Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
O caso William Waack não se encerra com seu afastamento do Jornal da Globo. Diante da tempestade na Internet, nas próximas horas a emissora deve apresentar uma solução definitiva para o problema criado pela divulgação do vídeo em que ele parece ter proferido frases racistas.
Ele foi afastado, diz a nota da TV Globo, “até que a situação seja esclarecida”. Não faltam recursos técnicos que permitam o esclarecimento. Confesso ter dúvidas sobre o que ele realmente disse, em função da baixa qualidade do áudio, embora quando a cena é apresentada com legendas, o reforço da leitura labial sugere que foi aquilo mesmo. “É preto. É coisa de preto”.
Na cena, ele deduz que só podia ser um preto a pessoa que disparava uma buzina, atrapalhando sua gravação ou entrada ao vivo. E isso significa pensar o seguinte: só um preto pode ser tão mal educado, inconveniente e incivilizado para buzinar assim sem necessidade. E isso é racismo, algo que o Brasil definitivamente não tolera mais. Ainda mais vindo de um jornalista com a projeção que ele tem. Mas é claro que se fosse outro, e não Waack, que tem a cara da Globo e é notório pela emissão de opiniões políticas que colidem com uma parte do Brasil – a que foi contra o impeachment, por exemplo - as reações talvez não tivessem sido tão fortes.
A TV Globo já deve ter chegado a uma conclusão. Mas de qualquer forma, Waack é uma bruxa que já foi queimada por uma parcela da opinião pública mobilizada.
Hoje em dia no Brasil, quase todos os dias uma bruxa é queimada. Na terça-feira Judith Butler, uma respeitada filósofa norte-americana, foi alvo de protesto fascista na abertura do seminário “Os fins da democracia”, no Sesc Pompeia de São Paulo, onde não faltou a queima de um boneco com sua cara, sob gritos de “queima, bruxa”. Ela falaria da questão Israel-Palestina, mas foi atacada como defensora da “ideologia de gênero”, expressão criada pelos grupos do moralismo ultraconservador para identificar os que defendem o respeito à diversidade sexual. Mais de 350 mil pessoas assinaram uma petição na Internet pedindo o cancelamento do seminário.
Os dois casos são distintos, não podem ser comparados, mas as iras que desataram falam de uma sociedade rachada em bandas antagônicas, que andam nos casos, loucas para acertar contas com o outro lado. É neste clima que vamos para a eleição presidencial.
O caso William Waack não se encerra com seu afastamento do Jornal da Globo. Diante da tempestade na Internet, nas próximas horas a emissora deve apresentar uma solução definitiva para o problema criado pela divulgação do vídeo em que ele parece ter proferido frases racistas.
Ele foi afastado, diz a nota da TV Globo, “até que a situação seja esclarecida”. Não faltam recursos técnicos que permitam o esclarecimento. Confesso ter dúvidas sobre o que ele realmente disse, em função da baixa qualidade do áudio, embora quando a cena é apresentada com legendas, o reforço da leitura labial sugere que foi aquilo mesmo. “É preto. É coisa de preto”.
Na cena, ele deduz que só podia ser um preto a pessoa que disparava uma buzina, atrapalhando sua gravação ou entrada ao vivo. E isso significa pensar o seguinte: só um preto pode ser tão mal educado, inconveniente e incivilizado para buzinar assim sem necessidade. E isso é racismo, algo que o Brasil definitivamente não tolera mais. Ainda mais vindo de um jornalista com a projeção que ele tem. Mas é claro que se fosse outro, e não Waack, que tem a cara da Globo e é notório pela emissão de opiniões políticas que colidem com uma parte do Brasil – a que foi contra o impeachment, por exemplo - as reações talvez não tivessem sido tão fortes.
A TV Globo já deve ter chegado a uma conclusão. Mas de qualquer forma, Waack é uma bruxa que já foi queimada por uma parcela da opinião pública mobilizada.
Hoje em dia no Brasil, quase todos os dias uma bruxa é queimada. Na terça-feira Judith Butler, uma respeitada filósofa norte-americana, foi alvo de protesto fascista na abertura do seminário “Os fins da democracia”, no Sesc Pompeia de São Paulo, onde não faltou a queima de um boneco com sua cara, sob gritos de “queima, bruxa”. Ela falaria da questão Israel-Palestina, mas foi atacada como defensora da “ideologia de gênero”, expressão criada pelos grupos do moralismo ultraconservador para identificar os que defendem o respeito à diversidade sexual. Mais de 350 mil pessoas assinaram uma petição na Internet pedindo o cancelamento do seminário.
Os dois casos são distintos, não podem ser comparados, mas as iras que desataram falam de uma sociedade rachada em bandas antagônicas, que andam nos casos, loucas para acertar contas com o outro lado. É neste clima que vamos para a eleição presidencial.
E como devemos tratar um nazifascista? Com flores ? Deixamos eles crescerem e agora vamos fazer o quê? Esperar que matem milhares, milhões para começarmos a reagir? Nem todo mundo pode fugir para o exterior....
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