sem pensar nas consequências daquele ato.
Bom, particularmente não tenho nada contra beijos efêmeros ou amores de verão, muito pelo contrário. Quero que as pessoas se beijem muito, sejam heteros, homos, trans ou bis; se peguem no primeiro, no segundo ou no enésimo encontro com muita ou pouca língua, beijando deitado, sentado, em pé ou de cabeça para baixo como o Homem Aranha e a Mary Jane.
Ou seja, que tenha beijo, muito ou pouco, mas que ele seja de uma relação, no mínimo, igualitária, onde ambos envolvidos possam sair satisfeitos.
Entretanto, igualdade é um fato que, sabemos de cor e salteado, não representa a relação do Mecardo com qualquer Estatal brasileira. Tanto o Capital nacional (uma burguesia entreguista, escravocrata e elitista), quanto o internacional (que só enxerga o Brasil como Colônia) querem as nossas empresas como subservientes da política do lucro, da exploração e da concentração de renda sem fim.
Não se tem dúvida, portanto, que o mercado quer da Petrobrás o mesmo que o machismo prega nos relacionamentos: submissão. Uma relação abusiva que já assistimos, por exemplo, na década de 90 quando vimos a empresa que perder uma plataforma inteira e toda sua produção – assassinando 11 pessoas – por diversas falhas oriundas da insaciedade de quem quer dinheiro no bolso sem pensar nas consequências, uma política de um egoísmo típico daqueles que se imaginam proprietários de uma outra pessoa numa relação.
Parente, que era presidente do Conselho da Petrobrás na época que quase destruíram a companhia, agora se apresenta como o próprio cupido dos infernos e tenta fazer a Petrobrás ser a empresa que o entreguismo sempre quis: refém do lucro e do método que, entre outros exemplo, causou o maior desastre natural da história do país, a tragédia de Mariana.
E assim, o tucano vai levando a Petrobrás para a tarefa que lhe foi outorgada pelo núcleo duro do golpismo: a deterioração completa da empresa, para depois privatiza-lá.
E para isso, o Mercado e seu beijo da morte será crucial.
* Tadeu Porto é Editor Sênior do Cafezinho e diretor da Federação Única dos Petroleiros e do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense.
“Se o mercado sorri para nós, podemos ir até lá e dar um beijo nele”“, afirmou o Presidente da maior empresa do país.
A sinceridade de Pedro Parente é incrivelmente impactante, nesses tempos em que a política parece ser construída apenas com mentiras, afinal, o ex-ministro de FHC não poderia ser mais fiel ao que acredita: A Petrobrás para ele não passa de um flerte momentâneo, um match no Tinder ou um pente e rala, como dizem por aí no funk carioca.
A relação que o tucano pensa para a empresa é daquelas que não precisa de uma boa conversa, de afinidades ou aquela química arrebatadora; que deixa de lado a conquista, o toque, o carinho e a atenção. Basta um sorriso do Sr.Mercado para a Petrobrás de Parente se entregar por completo sem pensar nas consequências daquele ato.
Bom, particularmente não tenho nada contra beijos efêmeros ou amores de verão, muito pelo contrário. Quero que as pessoas se beijem muito, sejam heteros, homos, trans ou bis; se peguem no primeiro, no segundo ou no enésimo encontro com muita ou pouca língua, beijando deitado, sentado, em pé ou de cabeça para baixo como o Homem Aranha e a Mary Jane.
Ou seja, que tenha beijo, muito ou pouco, mas que ele seja de uma relação, no mínimo, igualitária, onde ambos envolvidos possam sair satisfeitos.
Entretanto, igualdade é um fato que, sabemos de cor e salteado, não representa a relação do Mecardo com qualquer Estatal brasileira. Tanto o Capital nacional (uma burguesia entreguista, escravocrata e elitista), quanto o internacional (que só enxerga o Brasil como Colônia) querem as nossas empresas como subservientes da política do lucro, da exploração e da concentração de renda sem fim.
Não se tem dúvida, portanto, que o mercado quer da Petrobrás o mesmo que o machismo prega nos relacionamentos: submissão. Uma relação abusiva que já assistimos, por exemplo, na década de 90 quando vimos a empresa que perder uma plataforma inteira e toda sua produção – assassinando 11 pessoas – por diversas falhas oriundas da insaciedade de quem quer dinheiro no bolso sem pensar nas consequências, uma política de um egoísmo típico daqueles que se imaginam proprietários de uma outra pessoa numa relação.
Parente, que era presidente do Conselho da Petrobrás na época que quase destruíram a companhia, agora se apresenta como o próprio cupido dos infernos e tenta fazer a Petrobrás ser a empresa que o entreguismo sempre quis: refém do lucro e do método que, entre outros exemplo, causou o maior desastre natural da história do país, a tragédia de Mariana.
E assim, o tucano vai levando a Petrobrás para a tarefa que lhe foi outorgada pelo núcleo duro do golpismo: a deterioração completa da empresa, para depois privatiza-lá.
E para isso, o Mercado e seu beijo da morte será crucial.
* Tadeu Porto é Editor Sênior do Cafezinho e diretor da Federação Única dos Petroleiros e do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense.
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