segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Ministra sai do PSDB para manter a boquinha

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira passada (14), a excêntrica ministra dos Direitos Humanos do covil golpista, Luislinda Valois, entregou o seu pedido de desfiliação do PSDB. A iniciativa alegrou a cúpula tucana, que anunciou recentemente o seu desembarque “amigável” do barco à deriva temendo o desgaste nas urnas. A decisão, porém, não garante a manutenção da sua “boquinha” no governo, já que a exótica figura, que vive chorando dos seus “baixos” salários, tem causado mal-estar entre os próprios membros da quadrilha no poder. Uma nota postada na coluna “Expresso” da revista Época evidencia a insanidade que tomou conta do Palácio do Planalto:

“Luislinda Valois entregou o pedido de desfiliação do PSDB na sede do partido em Brasília. A ministra estava sendo pressionada a deixar a legenda desde que o PSDB anunciou que desembarcaria do governo do presidente Michel Temer. A medida agrada aos tucanos porque agora só há um ministro da legenda na Esplanada: Aloysio Nunes, das Relações Exteriores. Antonio Imbassahy foi exonerado da Secretaria de Governo nesta quinta-feira. Resta saber se Temer manterá Luislinda no cargo. Ele, conforme revelou o ‘Expresso’, está incomodado com a permanência dela no cargo”.

Na prática, o covil teme que a ministra, desembargadora aposentada, aumente ainda mais a rejeição do odiado “presidente”. No cargo desde fevereiro passado, Luislinda Valois já protagonizou inúmeros episódios grotescos – além de não fazer nada de útil em defesa dos direitos humanos. Em outubro, ela reclamou que recebia “apenas” R$ 33 mil mensais e, desprezando as regras do teto salarial dos servidores, reivindicou que seu salário fosse de R$ 61,4 mil, acumulando os vencimentos de ministra e desembargadora aposentada. Sem qualquer noção de realidade, ela ainda solicitou formalmente o pagamento de R$ 300 mil como retroativo.

Segundo a íntegra do pedido, obtida pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação, Luislinda Valois alegou que o trabalho executado sem a correspondente contrapartida “se assemelha a trabalho escravo”. A declaração foi motivo de chacota nas redes sociais. Ainda de acordo com o jornal, “O episódio desgastou sua imagem, o que levou o presidente a procurar uma substituta. Na quinta-feira, na tentativa de ter uma sobrevida no posto, ela pediu para se desfiliar do PSDB, já que o partido a pressionava a deixar a pasta. A decisão, contudo, não mudou a situação de Luislinda, que deve ser trocada. Temer quer indicar alguém que tenha o respaldo da bancada feminina, na perspectiva de garantir votos para a reforma previdenciária”.

Mas Luislinda Valois não se dá por vencida e insiste na manutenção do cargo. Defenestrada do covil golpista, ela teme retornar ao ostracismo. Em 2014, ela estreou na política e tentou uma vaga de deputada pelo PSDB da Bahia, mas obteve apenas 9.557 votos. Diante das críticas de que o covil era formado somente por “homens, velhos e ricaços”, Michel Temer nomeou a tucana como ministra por sugestão do cambaleante Aécio Neves – que ainda gozava de influência junto à quadrilha no poder. A exemplo do seu padrinho político e de outros tucanos golpistas, ela agora está no cadafalso.

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