sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Venezuela, Honduras e o jornalismo de guerra

Por Felipe Bianchi, de Caracas, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

As ruas de Honduras foram tomadas pelo povo, que exige o respeito às urnas e à democracia após mais um episódio de golpe no país. Enquanto isso, na Venezuela, a população se prepara para votar pela terceira vez em 133 dias. O silêncio dos grandes meios de comunicação latino-americanos em relação ao que ocorre no país centro-americano contrasta com a demonização permanente da Venezuela e de Nicolás Maduro, escancarando o jornalismo de guerra e o papel de partido das classes dominantes jogado pela mídia.

UFMG: escalada fascista precisa ser barrada

Por Haroldo Lima, no Blog do Renato:

É da maior gravidade a ação truculenta que a Polícia Federal efetuou, a 6 de dezembro de 2017, na Universidade Federal de Minas Gerais, levando, por condução coercitiva, para prestar depoimentos, o reitor Jaime Arturo Ramirez, a vice-reitora, Sandra Regina Goulart Almeida, mais duas ex-vice-reitoras e outros servidores.

Em nossa Constituição, a autonomia universitária é expressamente estabelecida, não só “didático-científica”, mas também “administrativa” e de “gestão financeira e patrimonial”, como está no artigo 207 da Carta Magna. A ação da Polícia Federal na UFMG é uma aberta afronta à Constituição

A resposta ao pior Congresso da História

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

No dia em que uma pesquisa Datafolha apontou a reprovação sem precedentes da população ao atual Congresso (60%), e o patamar mais baixo de aprovação (5%), partiu de um estranho ao ninho parlamentar, que ao se eleger não foi levado a sério, o deputado e ex-palhaço Tiritica, uma pungente despedida do mandato, dizendo-se envergonhado da classe política que não quer mais integrar. Por isso não concorrerá em 2018. Ao longo do dia, entretanto, foram poucos os deputados e senadores que deram o braço a torcer. Como avestruzes, preferiram enfiar a cabeça na areia a comentar a desaprovação revelada pela pesquisa ou a chicotada até branda de Tiririca, que prometeu não contar tudo o que viu em sete anos. Mas nós e eles sabemos o que fez o atual Congresso nos últimos três anos. Por isso nas eleições de 2018 esperamos que o eleitorado traduza sua decepção em uma grande renovação quantitativa e qualitativa das duas Casas.

O assassinato do reitor e o estado de exceção

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Finalmente, a grande imprensa toma conhecimento da tragédia que encerra a perseguição, tortura e morte do professor Luiz Carlos Cancellier de Oliveira, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), passados já dois meses, quando já se temia que o silêncio imposto fosse o tapete pelo qual caminharia a impunidade, a seiva que alimenta a arbitrariedade.

O Estadão, em reportagem de Luiz Maklouf Carvalho publicada no domingo, 3, descreve a sucessão de arbitrariedades, violência institucional, policial e judiciária que se abateram sobre o reitor, pondo a descoberto, até onde pode chegar, na guerra aos direitos individuais, a aliança fática que reúne num só império, justamente aqueles que foram selecionados e são pagos e muito bem pagos para assegurar a incolumidade física e moral dos cidadãos: agentes do Poder Judiciário (dos juízos de piso aos ministros do STF) e setores da alta burocracia federal autonomizados, como os policiais federais e os procuradores do Ministério Público, auto imitidos no papel de salvadores da pátria, sagração que lhes teria outorgado todos os poderes necessários à missão de sanear a vida nacional.

Até quando a velha imprensa terá o controle?

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Estamos no fim de 2017 e a velha imprensa continua determinando o que provoca a indignação da população brasileira, especialmente da classe média.

Com a honrosa exceção da greve geral do último abril, contra a reforma da previdência, Temer comete barbaridades em cima de barbaridades e a população parece observar de forma complacente, quase que anestesiada.

A cobertura da reforma da Previdência na mídia hegemônica é um escândalo.

Lava-Jato dá prejuízo de R$ 140 bilhões

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Nesta quinta-feira (7), o Ministério Público Federal (MPF) fez um grande estardalhaço, com direito a fotos posadas do procurador Deltan Dallagnol para a mídia, sob o pretexto de “devolver à Petrobras” R$ 653,9 milhões desviados da estatal pelo esquema investigado na Operação Lava Jato.

Os valores devolvidos teriam sido obtidos através de 36 acordos de colaboração premiada e cinco de leniência firmados com empresas. Entre os acordos, Dallagnol citou as delações relativas à Odebrecht, Braskem, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

Golpe de Honduras e o exemplo da Venezuela

Artista: Pavel Égüez
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Perguntada pelo 247, que colocou uma questão sobre o impasse instalado pelas fraudes eleitorais em Honduras, a vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Sandra Oblitas, fez um comentário a altura sobre o sistema em vigor seu país. Reconheceu que, como autoridade venezuelana, não lhe cabia fazer declarações sobre os métodos de apuração que envolvem outro país mas admitiu: “mais uma vez, podemos comprovar a fortaleza de nosso sistema. Tudo reside em nossa confiabilidade”.

Aldir Blanc: "Não podemos nos calar"

Por Aldir Blanc

Em busca de Justiça

Não sou historiador nem sociólogo. Não consultei nenhum livro para escrever o texto abaixo. Minha memória está se movendo como estilhaços do amado caleidoscópio que perdi, menino, em Vila Isabel.

Viva a Comissão da Verdade para que nunca mais coloquem uma grávida nua sobre um tijolo, atingida por jatos d’água, com ameaça: “Se cair vai ser pior”;

Para que senhoras que fazem seu honrado trabalho não sejam despedaçadas por cartas bombas;

Temer negligencia com saúde da família

Por Norma Odara, no jornal Brasil de Fato:

A nova Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) aprovada pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB) começou a valer no final de novembro e é alvo de críticas por parte de profissionais da área da saúde.

O enfermeiro residente em saúde da família e comunidade Wagner Menezes conversou com o Brasil de Fato sobre as mudanças trazidas pela medida e explica o descontentamento da categoria.

Os ratos, a UFMG e a esperança equilibrista

Foto: Foca Lisboa/UFMG
Por Renato Rovai, em seu blog:

Quando os ratos começam a deixar o porão do navio o sinal é de que as coisas vão mal. Os ratos são o prenúncio da tragédia.

A ação de hoje na UFMG tem dentes de rato, patas de rato, fez o barulho que os ratos fazem quando agem em bando. Se não for ação de ratos, coisa boa também não parece ser.

O suicídio de Cancellier não parece ter sido suficiente pra acalmar a turba que quer criminalizar as universidades públicas.