Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
O principal argumento da mídia do pensamento único para desqualificar o apoio da população à greve dos caminhoneiros é um exagero em matéria de mistificação política.
A tese foi resumida por Merval Pereira no Globo de hoje: "enquanto 87% dos pesquisados apoiaram a greve, 81% mostraram-se contrários a pagar os custos das reivindicações através dos impostos". Numa versão radical da crítica a esse ponto de vista, a colunista da Folha Mariliz Pereira Jorge não perdeu a oportunidade: "o pior do Brasil é o brasileiro", escreveu.
É simplesmente ridículo.
São argumentos de quem, depois de sustentar até o fim a gestão do queridinho do mercado internacional Pedro Parente na Petrobras, agora pretende defender a velha formula consagrada por Tomazo di Lampedusa, no clássico romance político "O Leopardo", que Alex Solnik recordou aqui neste espaço. Estamos falando da velha noção de que "é preciso que tudo mude para que nada mude".
A contradição apenas aparente entre as duas opiniões, expressa numa pesquisa única, só demonstra que a maioria da população tem plena consciência da gravidade da situação do país - mas nem por isso pretende se deixar levar pela primeira ideia de um governo que, comprovadamente, não demonstra o menor interesse em enfrentar as causas de sua seu empobrecimento.
É claro que a população só poderia ser solidária com um protesto justo, de uma categoria atacada em seus direitos e transformada em bucha de canhão do programa de desmonte da Petrobras, que tem causado prejuízos óbvios ao país.
Isso não quer dizer, porém, que esses mesmos cidadãos, que já arcam com a maior carga de impostos, e sofrem na pele com a tragédia social imposta ao país pelo governo Temer desde sua chegada ao Planalto, são obrigados a concordar com uma nova cota de sacrifícios, que pretende arrancar, com mais impostos -- e corte em programas sociais essenciais - aquilo que até então era retirado de seus bolsos pelo aumento do diesel e demais combustíveis. Em sua reação, os brasileiros e brasileiros apenas demonstraram que sabem fazer contas e conhecem suas prioridades.
O apoio aos caminhoneiros não foi um gesto de altruísmo - mas uma atitude madura de solidariedade politica, de quem sabe aonde se encontram seus direitos e interesses. (Tanto é assim que os apelos por uma intervenção militar tiveram um caráter marginal, isolado, nas manifestações).
Da mesma forma, a rejeição ao pacote em construção no Planalto, quando a queda de Parente foi consumada, demonstra que o país não está disposta a fazer o papel de vaca de presépio de uma política econômica fracassada.
O Brasil quer o que sempre quis: oportunidade emprego, salários melhores e crescimento econômico.
E por isso quer eleições e quer votar em Lula, porque tem na memória a confirmação de que outro projeto de país é possível.
Alguma dúvida?
O principal argumento da mídia do pensamento único para desqualificar o apoio da população à greve dos caminhoneiros é um exagero em matéria de mistificação política.
A tese foi resumida por Merval Pereira no Globo de hoje: "enquanto 87% dos pesquisados apoiaram a greve, 81% mostraram-se contrários a pagar os custos das reivindicações através dos impostos". Numa versão radical da crítica a esse ponto de vista, a colunista da Folha Mariliz Pereira Jorge não perdeu a oportunidade: "o pior do Brasil é o brasileiro", escreveu.
É simplesmente ridículo.
São argumentos de quem, depois de sustentar até o fim a gestão do queridinho do mercado internacional Pedro Parente na Petrobras, agora pretende defender a velha formula consagrada por Tomazo di Lampedusa, no clássico romance político "O Leopardo", que Alex Solnik recordou aqui neste espaço. Estamos falando da velha noção de que "é preciso que tudo mude para que nada mude".
A contradição apenas aparente entre as duas opiniões, expressa numa pesquisa única, só demonstra que a maioria da população tem plena consciência da gravidade da situação do país - mas nem por isso pretende se deixar levar pela primeira ideia de um governo que, comprovadamente, não demonstra o menor interesse em enfrentar as causas de sua seu empobrecimento.
É claro que a população só poderia ser solidária com um protesto justo, de uma categoria atacada em seus direitos e transformada em bucha de canhão do programa de desmonte da Petrobras, que tem causado prejuízos óbvios ao país.
Isso não quer dizer, porém, que esses mesmos cidadãos, que já arcam com a maior carga de impostos, e sofrem na pele com a tragédia social imposta ao país pelo governo Temer desde sua chegada ao Planalto, são obrigados a concordar com uma nova cota de sacrifícios, que pretende arrancar, com mais impostos -- e corte em programas sociais essenciais - aquilo que até então era retirado de seus bolsos pelo aumento do diesel e demais combustíveis. Em sua reação, os brasileiros e brasileiros apenas demonstraram que sabem fazer contas e conhecem suas prioridades.
O apoio aos caminhoneiros não foi um gesto de altruísmo - mas uma atitude madura de solidariedade politica, de quem sabe aonde se encontram seus direitos e interesses. (Tanto é assim que os apelos por uma intervenção militar tiveram um caráter marginal, isolado, nas manifestações).
Da mesma forma, a rejeição ao pacote em construção no Planalto, quando a queda de Parente foi consumada, demonstra que o país não está disposta a fazer o papel de vaca de presépio de uma política econômica fracassada.
O Brasil quer o que sempre quis: oportunidade emprego, salários melhores e crescimento econômico.
E por isso quer eleições e quer votar em Lula, porque tem na memória a confirmação de que outro projeto de país é possível.
Alguma dúvida?
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