Por Rogério Correia
Desde 1º de dezembro a Itália passou a adotar o Bolsa Família, sob inspiração brasileira, como política de Estado. É apenas um entre vários países europeus que, frente ao crescimento da pobreza após a crise financeira do fim da década passada, passaram a adotar políticas compensatórias patrocinadas pelo setor público.
Nada disso importa para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Hoje (17/1), em Washington, ele defendeu que o Bolsa Família é um programa que “escraviza as pessoas”. “Criar um programa para escravizar as pessoas não é um bom programa social. O programa bom é onde (sic) você inclui a pessoa e dá condições para que ela volte à sociedade e possa, com suas próprias pernas, conseguir um emprego”.
Numa única frase, Rodrigo Maia sintetizou dois componentes fundamentais da nova elite brasileira, aquela que deu o golpe no programa eleito pelo povo e botou no poder o programa derrotado: a burrice e o egoísmo.
Sim, essa elite ignora boa parte do que fala. Adora falar pelos cotovelos sobre assuntos que não conhece. O Bolsa Família é um programa premiado mundialmente, reconhecido pelos maiores especialistas em todos os continentes. Exige contrapartidas de quem o recebe: famílias com filhos, por exemplo, precisam comprovar a freqüência escolar.
Não há um valor definido para a bolsa, já que ele depende de um cálculo que leva em consideração o nível de pobreza, o número de filhos, entre outras variáveis. Pode chegar a R$ 195. Esse valor, de R$ 195 por mês, para Rodrigo Maia, é capaz de escravizar a mãe ou o pai que o recebem, acomodando-os numa situação de eterna dependência.
Aí chegamos ao segundo ponto, o egoísmo. Essa nova elite que deu o golpe no Brasil talvez seja a mais egoísta da nossa história – e olha que a concorrência é grande!...
Desconheço algum momento em que o presidente da Câmara dos Deputados tenha criticado a isenção fiscal trilionária às multinacionais do petróleo. Ou a taxa de juros de centenas de bilhões que o setor público paga aos bancos. Ou a reforma que está retirando direitos consagrados do trabalhador brasileiro, levando-o, nesse caso sim, a um regime próximo à escravidão.
Não. Para Rodrigo Maia, o problema é o Bolsa Família.
Ao contrário do filme clássico de Buñuel, essa elite golpista brasileira nem pode ser chamada de “burguesia”. É mais um bando. Não é discreta. E não tem o mínimo charme...
Desde 1º de dezembro a Itália passou a adotar o Bolsa Família, sob inspiração brasileira, como política de Estado. É apenas um entre vários países europeus que, frente ao crescimento da pobreza após a crise financeira do fim da década passada, passaram a adotar políticas compensatórias patrocinadas pelo setor público.
Nada disso importa para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Hoje (17/1), em Washington, ele defendeu que o Bolsa Família é um programa que “escraviza as pessoas”. “Criar um programa para escravizar as pessoas não é um bom programa social. O programa bom é onde (sic) você inclui a pessoa e dá condições para que ela volte à sociedade e possa, com suas próprias pernas, conseguir um emprego”.
Numa única frase, Rodrigo Maia sintetizou dois componentes fundamentais da nova elite brasileira, aquela que deu o golpe no programa eleito pelo povo e botou no poder o programa derrotado: a burrice e o egoísmo.
Sim, essa elite ignora boa parte do que fala. Adora falar pelos cotovelos sobre assuntos que não conhece. O Bolsa Família é um programa premiado mundialmente, reconhecido pelos maiores especialistas em todos os continentes. Exige contrapartidas de quem o recebe: famílias com filhos, por exemplo, precisam comprovar a freqüência escolar.
Não há um valor definido para a bolsa, já que ele depende de um cálculo que leva em consideração o nível de pobreza, o número de filhos, entre outras variáveis. Pode chegar a R$ 195. Esse valor, de R$ 195 por mês, para Rodrigo Maia, é capaz de escravizar a mãe ou o pai que o recebem, acomodando-os numa situação de eterna dependência.
Aí chegamos ao segundo ponto, o egoísmo. Essa nova elite que deu o golpe no Brasil talvez seja a mais egoísta da nossa história – e olha que a concorrência é grande!...
Desconheço algum momento em que o presidente da Câmara dos Deputados tenha criticado a isenção fiscal trilionária às multinacionais do petróleo. Ou a taxa de juros de centenas de bilhões que o setor público paga aos bancos. Ou a reforma que está retirando direitos consagrados do trabalhador brasileiro, levando-o, nesse caso sim, a um regime próximo à escravidão.
Não. Para Rodrigo Maia, o problema é o Bolsa Família.
Ao contrário do filme clássico de Buñuel, essa elite golpista brasileira nem pode ser chamada de “burguesia”. É mais um bando. Não é discreta. E não tem o mínimo charme...
* Rogério Correia é deputado estadual do PT (MG).
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