terça-feira, 2 de maio de 2017

STF concede habeas corpus para Dirceu

Por Altamiro Borges

Por três votos a dois, os ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram na tarde desta terça-feira (2) conceder habeas corpus ao ex-ministro José Dirceu, revogando o decreto de prisão preventiva imposto pelos carrascos da midiática Operação Lava-Jato. Votaram pela liberdade do líder petista os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Celso de Melo e Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, votaram contra a revogação da prisão. A partir desta decisão, caberá ao “justiceiro” Sergio Moro definir as medidas cautelares que serão impostas a José Dirceu – que podem ir da prisão domiciliar ao uso de tornozeleiras.

Ministro “carne fraca” ataca a greve geral

Por Altamiro Borges

Osmar Serraglio, o ministro da Justiça da quadrilha de Michel Temer, devia evitar muitas aparições públicas. Afinal, ele foi citado nas investigações da midiática Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, e pode ser processado, julgado e preso em um futuro próximo – caso haja, de fato, justiça no país. Além disso, o peemedebista é amigão do presidiário Eduardo Cunha, que ameaça fazer “delação premiada” na Lava-Jato – o que também pode lhe complicar a vida. Apesar destes riscos, o sinistro atendeu às ordens do chefe e fez declarações desastradas sobre a greve geral desta sexta-feira (28). Numa postura arrogante, ele afirmou que a paralisação foi “pífia” e garantiu que o covil golpista não vai mais negociar as “reformas” trabalhista e previdenciária.

Sheherazade, a servil, insulta os grevistas

Por Altamiro Borges

No mês passado, na entrega do “Troféu Imprensa”, a jornalista Rachel Sheherazade foi humilhada ao vivo pelo dono do SBT. Num tom agressivo e machista, Silvio Santos disse que ela não fora contratada para expressar suas opiniões, mas apenas para “mostrar sua beleza” e difundir as visões da emissora. Na ocasião, a apresentadora ficou caladinha e acuada, numa postura bastante servil. Já na véspera da histórica greve geral de 28 de abril, Rachel Sheherazade voltou a esbanjar valentia e reacionarismo, insultando os manifestantes. Nas redes sociais, ela postou uma fotomontagem do ex-presidente Lula ao lado de um jumento e disparou: “O senhor das greves manda e os asnos obedecem”.

Ana Hickmann e o marido “egoísta”

Por Altamiro Borges

O empresário Alexandre Correa só ganhou alguma fama após se casar com a apresentadora Ana Hickmann, da Record. Mas na sexta-feira (28), dia em que o Brasil parou na greve geral, ele voltou a se projetar, revelando todo seu reacionarismo. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ele chamou os grevistas de “cornos”, mostrou o dedo do meio e disse que perdeu R$ 25 mil reais devido aos protestos. Numa prova da sua total imbecilidade, ele ainda afirmou: “As pessoas precisam entender que um país parado em uma sexta-feira inteira é prejuízo. Isso é baderna, é coisa de gente vermelha”. No Instagram, o boçal rosnou: “Tem muita gente que ficou ofendida porque chamei manifestante de corno. Manifestante não é corno, é filho da p***. Por que não vai fazer manifestação no dia 1º de maio?”.

Merval e Miriam já agasalham a derrota

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Os notáveis colonistas Ataulpho Merval de Paiva e a Cegonhóloga da Globo Overseas Investment BV já viram que a canoa virou: como diz o Renan, essa reforma não passa no Senado nem...

"Essa reforma" tanto pode ser a trabalhista quanto a da Previdência - porque, em 2018, haverá eleição para DUAS cadeiras do Senado e o ansioso blogueiro quer ver quem vai votar com o MT, da lista de alcunhas da Odebrecht, esse que tem 4% de aprovação popular.

Como se sabe, desses 4%, 3,99999% são a Globo Overseas.

FGV: Temer perdeu batalha da comunicação

A “nuvem” de comentários da esquerda no twitter. Fonte: DAPP/FGV
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Uma análise das redes sociais elaborada pela Fundação Getúlio Vargas no dia 28 de abril, dia da greve geral, indica que a esquerda está ganhando a disputa narrativa sobre a reforma trabalhista e conseguindo convencer os brasileiros de que ela é sinônimo de perda de direitos. Trata-se de uma importante guinada na narrativa política, dominada pela direita desde 2014, após a vitória da petista Dilma Rousseff na eleição ser questionada pelo candidato derrotado, Aécio Neves, do PSDB.

