Por Wang Haiqing, colunista da agência de notícias Xinhua, no site Jornalistas Livres:
Em consonância com o apreço cada vez maior dos Estados Unidos pelo unilateralismo, o presidente Donald Trump anunciou seu remédio para as questões comerciais entre China e EUA: um plano para impor até US$ 60 bilhões em tarifas sobre importações de produtos vindos da China e colocar restrições aos investimentos chineses.
As duras medidas de Trump derivam de uma investigação da Secretaria de Comércio dos Estados Unidos, baseada na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974, uma ferramenta comercial frequentemente usada por Washington antes do advento da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A lei, que permite ao presidente dos EUA impor unilateralmente barreiras tarifárias, caiu em grande parte em desuso após a fundação da OMC em 1995.
Os EUA tentarem dar lustro a uma lei ultrapassada para a usarem contra um grande parceiro comercial reflete o desrespeito de Washington às regras da OMC, a espinha dorsal do atual sistema global de comércio, e para a qual os Estados Unidos tiveram um papel fundamental na criação.
Isso intensificou a impressão de que os Estados Unidos, na condição de potência hegemônica e de importante criador de regras no sistema global, estão sempre prontos para quebrar as regras que esperam que outros sigam na busca por seus próprios interesses egoístas.
Têm havido muitos exemplos da crescente tendência dos Estados Unidos ao unilateralismo desde que Trump assumiu a presidência.
Os Estados Unidos viraram as costas ao histórico acordo climático de Paris, ameaçaram abandonar o acordo nuclear com o Irã, retirar-se da Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Cultura e a Ciência, reduzir maciçamente seu financiamento às Nações Unidas e coagir seus parceiros comerciais a renegociações de pactos como o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), apenas para citar alguns casos.
Ao recorrer ao unilateralismo, Washington renuncia a sua responsabilidade na manutenção do funcionamento de um sistema de comércio global baseado em regras e, ao mesmo tempo, aniquila a perspectiva de um mundo pacífico e mais próspero.
As pesadas tarifas planejadas pelos Estados Unidos sobre as importações chinesas causaram ondas de choque nos mercados de ações pelo mundo e aumentaram o medo generalizado de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta.
Dado o volume de comércio entre EUA e China e o fato de que as economias estão mais interconectadas do que nunca, uma guerra comercial no Pacífico causará transtornos em todo o mundo, o que levaria os países a adotar ações comerciais unilaterais em vez de levarem suas disputas à OMC, abalando assim a própria base do sistema global de comércio.
Muito está em jogo caso os Estados Unidos prossigam com sua abordagem truculenta contra a China em relação ao comércio.
Pequim entende essas conquistas vitais e em nenhum momento busca uma guerra comercial com Washington. No entanto, se a administração Trump finalmente decidir lançar uma guerra comercial total contra a China, o país asiático será forçado a revidar.
O presidente Trump certa vez twittou que “as guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar”. Bem, ele talvez queira mudar de ideia quando um conflito de verdade estiver em andamento.
* Link para o texto original:
http://www.xinhuanet.com/english/2018-03/23/c_137060383.htm
Em consonância com o apreço cada vez maior dos Estados Unidos pelo unilateralismo, o presidente Donald Trump anunciou seu remédio para as questões comerciais entre China e EUA: um plano para impor até US$ 60 bilhões em tarifas sobre importações de produtos vindos da China e colocar restrições aos investimentos chineses.
As duras medidas de Trump derivam de uma investigação da Secretaria de Comércio dos Estados Unidos, baseada na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974, uma ferramenta comercial frequentemente usada por Washington antes do advento da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A lei, que permite ao presidente dos EUA impor unilateralmente barreiras tarifárias, caiu em grande parte em desuso após a fundação da OMC em 1995.
Os EUA tentarem dar lustro a uma lei ultrapassada para a usarem contra um grande parceiro comercial reflete o desrespeito de Washington às regras da OMC, a espinha dorsal do atual sistema global de comércio, e para a qual os Estados Unidos tiveram um papel fundamental na criação.
Isso intensificou a impressão de que os Estados Unidos, na condição de potência hegemônica e de importante criador de regras no sistema global, estão sempre prontos para quebrar as regras que esperam que outros sigam na busca por seus próprios interesses egoístas.
Têm havido muitos exemplos da crescente tendência dos Estados Unidos ao unilateralismo desde que Trump assumiu a presidência.
Os Estados Unidos viraram as costas ao histórico acordo climático de Paris, ameaçaram abandonar o acordo nuclear com o Irã, retirar-se da Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Cultura e a Ciência, reduzir maciçamente seu financiamento às Nações Unidas e coagir seus parceiros comerciais a renegociações de pactos como o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), apenas para citar alguns casos.
Ao recorrer ao unilateralismo, Washington renuncia a sua responsabilidade na manutenção do funcionamento de um sistema de comércio global baseado em regras e, ao mesmo tempo, aniquila a perspectiva de um mundo pacífico e mais próspero.
As pesadas tarifas planejadas pelos Estados Unidos sobre as importações chinesas causaram ondas de choque nos mercados de ações pelo mundo e aumentaram o medo generalizado de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta.
Dado o volume de comércio entre EUA e China e o fato de que as economias estão mais interconectadas do que nunca, uma guerra comercial no Pacífico causará transtornos em todo o mundo, o que levaria os países a adotar ações comerciais unilaterais em vez de levarem suas disputas à OMC, abalando assim a própria base do sistema global de comércio.
Muito está em jogo caso os Estados Unidos prossigam com sua abordagem truculenta contra a China em relação ao comércio.
Pequim entende essas conquistas vitais e em nenhum momento busca uma guerra comercial com Washington. No entanto, se a administração Trump finalmente decidir lançar uma guerra comercial total contra a China, o país asiático será forçado a revidar.
O presidente Trump certa vez twittou que “as guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar”. Bem, ele talvez queira mudar de ideia quando um conflito de verdade estiver em andamento.
* Link para o texto original:
http://www.xinhuanet.com/english/2018-03/23/c_137060383.htm
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