Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Dois sujeitos mascarados, à frente de outros dois fantasiados de sabe deus o quê, fazem uma espécie de prestação de contas (não financeiras) e conclamam seus seguidores a continuar a luta.
“A esquerda foi extirpada da capital”, diz um dos rapazes, dublado por uma voz distorcida, mexendo a cabeça para ver se a micagem sincroniza.
Nos créditos aparece o nome dos membros do “elenco”. Um deles é Eric Balbinus (sic), funcionário da prefeitura de Doria e autor de um blog difamatório.
Como no caso do Estado Islâmico, a estética mistura filmes de ação, videogames de guerra, programas de TV. É o terror em linguagem pop - estranho, sinistro, megalomaníaco e familiar.
Não há mulheres. A ideia é inspirar homens jovens a abraçar a causa. O mundo que o MBL promete é o mesmo do EI: fervor religioso, ódio e testosterona para derrotar os oponentes - ou o “o câncer” da esquerda.
Ele “está alojado nos mais diferentes espaços”, alerta o narrador: “redações de jornais, sindicatos e corporações, na escola dos seus filhos… É lá que o inimigo se encontra”.
Tudo é planejado para retratar a milícia como poderosa, competente e capaz de falar com uma audiência nacional. O EI quer o sangue dos recrutas. O MBL também quer o sangue (além de dinheiro).
Se o EI mostra os infiéis sendo decapitados, o MBL expõe, em montagens grosseiras, seus adversários. Estão lá Caetano Veloso, os artistas da exposição do MAM acusada de pedofilia, atores, repórteres da mídia “comunista”, Ricardo Boechat.
A picaretagem ainda se apropria da canção “Baba O’Riley”, do The Who, lindo hino composto por Pete Townshend sobre a desolação da chamada “geração Woodstock”.
Townshend, que se define há décadas como socialista, declarou à Rolling Stone que acha que “o comunismo é absolutamente inevitável”. Os fascistas do MBL sabem disso?
Provavelmente, não, mas não faz diferença. Para quem plagia o Estado Islâmico, roubar uma banda de rock é apenas mais um detalhe numa trama macabra e débil mental.
O MBL desceu mais um degrau em sua estratégia de desvio de foco da cumplicidade com o governo corrupto que ajudou a chegar ao poder - e que lhe pagou as contas.
O grupo resolveu fazer um vídeo de propaganda em sua página no Facebook em que imita o Estado Islâmico.
O grupo resolveu fazer um vídeo de propaganda em sua página no Facebook em que imita o Estado Islâmico.
Dois sujeitos mascarados, à frente de outros dois fantasiados de sabe deus o quê, fazem uma espécie de prestação de contas (não financeiras) e conclamam seus seguidores a continuar a luta.
“A esquerda foi extirpada da capital”, diz um dos rapazes, dublado por uma voz distorcida, mexendo a cabeça para ver se a micagem sincroniza.
Nos créditos aparece o nome dos membros do “elenco”. Um deles é Eric Balbinus (sic), funcionário da prefeitura de Doria e autor de um blog difamatório.
Como no caso do Estado Islâmico, a estética mistura filmes de ação, videogames de guerra, programas de TV. É o terror em linguagem pop - estranho, sinistro, megalomaníaco e familiar.
Não há mulheres. A ideia é inspirar homens jovens a abraçar a causa. O mundo que o MBL promete é o mesmo do EI: fervor religioso, ódio e testosterona para derrotar os oponentes - ou o “o câncer” da esquerda.
Ele “está alojado nos mais diferentes espaços”, alerta o narrador: “redações de jornais, sindicatos e corporações, na escola dos seus filhos… É lá que o inimigo se encontra”.
Tudo é planejado para retratar a milícia como poderosa, competente e capaz de falar com uma audiência nacional. O EI quer o sangue dos recrutas. O MBL também quer o sangue (além de dinheiro).
Se o EI mostra os infiéis sendo decapitados, o MBL expõe, em montagens grosseiras, seus adversários. Estão lá Caetano Veloso, os artistas da exposição do MAM acusada de pedofilia, atores, repórteres da mídia “comunista”, Ricardo Boechat.
A picaretagem ainda se apropria da canção “Baba O’Riley”, do The Who, lindo hino composto por Pete Townshend sobre a desolação da chamada “geração Woodstock”.
Townshend, que se define há décadas como socialista, declarou à Rolling Stone que acha que “o comunismo é absolutamente inevitável”. Os fascistas do MBL sabem disso?
Provavelmente, não, mas não faz diferença. Para quem plagia o Estado Islâmico, roubar uma banda de rock é apenas mais um detalhe numa trama macabra e débil mental.
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