"Efeito-greve" na reforma da Previdência

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Maio começa com duas notas tristes, mas com uma promessa consistente e animadora: a resistência ao golpe e aos retrocessos vai aumentar e as votações desta semana da reforma previdenciária devem ser adiadas. No Norte, onde a luta pela terra segue derramando sangue, houve mais um ataque selvagem de brancos armados contra índios deserdados. Em seu auto-exílio no Sul, morreu Belchior, que traduziu em sua obra poética e musical a busca dos jovens que encontraram o sinal fechado nos anos 70 e abriram as portas da democracia nos 80. O sinal está novamente fechado mas os atos do Primeiro de Maio, depois da greve geral de sexta-feira, 28, mostraram uma nova unidade no sindicalismo. A Marcha sobre Brasília foi planejada e da base governista vêm os primeiros vacilos em relação à reforma previdenciária rejeitada por 71% dos brasileiros, segundo o Datafolha.

Lava-Jato e eleições 2018: o efeito reverso

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Um balanço dos números do primeiro Datafolha deste ano mostra mudanças no cenário eleitoral para 2018, no sentido inverso ao esperado pelos partidos que se uniram no processo de impeachment, um ano atrás, no bojo da Operação Lava Jato.

As delações da Odebrecht acabaram derrubando PSDB e PMDB e ampliando a vantagem do ex-presidente Lula, o principal alvo das operações, réu em cinco processos, que subiu para 29% das intenções de voto. Algo deu muito errado.

Xadrez do dia seguinte da greve geral

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – a fluidez dos movimentos políticos

O quadro politico evoluiu substancialmente nos últimos dias. De um lado, a greve geral, com a maior abrangência em décadas. De outro, os últimos movimentos em torno da Lava Jato, com o STF (Supremo Tribunal Federal) finalmente deliberando sobre a libertação de pessoas detidas com o objetivo de serem pressionadas a delatar. Finalmente, a Lava Jato entrando nas horas decisivas sem conseguir cumprir com seu objetivo maior, de levantar provas para sustentar as delações contra Lula.

Leve em conta que os movimentos políticos são fundamentalmente fluidos.

Com a greve geral, oposição ganha força

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A greve geral do dia 28 de abril - a primeira, na vigência do governo antipopular e antinacional - foi amplamente vitoriosa.

Seu sucesso excedeu as melhores expectativas das forças populares, constituindo-se numa das mais expressivas manifestações políticas da nossa História, porque nacional, abrangente, unitária, madura e democrática. Nada a ver, portanto, com a versão tendenciosa dos grandes meios de comunicação.

Setores até aqui silenciosos, como a Igreja Católica e outros credos, passam a se contrapor a seitas pentecostais comprometidas, no púlpito e na atividade parlamentar, com a pauta conservadora e reacionária.

Chilique do Doria é reação ao Datafolha

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A atitude de João Dória, nas manchetes dos sites, atirando fora, pela janela do carro, as flores que uma ciclista lhe deu pelo crescimento das mortes nas marginais tem certamente outras razões além dos eu desprezo pela vida humana. Não, claro, que ele não as mereça, depois que liberou o aumento de velocidade nas vias – veja aqui o gráfico da Folha sobre o número de atendimentos do Samu naquelas rodovias .

Mas o que mexeu com os nervos do rapaz quase sessentão, foi o resultado do Datafolha, divulgado hoje.

A sintonia Congresso, PIB e mídia

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Michel Temer é um fenômeno. Comanda um governo com aprovação de um dígito e oito ministros investigados por corrupção. É alvo de duas acusações graves por delatores da Odebrecht. Para a larga maioria dos brasileiros, o País está no rumo errado e deveria haver novas eleições. Apesar de tudo, ele aprova medidas impopulares no Congresso. Como? Fácil entender.

O presidente entregou-se ao “semiparlamentarismo”, governa em comunhão com deputados e senadores, como ele diz desde os primeiros dias no poder. Ou seja, o Congresso ajuda o peemedebista.

Os congressistas foram eleitos, em regra, com grana doada por empresários, e estes festejam as impopularidades. Quer dizer, a turma do PIB não tem do que reclamar.

Além disso, a grande mídia apoia o governo, e seu noticiário parece tentar acalmar a população, ao contrário de atiçar, como nos tempos de Dilma Rousseff.

A greve geral e a correlação de forças

Por Jeferson Miola

“Governo não tem alternativa a não ser prosseguir com sua agenda”, editorial da FSP de 29/4/2017.

“Nenhuma boquinha terminou no Brasil sem certa dose de esperneio e gás lacrimogêneo. A sexta-feira que passou foi dedicada a isso. Vida que segue”. Gustavo Franco, desastroso presidente do BC de FHC, hoje banqueiro, no artigo “Reforma trabalhista: só o começo”, em O Globo de 30/4/2017.


O 28 de abril de 2017 entra para a história como o dia da mais contundente demonstração de resistência do conjunto do povo brasileiro ao pacto antinacional e escravocrata que as classes hegemônicas tentam impor com o golpe de Estado.