Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Passar duas horas vendo um jogo na Copa do Mundo, qualquer um, faz bem para a alma. Distrai e diverte, e não custa nada.
Mesmo para quem não liga para futebol, o que não é meu caso, pelo menos a gente muda de assunto, passa um tempo sem falar de problemas, vê imagens bonitas dentro e fora dos estádios, gente fantasiada e feliz, pulando e cantando nas arquibancadas.
O ritual do futebol é insuperável como espetáculo coletivo, que desperta paixões, alegrias e tristezas em bilhões de telespectadores espalhados pelo mundo todo.
E a Copa da Rússia está muito bem organizada, tudo funciona como num grande balé de formas, músicas e cores, uma beleza de se ver.
São quatro semanas em que se fala menos de guerras e desastres, abraça desconhecidos, viramos outra vez crianças empolgadas pelos mistérios da bola.
Estava tudo muito bom, muito bonito, até que entraram em cena os cafajestes Pachecos de todas as Copas, como são conhecidos torcedores brasileiros de camisa amarela, claro, que andam em bandos. De onde mais poderiam ser?
Covardes, filmaram as graves ofensas feitas em público a inocentes jovens russas, e até crianças, que não estão acostumadas a isso, fazendo-as repetir suas grosserias de bordel.
É um triste retrato da nossa incultura, de um país que se degrada cada vez mais aos olhos do mundo.
São os representantes de uma classe que nunca está em crise, viaja contente pelo mundo, nem sabe o que é desemprego e miséria.
Em viagens ao exterior, podemos encontrá-los por toda parte, falando alto, debochando dos outros, enchendo a cara nas ruas, mas em Copas do Mundo eles se superam.
Nas investigações sobre os autores destes vexames criminosos poderiam também perguntar, só por curiosidade, sobre as fontes de renda desta malta, como conseguem bancar suas farras.
Fora isso, vale a pena ver qualquer jogo, até Austrália e Dinamarca, que acabei de assistir enquanto escrevia. Quem poderia imaginar a Austrália jogando melhor do que a Dinamarca?
Esta Copa da Russia está muito equilibrada, e esse é seu encanto, nunca se sabe quem vai ganhar, muito menos quem será o campeão, mas nem é o mais importante.
Dentro de campo, o futebol brasileiro voltou a ser respeitado, e é isso que vale.
Tem feito dias bonitos por aqui e amanhã a festa recomeça logo cedo com Brasil e Costa Rica, em São Petesburgo. Espero que os Pachecos não apareçam por lá.
Vida que segue.
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