Há um debate causado pela demissão do entreguista ultraliberal Pedro Parente da presidência da Petrobrás. É um debate necessário, que envolve a definição sobre o papel de uma empresa estatal, e a que objetivos ela serve.
Há aqueles que, rigidamente mercadistas, privatistas, supõem que uma empresa do porte da Petrobras deve apenas gerar lucros polpudos a seus investidores, que é um eufemismo para designar o grande capital, brasileiro e principalmente estrangeiro.
No lado oposto estão aqueles para quem a Petrobras é uma empresa estratégica para o desenvolvimento do país, e que deve servir aos brasileiros, sendo ferramenta fundamental para a intervenção pública capaz de estabilizar a economia e favorecer o crescimento do país.
O radical antagonismo entre estas duas maneiras de ver ficou exposto na discussão iniciada pela greve dos caminhoneiros e acentuada pela demissão de Pedro Parente na manhã desta sexta-feira (1º).
Este debate essencial aparece oculto nos vários argumentos usados, sobretudo na mídia patronal e conservadora, cuja discussão ficou rodeando o toco, fixando-se quase monotematicamente no volume de dinheiro envolvido no atendimento às reivindicações dos caminhoneiros, e principalmente de onde sairão os recursos para bancar o desconto concedido no preço do diesel.
Este é um tema ilusório, que se afasta do principal: a política imposta por Pedro Parente à Petrobras será mantida, ou substituída por outra mais consentânea com a soberania do país e as necessidades de seu desenvolvimento?
Pedro Parente colocou a estatal de joelhos perante o grande capital, brasileiro e estrangeiro. Preparou a realização do sonho áureo do grande capital, principalmente das grandes multinacionais do petróleo: sua privatização. Entregou, na bacia das almas, campos de petróleo, principalmente o cobiçado pré-sal; eliminou a obrigatoriedade de compra a fornecedores nacionais de equipamentos e plataformas de exploração do petróleo, destruindo dessa maneira a indústria naval brasileira, que havia voltado a florescer. Outro resultado nefasto de sua política foi a grave redução do refino do petróleo em refinarias brasileiras, transformando o Brasil num grande exportador de petróleo bruto e importador de seus derivados, principalmente a gasolina e o diesel. Parente transformou nosso país num grande importador destes insumos, principalmente dos EUA. E, em relação aos preços praticados, impôs sua vinculação ao preço do petróleo no mercado internacional e à variação do valor do dólar no mercado brasileiro. Política de preços que foi mal arranhada no acordo que o governo usurpador de Michel Temer fez com os caminhoneiros, e que só se aplica ao subsidio ao diesel, mantendo a mesma política para o preço da gasolina e do gás de cozinha.
Há um aprendizado político neste braço de ferro entre o governo ilegítimo de Michel Temer e o povo brasileiro, e ele revela que não basta trocar os nomes à frente da política ultraliberal que o governo ilegítimo teima em impor ao país. O fundamental é mudar a política econômica, e adotar outra, radicalmente diferente, que seja favorável ao desenvolvimento do país, a defesa da economia nacional, do crescimento com geração de emprego e renda para os brasileiros. E esta mudança pela qual os brasileiros lutam só ocorrerá quando a quadrilha liderada por Michel Temer for afastada do governo, e substituída por outro realmente comprometida com o país e suas necessidades, com a democracia e a soberania nacional.
O programa ultraliberal imposto por Temer e seus neoliberais ao Brasil é historicamente rejeitado pelos brasileiros, desde que apareceu por estas terras. Foi a resistência a este programa antipopular, antinacional e democrático que animou o Fora Collor, em 1992; depois, sob os mandatos de Fernando Henrique Cardoso, impulsionou a oposição popular que levou aquele governo à lona. Este programa impopular foi derrotado nas urnas em todas as eleições presidenciais desde 2002. E só voltou a controlar o governo federal depois da traição de Michel Temer e dos golpistas de 2016.
Este é o caminho democrático e de desenvolvimento que os brasileiros precisam reencontrar, e há uma data para isso: 7 de outubro de 2018, quando será realizada a eleição presidencial para eleger um novo governo. Com a oportunidade de ter a legitimidade derivada de um programa nacional de desenvolvimento que favoreça o crescimento, crie empregos, distribua renda, fortaleça a democracia e enalteça a soberania e a independência do Brasil.
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