Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:
Desde 2014, a economia brasileira enfrenta recessão, com sérios impactos sobre o mercado de trabalho: elevação do desemprego, crescimento da informalidade e redução dos salários. Para piorar, a lei da terceirização, aprovada em março, e a reforma trabalhista, em vigor desde novembro, permitiram a precarização do trabalho. Na outra ponta, as altas taxas de juros, mesmo em queda, em nenhum momento estimularam o crédito e o investimento produtivo. Neste cenário, os lucros dos cinco maiores bancos do Brasil, mais uma vez, bateram recordes em 2017. Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Santander somaram lucro de R$ 77,4 bilhões, 33,5% a mais do que em 2016.
Esses resultados se devem, entre outros fatores, à elevação das receitas com tarifas e serviços e, especialmente, à queda nas despesas de captação, que acompanharam o movimento de redução da taxa básica de juros (Selic). Também caíram as despesas com impostos (IR e CSLL), em parte devido à entrada de créditos tributários, mas também em função de resultados inferiores em termos operacionais e da intermediação financeira, conforme pode ser observado no estudo Desempenho dos Bancos, divulgado pelo DIEESE em maio e disponível no site da entidade.
Nada a se comemorar, uma vez que, mesmo com todos os ganhos, os bancos fecharam muitos postos de trabalho e implantaram tecnologia intensiva em capital, abrindo mão de boa parte do trabalho humano. Em 2017, Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Caixa, juntos, fecharam 1.315 agências bancárias. Com relação ao emprego no setor, desde 2012, cai continuamente o número de trabalhadores. Entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017, o total de empregados nas cinco maiores instituições financeiras passou de 432.644 para 418.564 pessoas. Isso significou, que, em média, 1.000 trabalhadores foram demitidos por mês, anualmente.
Isso sem falar na rotatividade dos empregos no setor, usada para baratear o custo do trabalho, com empregados sendo admitidos por salários inferiores aos dos demitidos.
E para quem vai esse lucro todos dos bancos? Quem ganha com esse resultado? Com certeza, não é a maioria da sociedade brasileira. Além de jogar para a mão dos clientes a realização de serviços antes feitos pelos trabalhadores do setor, cobrar tarifas e enxugar custos, os bancos fazem com que uma parcela pequena de acionistas se aproprie de um dinheiro que não se materializa em investimentos produtivos, empregos e desenvolvimento.
Apesar do expressivo aumento nos lucros, os cinco maiores bancos do país fizeram o desserviço de aumentar a taxa de desemprego mensal, contribuindo para redução da massa salarial.
Desde 2014, a economia brasileira enfrenta recessão, com sérios impactos sobre o mercado de trabalho: elevação do desemprego, crescimento da informalidade e redução dos salários. Para piorar, a lei da terceirização, aprovada em março, e a reforma trabalhista, em vigor desde novembro, permitiram a precarização do trabalho. Na outra ponta, as altas taxas de juros, mesmo em queda, em nenhum momento estimularam o crédito e o investimento produtivo. Neste cenário, os lucros dos cinco maiores bancos do Brasil, mais uma vez, bateram recordes em 2017. Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Santander somaram lucro de R$ 77,4 bilhões, 33,5% a mais do que em 2016.
Esses resultados se devem, entre outros fatores, à elevação das receitas com tarifas e serviços e, especialmente, à queda nas despesas de captação, que acompanharam o movimento de redução da taxa básica de juros (Selic). Também caíram as despesas com impostos (IR e CSLL), em parte devido à entrada de créditos tributários, mas também em função de resultados inferiores em termos operacionais e da intermediação financeira, conforme pode ser observado no estudo Desempenho dos Bancos, divulgado pelo DIEESE em maio e disponível no site da entidade.
Nada a se comemorar, uma vez que, mesmo com todos os ganhos, os bancos fecharam muitos postos de trabalho e implantaram tecnologia intensiva em capital, abrindo mão de boa parte do trabalho humano. Em 2017, Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Caixa, juntos, fecharam 1.315 agências bancárias. Com relação ao emprego no setor, desde 2012, cai continuamente o número de trabalhadores. Entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017, o total de empregados nas cinco maiores instituições financeiras passou de 432.644 para 418.564 pessoas. Isso significou, que, em média, 1.000 trabalhadores foram demitidos por mês, anualmente.
Isso sem falar na rotatividade dos empregos no setor, usada para baratear o custo do trabalho, com empregados sendo admitidos por salários inferiores aos dos demitidos.
E para quem vai esse lucro todos dos bancos? Quem ganha com esse resultado? Com certeza, não é a maioria da sociedade brasileira. Além de jogar para a mão dos clientes a realização de serviços antes feitos pelos trabalhadores do setor, cobrar tarifas e enxugar custos, os bancos fazem com que uma parcela pequena de acionistas se aproprie de um dinheiro que não se materializa em investimentos produtivos, empregos e desenvolvimento.
Apesar do expressivo aumento nos lucros, os cinco maiores bancos do país fizeram o desserviço de aumentar a taxa de desemprego mensal, contribuindo para redução da massa salarial.
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