Foto: Ricardo Stuckert |
Fico imaginando o nó que deve estar dando na cabeça dos que terminam o ano ainda procurando um anti-Lula, após a publicação da nova pesquisa do Barômetro Político Estadão-Ipsos nesta antevéspera do Natal de 2017.
A pouco mais de um mês do julgamento de Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, que pode impedi-lo de disputar a eleição em 2018 e levá-lo para a prisão, a avaliação do ex-presidente subiu novamente, chegando a 45% dos brasileiros.
Em junho, Lula tinha 28% de aprovação e, de lá para cá, não parou de subir: foi a 29%, 32%, 40%, 41%, 43% e, agora, a 45%. Ao mesmo tempo, a desaprovação caiu 14 pontos percentuais neste período e está em 54% - a menor rejeição entre os presidenciáveis.
O que aconteceu, qual é o mistério?
Talvez a resposta esteja no índice de rejeição ao presidente Michel Temer, que bateu novo recorde: chegou a 97%, quase uma unanimidade.
É inevitável que na comparação entre o atual governo e os oito anos de mandato de Lula, que saiu do Planalto com 87% de aprovação popular, os eleitores lembrem como era a vida entre 2003 e 2010, e como é hoje.
Como seus principais concorrentes fizeram o caminho inverso no mesmo período, vendo cair a aprovação e subir a rejeição, se a eleição fosse na semana que vem Lula ganharia no primeiro turno, mas esta pesquisa Ipsos não mediu intenções de voto, como explica matéria do repórter Daniel Bramatti, no Estadão, um jornal que só não pode ser acusado de petista.
“Lula é bastante associado a causas sociais, e essa associação é relevante no momento de degradação do emprego, da economia e dos programas de assistencialismo e fomento de políticas públicas de combate à desigualdade, que vem aumentando no Brasil”, analisa Danilo Cersosimo, diretor do Ipsos.
Vamos aos números dos outros presidenciáveis:
- Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB, teve 19% de aprovação e 72% de desaprovação. Na pesquisa anterior, as taxas eram respectivamente de 24% e 67%.
- Jair Bolsonaro (partido indefinido) teve 21% de aprovação e 62% de reprovação, piorando seus índices em ambas as avaliações.
- Marina Silva (Rede) registrou 28% de aprovação e 62% de desaprovação. A aprovação da ex-senadora caiu 8% desde outubro quando seu nome foi lançado como pré-candidata.
Diante deste quadro cada vez mais desfavorável para um candidato anti-Lula, a campanha de 2018 deverá caminhar cada vez mais do campo político-eleitoral para o jurídico-policial para impedir que Lula chegue às urnas.
A resiliência do ex-presidente, bombardeado por notícias negativas todos os dias, indica também que a mídia do establishment está perdendo força para outros meios de comunicação, já que até aqui os ataques a Lula estão provocando resultados opostos aos esperados.
Como no Brasil de Brasília agora para tudo até fevereiro, dificilmente este cenário sofrerá grandes mudanças enquanto não começar a campanha oficial no rádio e na TV, que desta vez terá apenas 35 dias.
Vida que segue.
Diante deste quadro cada vez mais desfavorável para um candidato anti-Lula, a campanha de 2018 deverá caminhar cada vez mais do campo político-eleitoral para o jurídico-policial para impedir que Lula chegue às urnas.
A resiliência do ex-presidente, bombardeado por notícias negativas todos os dias, indica também que a mídia do establishment está perdendo força para outros meios de comunicação, já que até aqui os ataques a Lula estão provocando resultados opostos aos esperados.
Como no Brasil de Brasília agora para tudo até fevereiro, dificilmente este cenário sofrerá grandes mudanças enquanto não começar a campanha oficial no rádio e na TV, que desta vez terá apenas 35 dias.
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