Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Estava na pauta da terça-feira, dia 26, o julgamento na Segunda Turma do STF do recurso que pede a libertação do ex-presidente Lula.
Na sexta-feira, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, resolveu tirar o assunto da pauta, cancelar o julgamento e arquivar o caso, depois de receber a decisão do TRF-4 que negou provimento ao recurso.
Levou apenas 45 minutos para tomar a decisão.
Deve ter sido um recorde na corte conhecida por levar séculos para julgar políticos que não sejam do PT.
Era tudo jogo combinado, as cartas já estavam marcadas.
Nomeado por Dilma Rousseff depois de intensa campanha para ser aprovado pelo Senado, o ministro Fachin é muito próximo de juízes do TRF-4, onde fez carreira no direito, como informou o Painel da Folha.
Na mesma tarde, um ministro do STF apostou que “havia maioria já firmada na Segunda Turma para transferir Lula da carceragem da PF para prisão domiciliar”, relatou o Painel.
Na véspera, a presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann tinha sido inocentada de acusações que recebeu quatro anos atrás.
Animado pela decisão, o partido estava mobilizando militantes para uma manifestação em frente ao tribunal na terça-feira.
Diante da fulminante decisão de Fachin, advogados de Lula se desentenderam sobre os próximos passos, e o destino de Lula estava selado.
Como estava decidido desde o início da Lava Jato, no ano eleitoral de 2014 em que Dilma foi reeleita, Lula ficava definitivamente fora da disputa de 2018.
Era este o objetivo e foi cumprido à risca pela 13 Vara Federal de Sergio Moro em Curitiba, com a anuência do TRF-4 e dos tribunais superiores que lhe negaram todos os recursos.
Nem a ONU nem o Vaticano poderão reverter esse quadro, embora Lula continue liderando com folga todas as pesquisas presidenciais.
Desde a prisão de Lula, há dois meses e meio, a famosa militância do PT se recolheu, ficando confinada em frente ao presídio da PF, cada vez com menos gente.
Sem nenhuma reação nas ruas, o ex-presidente continuava acreditando que a Justiça era mesmo igual para todos e que, em algum momento, poderia ser libertado.
Um a um os recursos da defesa foram sendo negados, a presidente do STF, Carmén Lúcia, cumpriu seu papel de não colocar em pauta a revisão da prisão após condenação em segunda instância, e o tempo foi passando, como se tudo isso fosse a coisa mais natural do mundo numa democracia.
O cenário eleitoral de 2018, como várias vezes previ aqui, foi definido pelo Judiciário. Nele não havia lugar para Lula.
E a 105 dias da eleição, o amplo esquema político-jurídico-midiático que derrubou Dilma num golpe parlamentar e afastou Lula por conta da reforma de um triplex no Guarujá continua sem candidato viável, mas isto não estava previsto no roteiro. Algo deu errado.
Vamos votar no escuro, com a maioria dos eleitores até hoje sem ter em quem votar. O candidato “Ninguém” continua liderando as pesquisas sem Lula.
Bom domingo.
Vida que segue.
Na sexta-feira, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, resolveu tirar o assunto da pauta, cancelar o julgamento e arquivar o caso, depois de receber a decisão do TRF-4 que negou provimento ao recurso.
Levou apenas 45 minutos para tomar a decisão.
Deve ter sido um recorde na corte conhecida por levar séculos para julgar políticos que não sejam do PT.
Era tudo jogo combinado, as cartas já estavam marcadas.
Nomeado por Dilma Rousseff depois de intensa campanha para ser aprovado pelo Senado, o ministro Fachin é muito próximo de juízes do TRF-4, onde fez carreira no direito, como informou o Painel da Folha.
Na mesma tarde, um ministro do STF apostou que “havia maioria já firmada na Segunda Turma para transferir Lula da carceragem da PF para prisão domiciliar”, relatou o Painel.
Na véspera, a presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann tinha sido inocentada de acusações que recebeu quatro anos atrás.
Animado pela decisão, o partido estava mobilizando militantes para uma manifestação em frente ao tribunal na terça-feira.
Diante da fulminante decisão de Fachin, advogados de Lula se desentenderam sobre os próximos passos, e o destino de Lula estava selado.
Como estava decidido desde o início da Lava Jato, no ano eleitoral de 2014 em que Dilma foi reeleita, Lula ficava definitivamente fora da disputa de 2018.
Era este o objetivo e foi cumprido à risca pela 13 Vara Federal de Sergio Moro em Curitiba, com a anuência do TRF-4 e dos tribunais superiores que lhe negaram todos os recursos.
Nem a ONU nem o Vaticano poderão reverter esse quadro, embora Lula continue liderando com folga todas as pesquisas presidenciais.
Desde a prisão de Lula, há dois meses e meio, a famosa militância do PT se recolheu, ficando confinada em frente ao presídio da PF, cada vez com menos gente.
Sem nenhuma reação nas ruas, o ex-presidente continuava acreditando que a Justiça era mesmo igual para todos e que, em algum momento, poderia ser libertado.
Um a um os recursos da defesa foram sendo negados, a presidente do STF, Carmén Lúcia, cumpriu seu papel de não colocar em pauta a revisão da prisão após condenação em segunda instância, e o tempo foi passando, como se tudo isso fosse a coisa mais natural do mundo numa democracia.
O cenário eleitoral de 2018, como várias vezes previ aqui, foi definido pelo Judiciário. Nele não havia lugar para Lula.
E a 105 dias da eleição, o amplo esquema político-jurídico-midiático que derrubou Dilma num golpe parlamentar e afastou Lula por conta da reforma de um triplex no Guarujá continua sem candidato viável, mas isto não estava previsto no roteiro. Algo deu errado.
Vamos votar no escuro, com a maioria dos eleitores até hoje sem ter em quem votar. O candidato “Ninguém” continua liderando as pesquisas sem Lula.
Bom domingo.
Vida que segue.
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