Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
O ano político, claro, começa com o julgamento, com sentença razoavelmente previsível, do ex-presidente Lula no dia 24 de janeiro.
O mais provável – resta sempre a esperança em algum nível de lucidez dos seres humanos – é que comece ali a experiência, inédita no Brasil, de uma eleição onde o conservadorismo pretende contar a possibilidade de uma disputa interna da direita, apenas.
Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia, Henrique Meirelles e Marina Silva, entre si, crêem que travariam um “jogo de compadres”, deixando que a mídia e a falta de tempo de televisão mantenham Jair Bolsonaro no patamar entre 15 e 20% do qual não se vislumbra possa sair.
Ciro Gomes, com os arroubos do seu individualismo, tem um ponto de partida mas não tem mostrado capacidade de somar, para que seja um ponto de chegada, infelizmente.
Lula continuará em campanha, independentemente do resultado do julgamento, até que possa medir os efeitos do trauma de ter-se o candidato com imenso favoritismo extirpado do processo eleitoral.
É ele que dará ao ex-presidente a observação necessária entre insistir, como deve fazer, ou de indicar um candidato. Alguém que pode, até, começar de baixo, mas que terá a unção do “ele disse”. Só muito desespero poderia levar a uma decisão de prisão imediata de Lula, com consequências imprevisíveis, exceto na radicalização política que irá causar.
Há, portanto, um divisor de águas no julgamento do TRF-4, em Porto Alegre: ali decidir-se-á se teremos uma eleição democrática e livre ou se optarão por um processo de traumas sucessivos.
Atalhos para alcançar o poder são, sempre, caminhos cheios de despenhadeiros. O PSDB jogou fora uma vitória praticamente assegurada em 2018 quando resolveu apelar para o golpismo e é agora o mulambo que todos vêem. Marina Silva, duas vezes “azarão” expressivo, cometeu um erro fatal ao emprestar-se a Aécio Neves no segundo turno de 2014 e é hoje um macarrão sem sal e sem molho, incapaz de agradar ou empolgar.
As candidatura de Meirelles e/ou Rodrigo Maia precisarão ser “inventadas” e podem “morrer” precocemente com a derrota da emenda da Previdência. E não está fácil ser diferente disso, ainda mais porque, apesar do discurso oficial da “retomada da economia”, o panorama continua desalentador quando sai dos jornais e vai para a poeira das ruas.
O povão observa e espera e as pesquisas dão sinal de que cai, até entre a classe média, o altar da Lava Jato e, com ele, a perspectiva de que se possa legitimar a exclusão de Lula.
Infelizmente, parte de uma autointitulada esquerda “purista” caminhou para um udenismo “cult” e reproduz, com punhos de renda, o discurso moralista de que se vale a direita para encobrir a exploração cruel que tem como projeto – mal se pode chamar assim – para o país.
Serão tempos muito duros, os meses de 2018 e precisamos conservar a cabeça lúcida e fria e manter os corações quentes.
Os índices obtidos por Lula, depois do massacre do qual foi vítima, mostram a força da memória da população.
Não somos nós, da classe média, quem estamos mostrando a ela os caminhos que deve seguir. É ela, no seu instinto de sobrevivência, quem nos está ensinando.
O ano político, claro, começa com o julgamento, com sentença razoavelmente previsível, do ex-presidente Lula no dia 24 de janeiro.
O mais provável – resta sempre a esperança em algum nível de lucidez dos seres humanos – é que comece ali a experiência, inédita no Brasil, de uma eleição onde o conservadorismo pretende contar a possibilidade de uma disputa interna da direita, apenas.
Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia, Henrique Meirelles e Marina Silva, entre si, crêem que travariam um “jogo de compadres”, deixando que a mídia e a falta de tempo de televisão mantenham Jair Bolsonaro no patamar entre 15 e 20% do qual não se vislumbra possa sair.
Ciro Gomes, com os arroubos do seu individualismo, tem um ponto de partida mas não tem mostrado capacidade de somar, para que seja um ponto de chegada, infelizmente.
Lula continuará em campanha, independentemente do resultado do julgamento, até que possa medir os efeitos do trauma de ter-se o candidato com imenso favoritismo extirpado do processo eleitoral.
É ele que dará ao ex-presidente a observação necessária entre insistir, como deve fazer, ou de indicar um candidato. Alguém que pode, até, começar de baixo, mas que terá a unção do “ele disse”. Só muito desespero poderia levar a uma decisão de prisão imediata de Lula, com consequências imprevisíveis, exceto na radicalização política que irá causar.
Há, portanto, um divisor de águas no julgamento do TRF-4, em Porto Alegre: ali decidir-se-á se teremos uma eleição democrática e livre ou se optarão por um processo de traumas sucessivos.
Atalhos para alcançar o poder são, sempre, caminhos cheios de despenhadeiros. O PSDB jogou fora uma vitória praticamente assegurada em 2018 quando resolveu apelar para o golpismo e é agora o mulambo que todos vêem. Marina Silva, duas vezes “azarão” expressivo, cometeu um erro fatal ao emprestar-se a Aécio Neves no segundo turno de 2014 e é hoje um macarrão sem sal e sem molho, incapaz de agradar ou empolgar.
As candidatura de Meirelles e/ou Rodrigo Maia precisarão ser “inventadas” e podem “morrer” precocemente com a derrota da emenda da Previdência. E não está fácil ser diferente disso, ainda mais porque, apesar do discurso oficial da “retomada da economia”, o panorama continua desalentador quando sai dos jornais e vai para a poeira das ruas.
O povão observa e espera e as pesquisas dão sinal de que cai, até entre a classe média, o altar da Lava Jato e, com ele, a perspectiva de que se possa legitimar a exclusão de Lula.
Infelizmente, parte de uma autointitulada esquerda “purista” caminhou para um udenismo “cult” e reproduz, com punhos de renda, o discurso moralista de que se vale a direita para encobrir a exploração cruel que tem como projeto – mal se pode chamar assim – para o país.
Serão tempos muito duros, os meses de 2018 e precisamos conservar a cabeça lúcida e fria e manter os corações quentes.
Os índices obtidos por Lula, depois do massacre do qual foi vítima, mostram a força da memória da população.
Não somos nós, da classe média, quem estamos mostrando a ela os caminhos que deve seguir. É ela, no seu instinto de sobrevivência, quem nos está ensinando.
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