domingo, 26 de novembro de 2017

O antipetismo não paga as contas

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Desde que começaram os eventos que levaram ao impeachment de Dilma Rousseff, os que pretendiam ocupar o lugar dos políticos petistas então caídos em desgraça adotaram uma fórmula única para “justificar” de atos de corrupção a fracassos administrativos, bem como medidas antipopulares e, portanto, impopulares: discursos contra o PT.

O mais curioso é que, ao mesmo tempo em que sabem que medidas como reforma trabalhista, terceirização e redução drástica de programas sociais são medidas que se tornaram altamente impopulares, os políticos tucanos e peemedebistas – a começar por Michel Temer – desencadeiam campanhas publicitárias para tentar fazer a população aceitar aquilo que não quer.

Menos mal que as campanhas publicitárias de Michel Temer estejam passando recibo da autoria de uma reforma trabalhista, já materializada, ou a da Previdência, por materializar-se, sejam rejeitadas por cerca de 2/3 da população. No caso da reforma da Previdência, sete em cada dez brasileiros (70%) se dizem contrários, mostra pesquisa Datafolha.

Entre os que tomaram conhecimento da reforma trabalhista, 70% reprovam. Taxas mais altas de pessimismo quanto à reforma Trabalhista são observadas entre os mais instruídos (73%). Já, taxas mais altas de otimismo são observadas entre os menos instruídos (17%)

Então é importante que Temer faça campanhas publicitárias assumindo a paternidade dessas “obras”. Para fixar bem no imaginário popular quem é o autor de medidas que o povo já começa a sentir na pele quanto irá prejudicá-lo, ao menos no caso da reforma trabalhista.

Outro que se socorre do antipetismo é o prefeito de São Paulo, João Doria. O novo prefeito piorou sobremaneira a gestão da cidade cortando drasticamente todos os gastos em programas sociais e se ausentando do trabalho para fazer campanha eleitoral à Presidência.

Confrontado com os fracassos administrativos e medidas antipopulares, Doria recorre a discursos contra o PT. Durante alguns meses, funcionou e ele se manteve popular. Mas logo parou de funcionar porque os eleitores de Doria são ingênuos e/ou burros, mas não são irracionais.

As gestões golpistas estão massacrando os brasileiros, os escândalos envolvendo as vestais que acusavam o PT vão pululando até em uma mídia boquiaberta com a desfaçatez moralista tucano-peemedebê.

Agora, os desatinos desumanos de Temer e do PSDB vão espantando e chocando o mundo.

A redução de programas sociais em um momento de crise econômica afeta gravemente famílias de pequenos produtores rurais no Nordeste do país, segundo comunicado da ONU feito através do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

A ONU anunciou na semana que passou que programas federais premiados e considerados positivos pelo FIDA para o semiárido nordestino estão sendo drasticamente reduzidos, gerando uma situação de calamidade na região.

Premiado internacionalmente, o programa Cisternas, que começou em 2003, no governo Lula, e se manteve até hoje está sendo destruído pelo governo Temer. O programa teve redução de cerca de 60% nos últimos anos. O valor desembolsado passou de R$ 643 milhões em 2014 para R$ 249 milhões em 2017.

O resultado disso é uma catástrofe social em uma região em que as pessoas já estão à beira da morte e da miséria absoluta.

Confira matéria da Folha de São Paulo sobre o tema.



Nos setores mais dopados pelo antipetismo, como as classes B e C, a situação não é muito melhor. As reformas tucano-temerárias estão pegando todo mundo.

Carreira? Aumentos de salário? Promoções? Tudo vai ficar muito mais difícil. E para quem não for altamente especializado, o salário vai diminuir. Muitas empresas estão demitindo e recontratando em bases piores para os trabalhadores.

E não estamos falando só de “peões”.

Temer, Doria, Alckmin e outros que estão massacrando a população com cortes na carne de programas sociais e extermínio das leis de proteção social e trabalhista, ainda apostam que começar a xingar e a jogar a culpa no PT fará com que o povo vote neles mesmo sendo autores de tantas maldades administrativas contra a população.

Claro que ainda há e sempre haverá muitos idiotas que cairão nesse golpe do antipetismo para explicar incompetência e medidas ruins para o povo e boa para os muito ricos, mas o contingente desse tipo de pessoa irá diminuindo conforme o tempo passar até se reduzir a grupelhos radicais de gente abastada e socialmente insensível.

E tudo isso ocorrerá em pleno processo eleitoral de 2018.

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