Por Nick Hopkins e Helena Bengtsson, no site Outras Palavras:
O que são os Paradise Papers?
O nome refere-se a um vazamento de 13,4milhões de arquivos, que abrangem o período de 1950 a 2016. A maioria dos documentos – 6,8 milhões – é relativa a um escritório de advocacia e um provedor de serviços corporativos que operavam juntos em 10 jurisdições sob o nome de Appleby. Ano passado, o braço “fiduciário” do negócio foi submetido a uma compra de ações e agora chama-se Estera.
Há também detalhes sobre 19 registros corporativos mantidos por governos em jurisdições sigilosas – Antigua e Barbuda, Aruba, Bahamas, Barbados, Bermudas, Ilhas Cayman, Ilhas Cook, Dominica, Granada, Labuan, Líbano, Malta, Ilhas Marshall, São Kitts e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente, Samoa, Trinidade e Tobago e Vanuatu.
Quantas organizações de mídia examinaram os dados?
The Guardian é uma das 96 publicações no projeto. Um total de 381 jornalistas, de 67 países, analisaram o material.
Quem conseguiu os documentos – e como?
Os vazamentos foram obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung, que recebeu também os Panama Papers no ano passado. O Süddeutsche Zeitung compartilhou o material com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, uma organização com base nos EUA que coordenou a colaboração global. O Süddeutsche Zeitungnão discutiu nem discutirá questões que envolvam as fontes.
Os Paradise Papers têm foco em empresas ou em indivíduos?
Em ambos. Eles estão unidos por uma coisa – o dinheiro. Algumas multinacionais gigantes figuram no vazamento, incluindo a Apple, a Nike e o Facebook, assim como pessoas entre as mais ricas do mundo – da Rainha da Inglaterra ao cantor Bono, e a estrelas de Hollywood.
O que mostram os documentos?
Os arquivos mostram que o império offshore é maior e mais complicado do que a maioria das pessoas pensava. E mesmo companhias tais como a Appleby, que se orgulha de ser guardiã das normas do setor, foram denunciadas pelos reguladores que tentam fiscalizar a indústria.
Os arquivos expuseram a miríade de caminhos pelos quais empresas e indivíduos podem evitar os impostos usando estruturas artificiais. Esses esquemas são legais se operados corretamente. Mas muitos parecem não ser. E políticos em todo o mundo estão começando a perguntar se eles poderiam ser proibidos. Eles são justos? São éticos?
Uma questão fundamental colocada pelos Paradise Papers é: a evasão fiscal em todas as suas formas foi muito longe?
O que diz a Appleby?
A empresa negou qualquer malfeito, seja para si mesma ou para qualquer de seus clientes. Mas admitiu não ser infalível e disse que tenta aprender com seus erros. A companhia concordou em participar de qualquer investigação formal que venha a ser feita a partir das revelações. A Estera declinou de comentar.
O nome refere-se a um vazamento de 13,4milhões de arquivos, que abrangem o período de 1950 a 2016. A maioria dos documentos – 6,8 milhões – é relativa a um escritório de advocacia e um provedor de serviços corporativos que operavam juntos em 10 jurisdições sob o nome de Appleby. Ano passado, o braço “fiduciário” do negócio foi submetido a uma compra de ações e agora chama-se Estera.
Há também detalhes sobre 19 registros corporativos mantidos por governos em jurisdições sigilosas – Antigua e Barbuda, Aruba, Bahamas, Barbados, Bermudas, Ilhas Cayman, Ilhas Cook, Dominica, Granada, Labuan, Líbano, Malta, Ilhas Marshall, São Kitts e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente, Samoa, Trinidade e Tobago e Vanuatu.
Quantas organizações de mídia examinaram os dados?
The Guardian é uma das 96 publicações no projeto. Um total de 381 jornalistas, de 67 países, analisaram o material.
Quem conseguiu os documentos – e como?
Os vazamentos foram obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung, que recebeu também os Panama Papers no ano passado. O Süddeutsche Zeitung compartilhou o material com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, uma organização com base nos EUA que coordenou a colaboração global. O Süddeutsche Zeitungnão discutiu nem discutirá questões que envolvam as fontes.
Os Paradise Papers têm foco em empresas ou em indivíduos?
Em ambos. Eles estão unidos por uma coisa – o dinheiro. Algumas multinacionais gigantes figuram no vazamento, incluindo a Apple, a Nike e o Facebook, assim como pessoas entre as mais ricas do mundo – da Rainha da Inglaterra ao cantor Bono, e a estrelas de Hollywood.
O que mostram os documentos?
Os arquivos mostram que o império offshore é maior e mais complicado do que a maioria das pessoas pensava. E mesmo companhias tais como a Appleby, que se orgulha de ser guardiã das normas do setor, foram denunciadas pelos reguladores que tentam fiscalizar a indústria.
Os arquivos expuseram a miríade de caminhos pelos quais empresas e indivíduos podem evitar os impostos usando estruturas artificiais. Esses esquemas são legais se operados corretamente. Mas muitos parecem não ser. E políticos em todo o mundo estão começando a perguntar se eles poderiam ser proibidos. Eles são justos? São éticos?
Uma questão fundamental colocada pelos Paradise Papers é: a evasão fiscal em todas as suas formas foi muito longe?
O que diz a Appleby?
A empresa negou qualquer malfeito, seja para si mesma ou para qualquer de seus clientes. Mas admitiu não ser infalível e disse que tenta aprender com seus erros. A companhia concordou em participar de qualquer investigação formal que venha a ser feita a partir das revelações. A Estera declinou de comentar.
* Publicado no The Guardian. Tradução de Inês Castilho.
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